Com amor, Liam [L. P.]

Finale

| Liam |

— Liam?

Da cozinha escuto a voz dela.

Estou acostumado com o tom e com a maciez daquela voz. Mesmo quando não a escuto, ela ecoa teimosamente na minha mente e ao ouvi-la eu imagino o seu rosto, o mais bonito que eu já vi. Até hoje não encontrei nenhuma combinação de olhos, nariz e lábios grossos que fossem tão harmoniosos. Na verdade posso ter encontrado, mas nenhum fez com que eu perdesse o ar como o dela.

— Meu Deus!

Lua para na porta e seus olhos redondos se abrem para a mesa. Não é a primeira vez que eu preparo o café da manhã para ela, mas agora é especial. Nós estávamos em casa de novo, nossa casa, e hoje é o dia que ela diria sim para mim pela segunda vez.

Ela dá um passo pequeno e temeroso e eu a observo. Lua continua sendo a mesma garota que eu conheci trabalhando em um casamento. Ainda está de camisola e seus olhos inchados me dizem que ela acabou de acordar. Prendeu o cabelo em um coque e desceu ao não me encontrar na cama.

— Preciso te alimentar já que a Sra. Abbey está de folga.

Fecho a porta da geladeira de onde eu estava tentando tirar a jarra de suco, mas parei ao me perder com a beleza da minha mulher.

Eu a vejo sorrir e se aproximar de mim. Seus braços me envolvem por trás e Lua beija o meu ombro. Encosta o rosto nas minhas costas e suspira.

— E eu preciso dormir. Uma boa noite de sono faz parte dos deveres de uma pessoa minha atual condição.

Deixo o suco para lá, quero olhar para ela mais um pouco. Viro de frente e seguro o rosto dela.

— E o que você fez a noite inteira para não dormir, Sra. Payne?

Suas bochechas roseiam levemente e ela sorri.

— Você sabe.

É muito difícil olhar para Lua tão de perto e não beijá-la logo em seguida. Não importa que eu tenha feito isso durante a noite, devagar e silenciosamente, a tocando em todos os lugares. Eu ainda queria beijá-la sem parar.

Ela é quem me puxa para mesa, dando uma risada ao ver a quantidade de coisas disponíveis só para ela. Sento e a coloco no meu colo, mas Lua não liga para comida. Coloco os braços no meu pescoço e beija o meu rosto.

— Você tem que comer. — Deslizo os dedos pela barriga dela.

— Eu estou nervosa.

— Amor, você só tem que ouvir eu me declarando pra você. Qual é a diferença desse para todos os outros dias?

— A diferença é que você vai fazer isso na frente dos seus pais — ela sussurra antes de beijar o meu pescoço. — Das suas irmãs, da minha prima — Lua mexe no meu cabelo e me dá uma mordidinha. — E dos meus pais.

— Eu estou tentando esquecer essa última parte.

— Eu sei. — Ela ri e eu a seguro pela cintura, olhando dentro dos olhos dela. — Mas eu não estou nervosa com a cerimônia e sim com as horas que você e Lissie vão passar sozinhos nessa casa que está toda arrumada e limpa.

Dou uma risada e coloco a mão para dentro da camisola dela. Lua não liga, está acostumada com os meus dedos correndo pelo seu ventre.

— Você acha que nós vamos derrubar essa casa?

— Não seria a primeira vez. — Por fim, Lua começa a se servir com as frutas cortadas e pão. — Você já deixou o dinheiro no travesseiro dela?

— Cinquenta libras — respondo e dou um beijo em seu braço.