Ao chegar no Brasil, me bateu uma saudade de casa. Fazia alguns meses que eu não via meus pais e meu irmão. Nós moramos até que perto, porém o tempo é corrido demais.
Andrew me deixou em casa e queria muito subir, mas não estava na hora. Ao chegar no meu querido lar e empurrar a porta, vejo um ser largado, dormindo, com uma caixa de pizza acabada e duas latas de cerveja.
-Danieeeeeel- eu quase grito.
-Ai meu senhor, o que tá acontecendo?- ele me vê parada, rindo - é você peste - corre e me abraça, beija minha testa e complementa - estava com saudades criança.
-Também estava coisinha. Quanto tempo você vai ficar por aqui?
-Nossa, já quer me expulsar? Saiba que eu não conheço muita coisa ainda.
- Não né Daniel, mas eu trabalho, estudo... e me preocupo com você.
-Que lindaaa hein, então eu vou ficar umas duas semanas, pode parecer muito, mas não é. Juro que não vou te dar trabalho, vim aqui para procurar um trabalho.
-Para mundo, você procurando um trabalho, um rumo na vida? Oremos
-Eu sou a Bruna e me acho engraçadona... não ri de mim. Eu decidi vir procurar trabalho aqui porque lá eu já estou queimado, eu tentei trabalhar com o nosso pai e foi horrível. Trabalhei em uma balada e as meninas ficaram se insinuando pra mim, eu não aguentei e enfim...fui demitido. Eu não sei por onde começar.
-Eu vou te ajudar, mas depois que eu tomar um banho. E você-apontei na cara dele- arruma essa porquice que você fez.
Ouvi ele resmungando algumas coisa, mas fui direto para o meu banho delicioso. Sobre minha suposta doença ter voltado, eu ainda vou ver. Marcar alguns exames e não preocuparei minha família no momento.
Chego na cozinha e meu querido irmão esta fazendo macarrão ao molho branco, com algumas coisas que eu não identifiquei.
-Agora sim da pra falar com você, sério, você estava fedendo.
-Cala a boca idiota... continuando, o que você fez nesses dois dias sozinho aqui?
-Bom, eu conheci umas gatinhas, fui em uma balada, fui no shopping (ele ama shopping) e depois fiquei aqui mesmo. Adorei essa cidade.
-Que bom que gostou. Mudando de assunto, lembra da Alice?
-Lembro, a gatinha que namora o Bernardo?
-Isso, então, ela mora aqui também. A gente pode ir lá...
-Acho melhor não
-Por que não Daniel?- pra ele não querer ir a algum lugar, ele aprontou
-Nada de importante.
-Eu sou sua melhor amiga, para de ser chato e me fala.
-Ai caralho, ta bom, mas não me culpe depois.
-Tá
-Então, quando ela ainda morava no Rio, eu achava ela linda e gostosa. E tente ficar com ela, mas ela nunca quis saber de mim, até que um dia eu force o beijo e ela logo cedeu. Nós ficamos nessa uns trÊs meses até ela vir pra cá e conhecer o idiota do Bernardo, eu sei que ele é uma boa pessoa, mas cara, eu ia pedir ela em namoro e ele simplesmente vai embora acabando tudo o que nós "tínhamos" e começou a namorar ele. - Ual, eu estava chocada, e esses dois idiotas nunca me falaram nada.
- E que merda vocês tinham na cabeça pra não me contarem?
-Sabe como é né, escondido é mais gosto- e riu com malícia
-Na moral, você não presta. E depois de tudo isso, você ainda quer ela?
-Eu superei, acho que é por isso que eu fico com várias, numa tentativa de não sofrer. Você sabe como é isso.
-Dani, eu passei por uma coisa pior com o meu ex, mas mesmo assim continuei vivendo. Eu realmente não dei chance pro amor, só ficava e jogava fora, mas sempre aparece alguém...
-Ixiii, conheço essa cara. Quem é o macho?
Contei pra ele sobre eu e o Andrew, dizendo ainda que não sabia se daria certo. Pois nós dois gostamos da farra, de terminar a noite com alguém diferente, pegar outras pessoas... mas temos que tentar.
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Sorte no Amor
DragosteBruna Malchior, 23 anos, mora no Rio de Janeiro. Após ser traída, limpar as merdas do seu irmão e aguentar a pressão dentro de casa, resolve que é hora de seguir carreira solo. Formada em Direito, vai para São Paulo com um currículo de dar inveja, e...