Em uma semana tudo estava resolvido, posso dizer que não foi nada fácil. A nossa sorte é que pela nossa cliente ter passado por diversos advogados, o caso ficou conhecido e acabou sendo mais fácil do que imaginávamos. Sem dizer que ela conseguiu ficar com filho e o idiota do ex marido, vai ter que trabalhar para o governo.
Aqueles cinco dias foram ótimos, cada dia eu descobria mais sobre o Andrew, por exemplo, soube que ele luta e tem até uma academia em casa, soube que a mãe dele bate nele até hoje se ele responder ela... entre outras coisas. Quando eu voltasse, meu irmão estaria me casa, só quero ver esse doido...
Nos últimos dias eu vomitei três vezes e desmaiei uma, minha sorte é que o Andrew não viu. Estou muito preocupada, nada do que eu passei pode estar voltando... Eu consegui recomeçar, passar por cima de tudo para ver quem eu amo feliz. Espero realmente que não seja o que eu estou pensando...
-Bru, tá tudo bem?- o Andrew perguntou - é que você esta ai olhando pro nada, eu te chamava e você não ouvia...
-Ah estou bem, estou pensando no meu irmão sozinho lá em casa...- dei um sorriso até que convincente. Nós estávamos sentados esperando a decolagem.
-Relaxa gata...
-Eu vou tentar descansar ta?!- dei um selinho nele, e virei pra janela. Eu estava longe de conseguir dormir.
Comecei a pensar no tempo, quantas vezes nós falamos que não temos tempo pra isso ou para aquilo. Deixamos de dizer coisas e fazer coisas, o tempo passa e o remorso fica.
E o orgulho... do que serviria ele se nós morrêssemos amanhã? Não serviria pra nada e foi nisso que eu pensei há oito anos atrás.
Estava com 15 anos, mais um dia normal na minha vida, porém fazia algumas semanas que eu estava me sentindo fraca, logo depois eu tive uma infecção, porém passou rápido. Mas o pior foi quando eu tive uma hemorragia.
Porém naquele dia normal da minha vida, eu estava fraca, vomitei e tinha sangue junto. Foi horrível, eu estava fraca, pálida e mal conseguia andar. Liguei pro meu irmão, que estudava no mesmo colégio, e disse que estava muito mal, pra ele vir me pegar no banheiro e ligar para os nossos pais. Quando eu desliguei, logo desmaiei e acordei no hospital com os meus pais e meu irmão chorando.
Eu perguntava o que era e ninguém me respondia, até que meu pai tomou a iniciativa que fez minha vida mudar naquela época. Foi diagnosticado que eu estava com leucemia.
Meu mundo desabou. Nunca imaginaria que com quinze anos isso pudesse acontecer comigo. O médico me explicou que é uma doença maligna dos glóbulos brancos de origem, na maioria das vezes, não conhecida. Ela tem como principal característica o acúmulo de células jovens anormais na medula óssea, que substituem as células sangüíneas normais. A medula é o local de formação das células sangüíneas, ocupa a cavidade dos ossos e é conhecida por tutano. Nela são encontradas as células mães ou precursoras, que originam os elementos do sangue: glóbulos brancos, glóbulos vermelhos (hemácias ou eritrócitos) e plaquetas.
Depois disso, o hospital virou minha segunda casa. A doença tinha cura, pois não estava muito avançado. Depois de fazer um transplante, eu estava bem. Isso durou mais ou menos um ano. No entanto, eu tive uma recaída. No total, passei dois anos indo ao hospital, cuidar da anemia. Não foi fácil e depois de tudo, meu médico disse que a leucemia poderia voltar depois de alguns anos.
E agora, esse é o meu medo!
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Sorte no Amor
RomantizmBruna Malchior, 23 anos, mora no Rio de Janeiro. Após ser traída, limpar as merdas do seu irmão e aguentar a pressão dentro de casa, resolve que é hora de seguir carreira solo. Formada em Direito, vai para São Paulo com um currículo de dar inveja, e...