-AGORA?- a minha voz estridente é emitida pelas minhas cordas vocais fazendo o Niall virar-se e abraçar-se ás minhas pernas.
-SIM AGORA! TENS DE VIR PARA O HOSPITAL! EU NÃO VOU FAZER ISTO SEM TI!- O pânico é evidente na sua voz.
-Eu vou já para ai por favor respira.
-ISSO SERIA UM POUCO DIFíCIL DE NÃO FAZER.- O seu tom de irritada faz-me deixar uma leve gargalhada. Sem dúvida que o período de maternidade é algo maravilhoso. Colocar um novo ser no mundo que no futuro irá mudar a vida de alguém é estrondoso. Amar alguém de uma forma inexplicável e dolorosa. Saber que a partir daquele momento será o mais importante na vida do seu filho. Ter uma missão para o resto da vida que não irá custar nada e que será feita automaticamente: o proteger de alguém.
-Eu estou tão feliz por ti.
-E EU ESTOU UMA PILHA DE NERVOS.
-É normal mas será o dia mais feliz da tua vida.
-Pára vais-me fazer chorar. Despacha-te.
-Estou a ir até já.- Levanto-me demasiado depressa e fico um pouco tonta.
-Niall!!! A Hazel vai nascer!- ele volta-se na cama e continua a dormir. Rapidamente tive uma ideia. Corri até á cozinha, enchi um copo com água e corri de novo até ao quarto. Vou até ele e despejo todo o conteúdo na sua cabeça fazendo-o saltar da cama.
-O que é isto?- ele pergunta confuso.
-É água! A miúda vai nascer vamos embora agora.
Depois de alguns minutos e de nos vestirmos vamos em direção ao metro. Nunca estive tantas vezes no Hospital como agora. Caminhamos apressadamente pelas ruas até chegarmos ao destino.
-Boa tarde. A minha melhor amiga está a ter a filha.
-Qual é o nome?
-Sophia Smith.
-Piso 3 bloco A6.
Os nossos pés movem-se exatamente ao mesmo tempo enquanto percorremos os corredores. De vez em quando parámos devido a um idoso ter de passar ou a alguém numa maca a precisar urgentemente de ajuda. Assim que chego ao bloco uma mulher aborda-me.
-Onde é que os senhores vão?
-A minha melhor amiga está a ter o filho.
-Pode me dizer o nome da mãe?
-Sophia Smith.
-Ah sim ela chamou por si.
Começamos a andar atrás da senhora que aparenta os seus 30 anos mas de repente ela vira-se de novo para mim.
-Só a senhora- ela olha para o Niall.
-Kate certo?- assinto com a cabeça.
Viro-me para o meu namorado que está constrangido.
-Eu venho assim que possa.
-Demora o tempo que for preciso.- ele diz-me e eu deixo-lhe um último beijo antes de me virar e seguir a médica que me vai levar ao lugar onde a minha amiga está a fazer algo maravilhoso e eu estava prestes a participar no momento.
Assim que entro numa espécie de cabine, um médico coloca uma bata azul em mim seguido de uma máscara. Uma das portas abre-se dando-me visão para o Liam que está de mão dada com a Sophia deitada numa cama enquanto um lençol tapa tudo o que está a acontecer da cintura dela para baixo.
-Estou aqui.
-Katie... finalmente.- a sua cara encontra-se vermelha enquanto lágrimas saem dos seus olhos. Agarro a sua mão direita e quase que me arrependo quando ela a aperta com demasiada força.
-Também te está a doer tanto como me dói a mim?- pergunto ao Liam que também esta lavado em lágrimas.
-Acho que sim.- ele dá um mini sorriso.
-Tu vais conseguir.- passo a minha mão pela sua testa suada em que as veias estão evidentes.
-OK vamos tentar aos três.- esta voz parece-me familiar. Atrevo-me a espreitar pelo tecido que cobre a visão do nascimento e congelo. O meu ex-namorado está neste momento a fazer o parto.
-Eu não acredito.- as palavras escapam-me da boca sem eu querer. Ele levanta os seus olhos da vagina da Sophia e olha-me.
-Quanta ironia.
-A quem o dizes. Se tu fazes alguma coisa de mal com a minha sobrinha eu arranco-te os cabelos todos.
-Tem calminha sim? Eu estou a fazer o meu trabalho.
-E eu estou a fazer o meu, por isso é bom que este seja o teu melhor parto.- ele olha para mim com um ar divertido e eu acho que começo a ficar mal-disposta.
Volto para a Sophia que está a suar a potes e encontra-se super vermelha.
-Preparada?- a voz irritante fala e eu reviro os olhos. De repente ouve-se gargalhadas ecoarem e vejo a rapariga que eu estou a ajudar a rir-se.
-O que foi?
-Eu estou prestes a ser mãe e tu estás a discutir com o parteiro.- o seu sorriso transforma-se em choro.
-Foi tal e qual como imaginei.- ela sussurra. Passo a minha mão livre pelos seus cabelos e deixo cair alguma água dos meus olhos.
-Ao três, pronta?
-Um... Dois... Três.
-AAAAAAAAAAAHHHHHHHHHHHHHHH.- Ela arquea-se para a frente e a minha mão perde a circulação de tanta força que ela está a fazer.
-Tu consegues amor eu amo-te tu és forte.- o Liam diz á sua namorada e emociono-me ainda mais.
-Já estou a ver a cabeça.- os olhos da minha amiga arregalam-se.
-Eu provavelmente vou arrepender-me disto.- diz o Liam antes de fazer aquilo que eu fiz á pouco e espreita. Num movimento muito rápido ele volta ao sítio onde estava.
-YUP, Arrependido.- Ambas nos rimos mas não durante muito tempo até ela dar outro grito.
-Está quase.
-Um... dois...- a Sophia interrompe-o com outro grito.
-VAMOS ACABAR LOGO COM ISTO.
Tudo fica em silêncio durante três segundos até se ouvir um chorinho de um bebé fazendo o casal soluçar.
-O pai pode querer vir aqui.- o Liam dirige-se até á voz. Abaixo-me e deixo um beijo na testa da minha melhor amiga.
-Obrigada.- ela diz com uma voz cansada.
Flashback
-Ele fez de novo?- a minha melhor amiga pergunta. Assinto com a cabeça debaixo dos lençóis da minha cama.
Ela deita-se a meu lado e cobre-nos com os lençóis fazendo uma espécie de cabana acendendo a "lanterna das amigas" que ela traz quando eu estou triste.
-Vamos ler outro livro hoje- ela diz e eu imediatamente sorrio. Ela passa as suas suas mãos nas minhas bochechas vermelhas.
-Não chores mais. Hoje trouxe chocolates para comermos.
-Obrigada.- digo com voz cansada de tudo o que passei hoje.
-Hey, eu é que costumo dizer isso.
-Eu sei...- ela massaja a minha mão que neste momento encontra-se sem circulação sanguínea.
O Liam aproxima-se trazendo junto ao seu peito um bebé enrolado numa toalhinha. Ambas começamos a chorar quando ele pousa a pequenina ao lado da Sophia. Os seus cabelos castanhos iguais aos dos pais são sedosos enquanto os olhinhos são iguais aos do Liam e o nariz é da mãe. Acaricio a sua pequena mão enquanto a mãe o seu polegar. Ela iria passar o vício que fazia em mim na bebé o que me deixa feliz. Ela iria poder acalmar alguém tão bem como fazia comigo.
-Hazel Grace Smith Payne bem-vinda ao mundo. A tia já te ama pequenina.- digo e deixo um beijo na sua testa.
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My Anchor ➸ n.h
Fanfiction❝ Por mais forte que seja a dor dele eu estarei sempre lá para curá-la como ele curou a minha. Nós seremos sempre a âncora um do outro ❞ ®All rights reserved®