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As minhas calças já estão quase a rasgar devido á força dos meus punho fechados no material. Ontem liguei a um consultório médico para fazer uma consulta materna e fiquei surpreendida com a rapidez que foi para ter vaga. 

-Menina Katherine .- olho para cima e vejo uma senhora de meia idade com um sorriso bastante aberto.

-S-sim.

-Pode me acompanhar por favor.- ela diz ao mesmo tempo que estica o braço para o lado indicando-me o caminho. As minhas pernas parecem não querer obedecer durante alguns momentos mas rapidamente recuperam.

-Não esteja nervosa. Não vai acontecer nada nem a si sem ao bebé. Eu sou a enfermeira Beth... você irá ser atendida pelo doutor Dylan.

-Doutor?

-Ele é um excelente profissional e já trabalha nisto á bastantes anos.- fico de imediato um pouco aliviada. Deve ser um senhor já de idade com bastante idade.

-É aqui minha querida.- ela diz apontando para uma porta castanha.

-Tens de te despir da cintura para baixo e colocar a camisa.

-Oh...- giro a maçaneta na porta e entro.

-Depois é só entrares nessa porta branca. Boa sorte.

-Obrigada.- a enfermeira Beth deixa-me sozinha no pequeno cubículo. Começo a retirar as minhas calças e em seguida as minhas cuecas ficando desconfortável. Enquanto me observo ao espelho comprido numa das paredes consigo perceber que a minha barriga já está maior e com uma grande saliência em relação ao que era. Depois de vestir o fato azul abro a porta branca.

A minha visão viaja para a secretária e em seguida para o médico e eu juro a mim mesma que acho que a minha boca caiu no chão. Ele não é velho. Ele é jovem como eu. O'Brien. Dylan O'Brien.

-Katherine, certo? Podes entrar.- faço o meu caminho até uma das cadeiras e sento-me. Percebo-me que me tratou por tu devido á semelhança de idades que temos.

-É a primeira consulta?

-Sim... eu descobri que estava grávida à um mês atrás. Eu não vi mais cedo porque não tive tempo.

-Hmmm estou a ver.- ele olha para os papéis examinando-os.

-Vamos fazer a primeira ecografia do bebé. Se quiser consultar o pai está á vontade.

-Oh, o pai está longe no momento...- o rapaz olha para mim para que continue.- a trabalhar.

-Ah, pois, intendo.- ele levanta-se e vai até ao outro lado do consultório.

-Podes te deitar aqui e colocar as pernas nestes dois apoios.

-Mas assim vai-se ver- paro a meio da frase. Ele ri-se um pouco antes de falar.

-Não sei se te apercebes-te mas sou obstetra e ginecologista. Eu vejo as partes de baixo femininas todos os dias.- dou um suspiro alto e deito-me na superfície coberta por um plástico. Assim que coloco as minhas pernas no devido lugar o material azul sobe e sinto-me totalmente exposta. Sinto-o chegar-se a mim e a abrir o nó fazendo a minha barriga aparecer.

-Vou colocar um gel e depois-

-Eu sei como é.- digo e riu-me e vejo-o corar e olhar para baixo. O Dylan vira-se e retira o gel e a máquina. Depois de aplicar tudo e de colocar o aparelho sobre mim, estica a mão para ligar o aparelho. O meu coração palpita fortemente... iria ver pela primeira o nosso filho.

-Aqui está.- os meus olhos vão de encontro ao ecrã e a minha mão á minha boca. Consegue-se ver um pequeno corpo a destacar-se do preto e eu arrepio-me.

-Já dá para ver o sexo do bebé mas é opção tua se queres ou não saber.

-Posso ter em carta?

-Claro. Aqui é a cabeça.- ele diz apontando para o que me parece ser uma bola.

-E aqui o corpo... pernas... braços... e...- fico preocupada com a sua pausa.

-Vou ter de introduzir uma pequena máquina para ver o género.

-Vai doer?

-Não, pelo contrário... algumas mulheres tem prazer.

-Duvido que isso aconteça com a carrada de emoções que estou a sentir.- ele sorri e retira um aparelho comprido... demasiado comprido.

-Agora é só relaxar.- deito-me completamente para trás e fecho os olhos continuando a ouvir um barulho como se fosse luvas. De repente sinto algo a penetrar-me fazendo-me morder o lábio para não gemer. O que me parece ser um líquido invade o meu interior e eu involuntariamente levanto as costas com o contacto. Sinto o movimento a ser executado e a minha respiração acelera.

-Está quase.- assim que sinto-o a ser retirado deixo um pequeno suspiro sair.

-Agora é só colocar na carta a foto tirada por dentro e se é feminino ou masculino. Irá durar apenas alguns minutos.

-Oh, está bem eu espero.

Depois de tratarmos de tudo e de me despedir do médico vou de novo até á pequena repartição onde está a minha roupa. Visto-me e abandono o local. Apesar de haver muito barulho no metro sinto-me como se estivesse em silêncio por isso decido ligar ao Niall.

-Niall?- as minhas mãos pressionam-se na carta.

-Oláá...- consigo perceber que há bastante barulho de fundo.

-Já fui ao médico.

-Oh, espera ai... Pessoal façam lá silêncio.- ouço-os a reclamar com ele mas depois de perceberem que era eu ao telefone, provavelmente o Niall lhes disse, calaram-se.

-Como correu?

-Correu bem... eu já poderia ter sabido o sexo do bebé...

-Como assim poderias... não te disseram?

-E-eu vou enviar a carta para ti mas preciso de saber onde estás.

-Tens mesmo a certeza disso? Podes abrir em web comigo.

-Eu sei, mas prefiro que sejas tu a fazê-lo.

-Nós estamos a caminho da Califórnia posso te dar a morada e um correio de lá e depois vou lá buscá-la.

-Isso seria perfeito.- o seu entusiasmo reflete-se na voz.

-Eu vou pesquisar neste momento e enviar-te em mensagem.

-Ok, ok. Eu aproveito e passo já nos correios.

-Ok amor...

-Adeus babe.- despedimo-nos e desligo o telefone. 

Agora só te tenho de entregar ao teu pai para sabermos quem és.- digo em voz baixa enquanto acaricio a minha barriga.


My Anchor ➸ n.hOnde histórias criam vida. Descubra agora