My Anchor ➸ n.h

95.

*7 dias depois*

Conecto o carregador á ficha da sala e deixo o meu telefone carregar. Desde que chegámos a Londres sinto-me mais triste por tê-lo deixado apesar de já termos falado mal aterrei liguei-lhe.Só faltam mais 5 meses... Sons vindo do telefone soam uns atrás dos outros e vou até este.

De: Harry

KATE PRECISAMOS DE FALAR!!!

TU ESTÁS ONDE?

HELLO????

PORQUE É QUE NÃO FALAS COMIGO?

Porra... Não o avisei.

De:Kate

Eu fui viajar com a Sophia. Podes passar por cá se quiseres.

De: Harry

Ok, já estou a ir.

Vou até á pequena mesa da sala e tiro a embalagem de massa pronta que comi colocando-a no lixo da cozinha. Hoje pela primeira vez coloquei um apoio na barriga para me ajudar a suportar o peso do Jackson. Depois de arrumar mais ou menos tudo numa velocidade um pouco lenta sento-me no sofá enquanto tento estabilizar a minha respiração. Quatro meses de gravidez e já sinto que não aguento mais com dores.

A campainha da porta soa e eu levanto-me para abri-la.

-Olá.- o Harry diz dando-me um sorriso e abraça-me... quase.

-Então mas tu vais viajar e não me dizes nada?

-Foi uma surpresa... Não tive tempo para muita coisa.

-Oh... Olha o que eu tenho aqui.- ele retira uma carta detrás das costas e eu rapidamente a agarro.

-O que- páro de falar quando leio o título.

-A Rose ligou-me e disse para ir buscar os resultados.

-E-e já sabes?- pergunto-lhe nervosamente.

-Não... Abre tu.

-Abrimos os dois.- pego na sua mão e levo-o até ao sofá sentando-me ao seus lado.

-Estás nervoso?- pergunto-lhe quando percebo que ainda não parou de abanar a perna.

-Sim... Eu quero muito que sejas.- ele diz tristemente e eu abraço-o.

-Eu amo-te como um irmão de qualquer das maneiras.- O Harry dá-me um beijo na bochecha e eu passo o meu dedo pela ranhura da carta. Depois de rasgar retiro o papel lendo tudo com bastante atenção.

Resultado: Positivo

Era mesmo verdade. Ele tinha razão. Ele é filho do meu pai. Milhares de emoções passam por mim... Felicidade por ser meu irmão, tristeza por ter um pai tão horrível entre outras que nem consigo perceber.

-Então?  Estás a deixar-me nervoso- olho para ele e tudo o que vejo nos seus olhos verdes é medo e ansiedade.

-És filho do meu pai...- digo demasiado baixo devido á vergonha que tenho de o meu próprio pai ter estragado a vida a um rapaz como ele. Vejo-o a olhar para o chão e um sorriso formar-se na sua cara.

-Somos irmãos?- olha para mim e eu aceno com a cabeça.

-Eu sabia.- de repente sinto embater contra mim caindo ambos para trás no sofá.

-Cuidado com o bebé.- digo enquanto me rio.

-Oh, desculpa. E como está o meu sobrinho ou sobrinha?

-É um menino... E vai-se chamar Jackson.- a sua mão vai de encontro á minha barriga.

-Eu vou poder ensinar-lhe a jogar futebol.

-E vai poder chamar-me de tio.

-Desculpa por não ter acreditado em ti...

-Tu tinhas razão... eu não podia estar a lançar foguetes e falsas expectativas pois podiam vir a desiludir-me. Mas felizmente tu és mesmo minha irmã.

-Eu sei...

-O que se passa?

-O teu pai biológico não é um motivo de orgulho...

-É, eu sei... A Anne contou-me o que ele fazia á minha mãe mas nunca o chegou a fazer a mim. Se eu pudesse escolher preferia mil vezes ter sido eu a sofrer do que tu.

-Mas isso é passado agora temos de nos focar no futuro.

-Eu quero que saibas que se precisares de mim no que quer que seja podes contar comigo.

-Até na muda das fraldas?.- pergunto-lhe e ele faz uma cara de nojo.

-Hmm... sim claro que sim.- ambos nos rimos com o pensamento.

-E que tal se víssemos um filme?- proponho.

-Apoio. Posso ir escolher?

-Sim claro é naquela prateleira.- aponto e ele levanta-se até lá. Depois de pegar num dos dvd's coloca na entrada do leitor e volta para o meu lado.

-O rei leão?

-Já que não vimos juntos quando éramos pequenos vemos agora.- dou um sorriso com o seu gesto e deito-me com a cabeça no seu colo enquanto ele passa os dedos pelo meu cabelo.

Esta pode parecer a forma mais estúpida de reatar laços mas sem dúvida que é a minha preferida.