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-Estás pronta?- ela pergunta-me.

-Sim, acho que sim.- olho uma última vez para trás observando se não me esqueci de nada. Um barulho chama a minha atenção e eu viro de imediato a cabeça para a porta vendo o médico entrar com o meu filho.

-Já o pusemos com uma roupinha.

-Obrigada... Eu não fazia ideia que o iria ter hoje senão tinha trazido o enxoval.

-É normal nunca se saber quando vai acontecer. Parece que ele teve pressa para sair cá para fora.- ao mesmo tempo que vai falando comigo vai caminhando até mim. Estico os braços que servem de apoio ao bebé e ele rapidamente me o entrega.

-Agora é só assinar alguns documentos no balcão da maternidade.

-Ah, está bem.-está a ser extremamente difícil concentrar-me em algo quando não quero desviar a minha visão do Jackson. 

Depois de assinar tudo o que era necessário e de me despedir dos médicos e dos enfermeiros finalmente iria para a nossa casa.

-Queres ajuda?- a Sophia oferece-se quando percebe que levo a mala e o bebé ao colo.

-Não é preciso tu também tens a menina.- aponto para a Hazel e deixo um beijo na sua bochecha gordinha.

Caminhamos pelos corredores e eu não posso deixar de me sentir diferente... Sinto-me completa. 

Quando finalmente chegamos cá fora começo a andar para o parque de estacionamento.

-Eu deixei o carro noutro lugar.

-Oh então vamos.- começo a andar mas logo páro quando percebo que ela também parou.

-Eu precisava de ir a um sítio.

-Oh sim claro eu não incomodo deixa-me só em casa.

-E-eu não posso amiga vais ter de apanhar o metro.- não sei se fico chateada ou se compreendo. Como é que eu ia de metro com um recém-nascido ao meu colo e sem qualquer tipo de proteção sem ser os cobertores.

-Desculpa.

-Não faz mal... penso eu.

-Yeey eu sabia que ias compreender.- Ela vem até mim e dá um beijo na bochecha a cada um de nós seguindo para fora do recinto.

-Agora somos só nós.- digo enquanto olho para os seus olhinhos quase a fechar. Dou vários beijinhos na sua testa fazendo fechá-los e adormecer.

Ando com bastante cuidado até á estação e por incrível que pareça correu tudo bem. Os meus pensamentos negativos decidiram fazer um grande papel na minha mente.

Encosto-me á parede para que ele não apanhe muito frio vindo da rapidez do transporte e para que não aja nenhum acidente.

Assim que o metro certo aparece apresso-me a entrar para evitar encontrões e sento-me logo num banco á janela. Encosto o seu corpinho contra mim e a minha cabeça repousa contra o vidro. Os meus olhos começam a pesar tal como a minha mente que vai relembrando-me de imagens e momentos do nascimento.

Sinto o meu corpo a abanar e rapidamente os meus sentidos de alerta disparam.

Os meus olhos vão de encontro a uns olhos azuis marinho e arrepios descem pela minha espinha e as lágrimas tendem a aparecer.

-Desculpa, mas estamos a chegar á última paragem e achei que era bom te avisar, caso não queiras voltar ao ponto de onde partiste  

-Não faz mal, e obrigada... se bem que não me importo onde irei parar.- Ambos sorrimos. Na verdade desta vez sei onde iria. 

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Os olhos do Jackson fizeram-me ver o futuro enquanto os do Niall todo o passado ao qual eu não me arrependo de ter vivido. É impressionante como o que ele disse era verdade: "Pode ser que um dia o perdoes"... Eu finalmente perdoei o meu pai. Eu sei que ele próprio teve os seus demónios e apesar de tudo o que passei se não fosse ele eu não estaria aqui.

Obrigada pai por me teres feito crescer tão rápido e me tornares cada dia mais forte. Hoje tenho um homem na minha vida de que me orgulho e o filho mais lindo do Universo. Obrigada...

FIM.

My Anchor ➸ n.hOnde histórias criam vida. Descubra agora