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A sua cabeça continua para baixo como se estivesse demasiado envergonhada com tudo o que está a acontecer. Uma parte de mim quer dizer-lhe que não precisa de estar assim e que poderia explicar com calma que ambos iríamos perceber mas depois existe a outra em que só me apetece gritar com ela e obriga-la a falar.

-Como é que vai ser?- pergunto e ela simplesmente não responde. Olho para o Harry que está contra a parede e com os braços cruzados enquanto a olha com demasiada fúria.

-Muito bem.- viro-me e vou até á porta.

-ESPERA! Eu explico.- viro-me novamente observando-a em pé e com os olhos arregalados.

-E-eu já conhecia o Harry-

-Lá vamos nós.- ele diz num suspiro.

-E-eu só me queria aproximar dele e se não conseguisse conquistar o seu coração com amor entre namorados então teria de ser amor entre irmãos.- Observo a expressão do Harry sendo que ele parece que não acredita em tal barbaridade. Não o posso censurar.

-Quando soube que ele marcou uma reunião em busca da sua irmã a minha primeira ideia era de falsificar os papéis das análises de sangue que ele deixou tuas juntamente com a declaração de que estava desconfiado que era teu irmão-

-O QUÊ?

-E-eu posso explicar.- queria gritar com ele. Discutir á séria e até bater-lhe mas não quero perder o fio ao raciocínio. A minha mente faz uma breve revisão sobre o que ouviu mas eu rapidamente volto até onde estava.

-Continua.- digo para a Rose.

-Eu decidi trocar as tuas análises com as minhas para que ele tivesse provas de que eu era mesmo irmã dele.

-E o que aconteceu ás minhas?

-Estão guardadas.

-Então não se fez o teste se sou ou não irmã dele?

-N-não.

Voltámos á estaca zero. Ambos sem sabermos quem é a pessoa ligada a nós de uma forma tão forte.

-Dá-me uma boa razão para não fazer queixa de ti.- mudo o rumo de tudo quando me apercebo de tudo o que esta rapariga fez.

-E-eu estou arrependida é tudo o que posso dizer. Irei fazer tudo o mais rápido possível para descobrir os vossos verdadeiros irmãos não precisam de ir a outro lugar.

-Merdas.- o Harry ruge.

-Por mim íamos agora á policia.- diz ele.

-Não sei se te recordas mas eu já te encobri por consumo de drogas e nada me garante que te serviu de exemplo.- atiro.

-Isto tudo foi culpa minha. Kate se quiseres podes me denunciar mas a única coisa que consegui obter de bom na vida foi este emprego do qual me orgulho muito. Queria puder me ajoelhar e pedir-te por tudo para não me entregares mas sei que mereço.- consigo ver o seu arrependimento nos seus olhos. Eu e o meu maldito coração de manteiga que se deixa derreter.

-Então e eu an? Eu é que saí fodido disto tudo.

-Ela já disse que ia fazer tudo para que o processo avance o mais rapidamente possível e é isso que ela vai fazer. Dou-te um mês dia 13 de Novembro estamos aqui. Caso descubras mais cedo liga-me.- digo á Rose e vejo-a a acenar freneticamente com a cabeça.

-Harry, anda.- digo enquanto encaminho-me até á porta abrindo-a. Ele parece querer revoltar-se contra mim mas dou-lhe um olhar mortifico fazendo-o morder o lábio como se se estivesse a controlar.

Vejo-o caminhar em passos pesados sobre o piso até passar por mim indo em direção á saída, no fundo do corredor.

-Kate!- viro a cara e encaro-a.

-Obrigada.- aceno com a cabeça como se dissesse "de nada" e em seguida fecho a porta.

Agora tinha de lidar com ele. Faço o meu caminho por todo o interior do edifício mas não vejo sinal dele. Tento procurar por todas as cabeças os caracóis do Harry mas só me aparece tudo menos isso. A minha última ideia era de perguntar ao balcão se o viram.

-Boa tarde... Queria uma informação por favor.- o senhor olha para mim de maneira a que eu continue.

-Viu por acaso um rapaz alto de olhos verdes e o cabelo cheio de caracóis?

-Penso que esse senhor saiu à pouco tempo por aquela porta.- ele aponta para a porta de entrada.

-Ah obrigada.- faço uma mini corrida até ao exterior e coloco logo os meus olhos onde estacionou o carro. Assim que vejo o seu Range Rover vou o mais rápido que consigo até ele antes que arranque. Lanço a minha mão para o puxador pressionando-o para mim e a porta abre-se. Sento-me no banco e fecho-a.

-Agora tu é que podes começar a explicar onde é que arranjaste análises de sangue minhas sem eu saber de nada.

-E tu podes começar a dizer quem és para teres falado naquela maneira comigo. 

-Parece que ambos temos explicações a dar, não é mesmo?

My Anchor ➸ n.hOnde histórias criam vida. Descubra agora