28.

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-Niall passa-me a lâmina e o balde.

-Para quê?

-Niall passa-me as coisas.

-O que é que tu vais fazer?

-IMPORTAS-TE DE ME PASSAR A LÂMINA E O BALDE?-grito. Preciso de tirar a bala da sua perna. 

Flashback

-Porra.- oiço o meu pai resmungar assim que a porta de entrada abre-se. Vou a correr até lá e encontro-o no chão. Está coberto por uma poça de sangue que, a cada segundo que passa, fica maior.

-O que é que aconteceu?

-Não é óbvio? Levei um tiro.- uma vontade enorme de lhe responder da forma mais ofensiva atinge-me. Eu seu que, apesar de eu ter 12 anos, não posso me defender. Eu sei do que ele é capaz.

-Vou buscar algo para te tirar isso.- dirigo-me á casa de banho e abro todas as gavetas. Paro assim que numa delas está a lâmina. A faquinha da minha mãe... Volto á sala e ele ainda se encontra no mesmo sítio, para minha desilusão.

-Isto vai doer.

-Anda lá com isso.- reviro os meus olhos mentalmente a aproximo a minha mão do buraco no seu braço. Começo por enfiar a lâmina no buraco puxando a bala. Por dentro sinto-me doente... mas tinha de ser forte como sempre. Fechei os olhos fortemente e voltei a abri-los. Ele ainda não parou de gritar e dizer asneiras. Também não acho que irá deixar de o fazer.


O Niall acaba por se baixar mas ainda a apontar a arma aos outros dois rapazes que estão com uma expressão de raiva. Acho que não estão com mais raiva que eu. Corto as cordas que fazem com que os meus pés permaneçam presos um ao outro. Levanto o Harry pelos ombros e sento-o na minha cadeira.

-Harry... isto vai ser ser rápido. Vou só tirar a da tua perna e tu vais correr o mais que conseguires.- ele assenta com a cabeça.

-Aqui.- retiro a minha camisola e corto um pouco do tecido antes de lhe a dar.

-Coloca na boca e morde com os dentes o máximo que conseguires.

Faço exatamente o processo que aprendi... sozinha. Começo por aprofundar a lâmina no local da sua ferida. Ele grita por baixo do tecido que se encontra na sua boca. Tento fazer o mais rápido possível mas o sangue que sai faz com que se dificulte. Apercebo-me que a minha visão fica turva devido á agua acumulada nos meus olhos.

-Pronto, já está.

-Obrigado.- pego no pedaço de tecido e aperto no local do tiro.

-Agora tens de ir.

-Mas e tu?

-Eu fico bem, agora por favor vai.

-Obrigado.- ele leva a sua mão á minha cara e acaricia a minha bochecha.

-Vai-sussurro.

Ele levanta-se com alguma dificuldade e vai em direção á porta. Deixo um suspiro de alivio sair.

-Para que é que foi aquilo?-pergunta-me o Niall.

-Eu-

-ATENÇÃO! ESTÃO CERCADOS! PEDIMOS QUE SAIAM COM AS MÃOS NO AR.

-Finalmente, acabou.

-Se eu fosse a ti, não tinha tanta certeza.- diz o Louis. Chego-me perto dele e deixo a minha mão conectar-se com a sua cara. A força que eu exerci faz-se sentir na ardência da minha mão.

-O que quer que seja que há entre ti e ele não justifica o que fizeste.

-Eu realmente gosto de ti Kate.

-PÁRA. CALA-TE. NEM SEQUER DIGAS O MEU NOME. TU ÉS UM PORCO.

-Tu um dia vais perceber.

-Vou perceber o que?

-O porque de eu ter feito o que fiz.

-Tu e mais quantos? Sim porque já vi que não tens nem a dignidade de fazer nada sozinho.

-Kate, eu irei te explicar tudo, agora sai. Não quero que nada te aconteça. Eu não confio neles- diz-me o Niall. Assinto com a cabeça. Talvez isso seja o melhor a ser feito agora.

My Anchor ➸ n.hOnde histórias criam vida. Descubra agora