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A Amanda colocou tudo e mais alguma coisa em mim. O meu cabelo está introduzido no pequeno buraco do boné em forma de rabo de cavalo. Uns óculos escuros encontram-se na minha cara escondendo os meus olhos castanhos e a vermelhão em seu redor. Deu-me um casaco comprido até aos pés e um cachecol que tapava a minha boca.

-Estás ótima.- ela diz-me enquanto agarra nos meus ombros. Riu-me pelo nariz e observo-me no espelho.

-Vamos?- ela pergunta-me e eu assinto.

Saímos da grande repartição a que chama de "casa de banho" e andamos em passos largos até à porta. Num movimento rápido e inesperado ela abre a porta e eu lanço o me olhar para a frente. 

Por entre diversas pessoas algo me chama à atenção...Um grupo de aproximadamente 10 raparigas encontravam-se em círculo e a teclar velozmente no seu telefone e mal nos viram colocaram a sua atenção em nós. Toda eu tremia e suava por todos os lados como se eu tivesse cometido um crime bastante grave e estivesse a passar pelo FBI. Estas devem ser aquelas fãs que estão em todo o lugar e sabem de tudo e eu sinto-me profundamente assustada.

Avançamos pelo corredor e percebo que uma daquelas voltou a sua atenção para o pequeno ecrã nas suas mãos sendo seguida por outra, e outra, e outra até uma... Um arrepio apoderou-se do meu corpo. Ela estava a aperceber-se de que era eu. Rezo mentalmente a todos os anjos para que ela não me denuncie senão isto iria correr mal. Assim que ela arregala os olhos abaixo os meus óculos e dou-lhe um olhar de súplica. 

Felizmente ela desvia o seu olhar do meu para o seu telefone e eu quase que pulo de felicidade. Viro-me para a frente e vejo que já estamos a chegar.

-E-eu vou por aquela porta.- aponto para os vidros deslizantes um pouco mais à frente de onde estamos.

-Oh, eu vou por ali mas espera.- ela coloca a sua mão no bolso retirando um papel e entregando-me.

-é o meu número. Liga-me para me entregares as coisas agora tenho mesmo de ir.

-C-claro.- ela sorri-me e vira-se caminhando na direção oposta à minha. Apresso-me até chegar ao exterior do enorme edifício e procurar pelo carro da Sophia. Uma buzina alta desperta a minha atenção e viro a minha cabeça até ela.

Corro até ao carro cinzento familiar, abro a porta e coloco-me lá dentro.

-Kate!! Como estás?- a minha melhor amiga agarra-se a mim e eu sinto-me finalmente um pouco melhor. Uma grande parte da ansiedade que estava a ter desapareceu apenas agora.

-Obrigada por tudo.- sussurro junto ao seu ouvido e ela aperta-me ainda com mais força contra si. 

Permanecemos assim por um tempo indeterminado até ela se afastar de mim limpando o rosto.

-Vais-me fazer chorar outra vez.- digo.

-Desculpa... Onde queres ir agora?

-Não faço ideia.

-Pensaste sobre o que eu te disse?

-Sim e não.- ela olha-me com um ar de confusa e eu explico-me.

-Pensei... mas não vou. Vou ficar na casa do Niall... é a única coisa que me liga a ele.- ok, tenho outras coisas que me ligam a ele... aliás acho que tudo à minha volta me faz lembrar dele.

-Eu não vou insistir... quando se mete uma ideia na tua cabeça não há volta a dar.- dou uma pequena gargalhada mas rapidamente tapo a boca.

-Não faças isso.-ela puxa o meu braço para baixo.

-Tenho a certeza que o Niall quer te ver a rir.- dou um sorriso e encosto a minha cabeça à janela quando ouço o motor a trabalhar dando-me a perceber que estávamos a ir embora. O que é que será que o meu menino está a fazer neste momento?

POV Niall

-Eu acho que vou vomitar.- digo e todos se riem de mim.

-Oh vá lá é só um avião.- o Luke diz entre gargalhadas.

-Tu ao menos tens ai a tua namorada que te consola já eu estou no meio de gays.- Vejo a sua expressão facial de divertida para séria.

-HEY!- o meu corpo é projetado para a frente quando sinto alguém a despentear os meus cabelos e percebo que é o Michael.

-Se quiseres podes comer alguma coisa.- a única coisa que eu queria comer agora era a Kate.

Ok, eu estou definitivamente fora de mim.

-Vou-te buscar uma sandes.- o Ashton diz antes de se levantar e ir até à parte detrás do avião e eu fico na dúvida se foi apenas por mim ou pela hospedeira que, sinceramente, era bastante boa.

NIALL PÁRA COM ESSES PENSAMENTOS.

Apesar de ser boa eu só tenho olhos para a minha menina. Tudo o que eu queria agora era segurá-la nos meus braços e sussurrar-lhe coisas boas e tentar aliviar a dor de ambos. O que ela não percebe é que foi ela que me salvou... de mim próprio.

My Anchor ➸ n.hOnde histórias criam vida. Descubra agora