Capítulo 9 - Contando Histórias

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O estádio estava vazio. Seria muito estranho se estivesse lotado de pessoas assistindo a um jogo e quatro pessoas caíssem do céu sem mais nem menos.

Estava escuro, a tempestade acima de nós estava sumindo rapidamente, dando lugar a um céu nublado que nos acompanhava a duas semanas.

— Pelo menos não caímos em um rio cercado por crocodilos ou uma floresta cheia de espinhos — falei, incluindo à frase de Logan.

— Preferia não ter caído — queixou-se Eduh.

— temos que estar todos gratos por caímos em grama sintética. Isso foi bom — disse Logan.

— Muito bom mesmo. Agora, lugar é esse? — Vanessa perguntou, com a capa em suas mãos.

— Um estádio. Só não sei se é de futebol ou de algum esporte nativo de um lugar no outro lado do mundo — falei.

— Isso não importa. Agora, o que importa é: Onde realmente estamos? — Eduh falou, guardando o pequeno arco em seu bolso.

Estudamos o local pra ver onde estávamos ou se tinha alguém nos observando. Se pessoas aparecessem do nada aqui, paralisadas, iguais àquelas que estavam em Washington DC, eu sairia correndo antes disso acontecer. O que falaríamos se interrompêssemos um jogo de futebol ou futebol americano — o que quer que jogassem — no meio da partida?

Logan olhou em volta, reconhecendo não o local em si, mas as gravuras que estavam em um outdoor da Coca Cola.

— Estamos onde o mapa indicou. Em...

— Hong Kong — uma voz grave, como a um de senhor de idade, soou atrás de nós. Demos um pulo ao ver a origem do som.

De início, era uma luz azul forte, mas logo se dissipou, revelando uma bola flutuante azul. Na verdade, quando pude ver nitidamente, percebi que era do tamanho de uma bola de Basquete, só que peluda. Tinha dois olhos grandes e uma boca que dava um enorme sorriso. Era como se fosse a carinha do emoticon Smile usados nas mensagens eletrônicas. A luz brilhava e apagava a todo o momento de seu corpo, até se apagar de vez.

— O... Olá — Eduh gaguejou.

— Sejam Bem Vindos a Hong Kong! — ele deu uma cambalhota no ar.

Ainda bem que estávamos em Hong Kong. Não queria ter que passar por mais um transporte até chegar aqui. O mapa realmente tinha indicado a cidade chinesa como a origem do símbolo do ar.

— Ah, obrigado — Logan falou como se não reconhecesse aquele objeto/bicho. — De onde você é?

— Sou de tão... Tão... Mas tãooooo distante que não importaria pra vocês. Aliás, gostei de sua roupa Vanessa. É, elegante.

Ele sabia o nome de Vanessa. Que ótimo.

— Obrigado, mas... Como sabe o meu nome? — ela perguntou.

— Eu sei de muitas coisas minha querida. Muitas coisas. Aliá — ele olhou para todos nós. — Sei sobre todos vocês. Eduh Santos, Avack, e você... Andy Silva. Vejo a aura de vocês também.

Legal. Alguém havia contado sobre nossas vidas a uma bola de basquete.

— Bola de basquete não, Damien — de alguma forma ele leu meu pensamento. — Sou uma obra prima dos céus. Abady. Chamo-me Abady.

— Prazer, Abady — assenti.

— Bem, amanhã terá um jogo aqui e daqui a pouco o estádio vai receber a visita de um inspetor, o que não seria bom para vocês. Não quero ter que tirá-los da delegacia de polícia por invadir espaços públicos. Então, sigam-me.

Andy Silva e a Chave de OuroOnde histórias criam vida. Descubra agora