Capítulo 6 - Água e Água

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Eu estava montado em um cavalo totalmente fora de questões sociais. Ficava imaginando se as pessoas não enxergavam todos esses seres na terra.

— Deixa eu te perguntar uma coisa. As pessoas vão poder nos ver?

Logan me olhou.

— Sim. Só não os cavalos e acontecimentos. Os seres sobrenaturais e Celestiais só podem ser vistos quando a barreira se rompe àquele que presenciarem o rompimento.

Esse era o nosso caso.

— E antes que você pergunte, sim, eles podem me ver também — continuou. — Sou Celestial, mas tenho aparência de humano, o que permite aos terráqueos me verem e ouvirem.

Falava "terráqueos" como se fossemos algo não tão especial para ele. Mas deveria ter seus motivos assim como eu tenho motivo para ainda não contracenar uma amizade para com ele. E eu não iria perguntar sobre a última frase dele.

— Como esses cavalos são comandados? — Eduh perguntou.

— Não sei, acho que...

Ele nem terminou de falar e os cavalos relincharam e começaram a correr em direção a uma enorme janela de vitral.

Meu coração acelerou, pois não estava preparado ainda.

Por um momento, pensei que iríamos nos estraçalhar nos vitrais, mas apenas atravessamos a janela sem que ela estilhaçasse.

— Meu deus! — gritou Vanessa.

Os cavalos flutuaram até chegar ao chão, e mesmo assim, a velocidade com que correram foi tão grande que sentia o impacto do vento arejar no meu rosto.

Logan se postava firme em seu animal, sem nenhum tipo de dificuldade. Claro, ele era um ser celestial. Que dificuldade teria além de estar com raiva por eu estar com o mapa?

Segurei bem firme em uma espécie de rédea que estava em volta da crina, para não cair, pois a velocidade que eles corriam pela selva de araucária era assustadora.

Vi de relance Vanessa e Eduh encostados na crina do cavalo. Estavam com medo. Eles não sabiam andar de cavalo, muito menos esses. Lembro-me de quando fizemos treinamento de equitação na escola e eles sempre caiam do cavalo, enquanto eu aprendi de primeira viagem.

— Damien, estou escorregando! — Eduh gritou para mim.

Vi meu amigo escorregando lentamente do seu cavalo, que estava do meu lado esquerdo.

— Segura bem a rédea! — gritei para ele.

— Mas eu estou segurando! Minha calça é que não é compatível! — ele gritou novamente.

— Damien, o Eduh vai cair! — gritou Vanessa.

Eu não podia fazer nada, porque se eu me mexesse também cairia.

Logan olhou para Eduh e fez um movimento com a mão, colocando Eduh na posição certa.

Tudo isso só foi possível porque os cavalos estavam correndo em uma posição constante sem que se afastassem um do outro.

— Obrigado! — Eduh gritou.

Logan apenas assentiu.

Quando chegamos próximo a um rio, os cavalos relincharam e pararam abruptamente. Creio que Eduh agradeceu por termos terminado a cavalgada em um momento quase crítico de sua vida.

Andy Silva e a Chave de OuroOnde histórias criam vida. Descubra agora