Quando desembarco do avião dou um leve suspiro de medo e depois vou à procura de algum hotel para ficar, achando um, fico o resto do dia ali, trancado, descançando, e nervoso...
...
No outro dia à tarde eu ligo para Irene, e nas três vezes que eu ligo ela não atende, me deixando triste, deixo uma mensagem de voz dizendo: "Olá Irene, desculpe, eu liguei muitas vezes para você e nada de me atender... Queria saber se aconteceu algo com Sam, ela está bem? Eu estou aqui em Ottawa, você pode, por favor, me dizer onde fica o hospital que ela está? "
Estava triste e com medo, nervoso e ansioso, não sabia o que tinha acontecido com Sam, espero que Irene me ligue ou mande uma mensagem dizendo onde é...
O resto da tarde foi como ontem, isolado.
Mas à noite, lá por umas oito horas, eu estava tomando banho e depois que saio, vejo uma mensagem em meu celular, corri para ver o que era e sim, Irene, dizendo onde ficava o hospital e que eu poderia ir lá.
Isso significa que Sam estava bem, ou não, sei lá, mas necessito.
Terminei de me arrumar, coloquei uma camisa preta, uma calça jeans e tênis. - Fui até o hospital, chegando lá, abracei Irene que estava nervosa.
Irene: Desculpe não atender, foi sem motivos...
Ash: Está tudo bem, mas quero saber se Sam está bem.
Irene: Hoje, deu tudo errado Ash, talvez ela não sobreviva, foram tantos tratamentos, mas... Sabe do que estou falando, não é? - A drenagem de água nos pulmões.
Ash: Sei sim, ela vai ficar bem... Ela vai conseguir.
Irene: Talvez não Ashley! O câncer atingiu um estágio muito grave e eu estou com medo.
Ash: Eu também - limpei uma lágrima do rosto de Irene.Muito tempo depois um médico se aproxima da gente.
Irene: Doutor James?
James: Olá, de novo - disse derrotado.
Irene: E então?... - Perguntou querendo a resposta.
James: Infelizmente... - Irene ja começa a chorar e eu a abraço de lado. - O câncer não consumiu Samantha por inteiro... Ainda temos esperanças de que ela acorde, vamos dar o praso de dois dias, caso contrário... Os aparelhos serão desligados.
Irene: Obrigada por tentar - largou-se de mim.
James: Fizemos o possível... - Irene assentiu e o doutor saiu da sala de espera.
Ash: Eu não pude fazer o que ela me pediu... - Falei sentando em uma cadeira na sala de espera, estávamos na sala B.
Irene: O que ela te pediu? - Se abaixou em minha frente.
Ash: Ela disse que pelo menos alguns minutos antes de morrer, queria me ver, ter uma última lembrança de mim.
Irene: Ashley, ela não morreu! Está viva! Eu sei que está... Antes de fechar os olhos ela disse "eu voltarei" - Fez aspas com as mãos.Então me lembrei do que ela havia me dito que uma pessoa sabe quando vai morrer, então ela sabe que vai voltar.
Ash: Se eu sair do Canadá sem ela, eu não sei o que farei.
Irene: Nem eu Ashley, mas tenho que me controlar, eu a amo mais do que você a Ama, você não sabe o quanto é ruim isso... É como se mil facas estivessem atravessando meu corpo.
Ash: "As horas são dias e dias são anos..." - Citei uma frase do Bring Me The Horizon.
Irene: Exatamente, não somente horas e nem anos assim como é a eternidade.Esses dois dias passaram me matando e de vagar, no segundo dia, à noite, perto da hora de desligarem os aparelhos, estávamos - Irene e eu - olhando fixamente para Samantha, que começa a mexer os dedos, chamamos um médico que afirmou que Sam estava acordando de seu sono profundo como a morte, ela estava pálida e agora sua cor está normal, ela não tinha mais cabelos por causa da quimioterapia e radiação, o único problema é que ela não conseguia falar.
Não podemos ficar tranquilos por aí não! Sam ainda tem câncer, ele não foi eliminado de seu corpo, ainda não sabemos se ela ficará viva, se ela poderá ser feliz e verdade sem ele.James: Olá Samantha, bem vinda de volta à vida. - disse se aproximando de Sam, Irene chora e eu também.
Irene: Filha, tudo bem? - Samantha somente assentiu, nenhuma palavra saía de sua boca, já estava ficando preocupado com sua voz.
James: Pois bem Samantha, agora responda com sua boca, você está bem? - Esse é um ótimo teste para quem acabou de 'acordar', está certo que eu quero saber se ela pode falar ou não, mas sei lá.
Sam: Mais ou menos. - Sua voz saiu falha e rouca de mais.
James: Nenhum problema com a voz - Chamei o médico para fora do quarto e ele veio.
Ash: Ela está bem? Ela tem chance de se livrar deste câncer?
James : Olha, chance ela tem muito pouca, até mesmo 1% de chance de sobreviver, espero que o tumor não se espalhe para mais nenhum órgão.
Ash: Tá, mas e os tratamentos?
James: Nossos equipamentos são avançados, mas... Nem sempre eles ajudam se não ela terá que ser transferida para um hospital no Japão.
Ash: Faço tudo, por ela - abaixei a cabeça. - Mas ela terá que ir mesmo para o Japão?
James: Nos próximos três dias, se ela sobreviver ao câncer, mas se ele ainda não tiver diminuído, sim.
Ash: Tudo bem... - disse e entrei no quarto deixando o médico para trás.
Irene: Você que estava com saudades - saiu do quarto.
Ash: Que bom que foi forte... Vai poder contar para seus filhos que foi forte - se isso for possível.
Sam: Se eu estiver viva até lá.
Ash: Chega de pensamentos negativos - percebi que seu olhar para mim não era o mesmo. - O que houve?
Sam: Há dois dias, Ashley. Há dois dias! Eu "morri" e não pude olhar para você, pois não estava aqui! - Fez aspas com as mãos, com sua voz rouca e irritada.
Ash: Desculpa, mas a banda... - ela interrompe.
Sam: "Mas a banda" - imitou. - Sempre a banda! A banda é uma profissão.
Ash: Mas também não posso abandonar a banda porque você está doente! - Essas palavras pularam de minha boca sem permissão, logo coloquei as duas mãos na boca.Olhando a expressão triste no rosto de Samantha que se forma após as minhas palavras ditas. Observo atentamente Sam se contorcendo na cama, quando vejo que algo está errado, grito para qualquer médico que estava ali e logo James entra rapidamente no quarto pedindo para que eu saia. Recusei-me a sair e fui para perto da cama, ajoelhando-me e chorando muito, com arrependimento em cada palavra que havia dito antes, por minha culpa ela estava ali, doente, morrendo, minhas - talvez - últimas palavras para ela, foram: "Mas também não posso abandonar a banda porque você está doente!"
Avisto ainda Sam se contorcendo na cama, depois ela para aos poucos, ela vira o rosto para mim, me olha no fundo dos olhos e diz:
Sam: Por mais horríveis foram suas palavras, eu olhei para você. - E então ela para completamente, suas batidas cardíacas pararam, tudo parou.
Não acredito que ela teria partido daquele modo, ela ainda tinha a vida toda pela frente.
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Oie, tudo bem com vocês? Gostaram do capítulo?
A fanfic ainda não acabou heuheue, tem muito mais emoção pela frente.. não deixem de ler ^^
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Acorrentados (Ashley Purdy )
FanfictionNão é tão fácil quanto parece, ter uma amizade desde criança e quando chega a um certo ponto ela se torna quase impossível, e quando quase se torna possível... É fatal.