O grande dia (parte 4)

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(...) Mas, voltando às mensagens com a Juh, surgiu a possibilidade de ver ela naquele final de semana. Ela me falou o nome da festa que iria. Bingo! Na hora eu disse que por coincidência eu também tinha comprado ingresso pra essa festa. Óbvio, que eu não tinha ingressos, tampouco sabia onde era, mas isso era detalhe. Só tinha um pequeno problema, eu já havia combinado com a minha melhor amiga de ir num rodízio de comida japonesa, apesar de preferir mil vezes uma churrascaria. Se eu desmarcasse pra ir atrás de uma mulher, ela me esfolaria vivo, e penduraria meu corpo na exposição. E agora?!

Pra vocês terem ideia, conheço Fernanda há alguns anos, e sempre que me aproximo de alguma mulher, ou começo algum "rolo" mais sério, ela simplesmente apela comigo e fica um tempo sem conversar. Nunca entendi esse jeito dela, pois eu não tomava esse tipo de atitude quando ela ficava com alguém, mesmo ela fazendo questão de esfregar na minha cara. Enfim, Fer ia apelar se eu trocasse o programa com ela, pela balada desconhecida com a moça encantadora da padaria, então decidi ir no restaurante japonês com ela, e após, encontraria Juh na festa.

Era sábado. Minha ansiedade era tanta que todo mundo que eu falava, automaticamente perguntava se eu estava bem. Óbvio que estava bem, ou melhor, nunca estive melhor. Estava dando tudo tão certo, que por um momento desconfiei, mas deixei pra lá. Liguei pra Fer, combinei de buscá-la mais cedo, e após o sermão divino dela, entramos num acordo sobre os horários. Tomei banho, vesti a minha melhor roupa, tomei outro banho de perfume e dei aquela bagunçada básica no cabelo. Eu nunca gostei de pentear o cabelo, era uma bagunça organizada, a minha marca.

19h40, sai pra buscar a Fer. Meu Deus, ela estava linda de doer. Nunca havia reparado direito nela, mas ela me surpreendeu. Fomos pro bendito restaurante japonês, com a promessa dela me ensinar a gostar de peixe cru. Eca! Aquilo era horrível, mas como eu havia prometido, fui né?! Mas aquele dia revelaria mais surpresas. Conversa vai, conversa vem e percebi que a Fernanda estava estranha, quieta, e pela primeira vez, envergonhada com algo, ou alguém.

__ Fer, você ta doente?! Perguntei.
__ Não, estou normal. Respondeu ela
__ Me conta aí. Tá apaixonada né?! E comecei a rir, pra descontrair.
__ Alguém já te disse que você é um idiota? Você que deve estar apaixonado por alguma puta né? Tá todo arrumadinho hoje!
Ela havia apelado sem motivos! E ainda completou:
__ "Vamos embora, pois já percebi que essa alegria toda não é pela minha companhia." E ela se levantou e dirigiu para a porta.

O que diabos havia acontecido ali?! Pedi a conta, paguei e fomos embora. E não é que a menina não falou uma só palavra até a casa dela?! Eu, por outro lado, não insisti, mesmo sem entender. Deixei ela em casa, me despedi e fui direto para a festa, na expectativa de encontrar Juh!

Cheguei na festa, entrei. Tinha tanta gente, que por alguns instantes achei que não encontraria a Juh. Mas após alguns minutos de procura, dei de cara com ela, próximo à piscina. Meus olhos ficaram vidrados, minha respiração estava anormal naquele momento, eu definitivamente travei. Eu, que estava acostumado a ver ela apenas de uniforme, não conseguia lidar com aquela situação. Droga! Eu estava enfeitiçado por aqueles olhos, aquela boca, aquela mulher. Salto alto e um vestido de enlouquecer. Ela logo me pegou pelo braço e saiu me puxando pela balada.

__ Venha Rafael, vou te apresentar minhas amigas. Disse ela.

Eu fui. E lá estavam as amigas, uma mais linda que a outra, mas nenhuma chegava aos pés dela. Era evidente o meu nível de felicidade por estar ali.

__ Falta uma amiga, mas ela já volta! Complementou Juh.

Sentei no balcão do seu lado, e começamos uma conversa gostosa. Eu não via a hora de beijar aquela boca. E quando a situação ficou favorável, fui interrompido por um sussuro próximo ao ouvido:

__ Você costuma estudar na balada?!
Travei! Não era possível que ela estava ali.
__ Rafa, essa é a Camila, a amiga que faltava. Me respondeu a Juh.
Virei e confirmei. E agora?! (...)

Se apega, sim!Onde histórias criam vida. Descubra agora