Visita inesperada (parte 23)

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(...) Pelo que entendi, eles achavam que eu havia sido roubado, e preferi que continuassem achando isso por enquanto, mas eu precisava falar com a Juh. Também dei uma risada diabólica quando Camila contou da Fer, porque eu conseguia imaginar ela dando os pitis dela. Mas Camila também não perdeu a oportunidade após ouvir minha gargalhada:

__ Ela veio com o namorado dela viu?! Disse Camila, com um sorriso de lado.

Essa briga das duas, vem de anos, da época que eu e Camila namoravamos. De certa forma, após cada pisada na bola da Camila, eu contava tudo pra Fer, e ela, sendo minha melhor amiga, tomou raiva junto comigo. Fer havia me feito prometer que nunca mais me envolveria com Camila de novo, tampouco conversaria com ela. Eu ja havia quebrado uma parte da promessa né?! Pra vocês terem uma ideia, quando eu me envolvi com Juh, mesmo odiando isso, a Fer ainda preferia ela, do que me ver envolvido com Camila.

__ Eu daí?! Deixa ela namorar. Respondi Camila, mesmo com sangue no olho de raiva. Aquele namoradinho da Fer não me descia.

E foi só falar dela, que ela apareceu! Ouvi uma pequena discussão com o rapaz do lado de fora do quarto, provavelmente era a pessoa que controlava as visitas no hospital. Eu ainda estava debilitado, e por isso, era limitada a quantidade de pessoas que entravam no quarto. Pela voz e o barraco, só podia ser a Fer, ou minha mãe, então eu apenas esperei, pois era certo que elas iriam vencer o rapaz pelo cansaço. Foi dito e feito!

A porta do quarto abriu e imediatamente Fer surgiu já reclamando:

__ Achei que você ia dormir pra sempre! Disse ela, olhando pra mim com um sorrisão.

__ Bem que eu queria, pra me ver livre de vocês. Respondi, em tom irônico, rindo dela.

A reação foi imediata. Ela pulou em mim, num abraço gostoso, apesar de quase quebrar minha coluna.

__ Eu senti sua falta. Eu não quero te perder nunca. Não faça mais isso. Sussurrou Fer, com os olhos aráguados.

__ Eu também não quero te perder. Eu não te deixaria assim. Respondi também emocionado, ao ver a minha Fer naquele estado.

Ficamos um tempo abraçados. Permanecemos em silêncio, apenas sentindo a respiração um do outro, quando fomos interrompidos por Camila.

__ Fernanda, você vai deixar seu namorado esperando lá fora?

__ Ele que espere. Não nasci grudado nele, tampouco devo satisfação a ele. Respondeu Fer, debochando.

__ Pois devia, ele é seu namorado, e não pega nada bem você aí agarrada com outro homem. Retrucou Camila.

__ Se ele tiver incomodado com o fato de eu abraçar meu amigo, ele que fique solteiro. Finalizou Fernanda, causando aquele silêncio atípico no quarto.

Eu, que não tinha nada a ver, mas sabia da treta das duas, apenas observei, e sinceramente fiquei muito feliz com as respostas da Fer.

Enquanto Camila saiu do quarto pra ir beber água, já fui logo colocado contra a parede.

__ Escuta aqui, o que essa piranha branquela ta fazendo aqui todos os dias? Perguntou Fernanda.

__ Não sei. Eu acordei, ela já estava aqui. Aliás, está cuidando muito bem. Respondi.

Fernanda imediatamente me soltou no abraço, e puta da vida, numa reação de deboche soltou:

__ Então fica com ela. Vou la ver meu namorado. E saiu, sem falar mais nada.

Obviamente aquilo me deixou puto, mas ante o contexto daquela conversa e discussão passada, percebi que ela também usa o namorado pra me passar ciúmes.

Fiquei sozinho no quarto, e antes que toda a família entrasse, puxei meu celular, na cabeceira da cama, e procurei, entre as dezenas de mensagens preocupadas dos amigos e parentes, algo da Juh. Não encontrei nada! Afinal, o que aconteceu com ela?!

Resolvi mandar uma mensagem:

"O que aconteceu? Por que sumiu?"

"Você acordou? Estou indo te ver agora. Minhas preces foram ouvidas".

(...)

Se apega, sim!Onde histórias criam vida. Descubra agora