A realidade da Juh. Quebrei os dentes do ex (parte 11)

18.2K 398 71
                                    

(...) Virei a rua no endereço que ela me passou e vi um carro parado na porta, e um homem, aparentemente bêbado, gritando o nome da Juh no meio da rua. Era o ex dela! Diminui a velocidade do carro e abaixei o volume da música, pra tentar ouvir o que aquele louco estava gritando:
__ Saia biscate! Vou te ensinar a sair com outro homem! Quer levar outra surra?!
Foi quando o pai dela saiu na porta, e a discussão ficou ficou mais tensa. Era a Juh e a mãe dela tentando segurar o pai na porta, e na outra ponta, o ex namorado louco chamando o pai para briga. Pra mim, aquela cena era incomum. Eu sabia que se eu parasse, a situação ia ficar pior, mas por outro lado, era melhor resolver ali, do que ter que bater de frente com aquele cara em um outro local. Parei o carro de frente ao dele. Abri a porta, e antes que eu descesse, já escutei o babaca falar:
"__ É esse o seu novo namoradinho?! Vou ensinar ele a não chegar perto de você". E completou batendo um pedaço de pau no capô do carro do meu pai. Ele só podia estar louco!

Foi o tempo certo para eu encaixar o soco inglês no punho e por o primeiro pé no chão. Meti o outro pé na porta, de dentro pra fora, o que bateu no peito daquele descontrolado. Levantei, mirei o rosto e acertei um murro no meio da boca dele, foi possível sentir o estalo do dente quebrando. Ele afastou, aparentemente tonto e com a boca ensanguentada. Eu nunca havia brigado com ninguém, sem que houvesse um motivo justo pra isso, mas na época eu treinava MMA na academia da cidade, pra defesa pessoal. Os vizinhos entraram no meio, ao verem que aquela discussão ia piorar, e o ex, com os dentes quebrados e a boca cheia de sangue ainda teve a ousadia de me ameaçar:
"__ Isso não vai ficar assim!" Disse ele, fechando a porta e saindo com o carro, "cantando pneu".

O pai dela contornou meu carro, e sem ao menos me conhecer me deu 2 tapinhas nas costas, soltou uma risadinha e disse:
"__ Você evitou que eu fizesse uma loucura agora pouco. Se aquele cara não saísse daqui, hoje eu seria preso". Disse ele, se referindo às barbaridades que aquele cara estava gritando na porta da sua casa, direcionado à sua ex. Era de se esperar aquela atitude de um pai. Nós ainda não tínhamos nos apresentado, mas percebi que, pelo menos com ele e a mãe, eu havia ganhado alguns pontos, diferente da juh, que correu pra dentro, chorando. A mãe logo comentou, com ar de decepcionada:
"__ Essa menina não tem jeito! Parece que gosta de sofrer." E completou, apontando pra mim:
"__ Vai lá moço. Era com você que ela ia sair né?!"

Entrei, e lá estava ela, com a maquiagem borrada, deitada na cama, com um vestido lindo. Afinal, ela era linda de qualquer jeito, com qualquer roupa.
"__ Psiu... não podemos nos atrasar. Vamos!" Disse a ela, seguindo de um cafuné naqueles cabelos brilhantes.
"__ Eu tô morrendo de vergonha de você!" Me disse Juh, com o olhar fundo, aparentemente triste.
"__ Não tenha! Arrume essa maquiagem, limpe o seu rosto e vamos. Quero ver um sorrisão agora!" E puxei ela pelo braço, automaticamente com a intenção de apagar aquele momento.
Ela pediu que eu esperasse um momento, enquanto ela retocava a maquiagem.

Fui pra sala e lá estavam os pais dela. A mãe tomando água com açúcar para acalmar, e o pai andando de um lado para o outro. Percebi que aquela situação era rotineira. O ex sempre dava aquele tipo de barraco, sujeitando todos ali, ao constrangimento. A mãe, aproveitando que o pai foi para a garagem, nervoso com aquilo, se aproximou de mim e disse:
"__ Não abandone a Juh pelo o que você viu hoje. Aquele rapaz é um inferno na vida dela, e ele ainda vai acabar causando uma desgraça nessa família. Minha filha é um anjo, o pai dela já não tem mais saúde e eu não consigo protegê-la como se deve. Tenta convencer ela a denunciar o ex, ou então, uma hora o pai dela vai acabar matando esse moço aqui na porta de casa."
Eu senti aquilo em tom de desabafo. Eu havia conhecido a família da menina doce que me conquistou por inteiro, em um momento não muito bom. Qualquer homem, naquela situação ia pular fora daquele barco, que eu tinha acabado de entrar. Prometi para aquela mãe, que conversaria com a Juh sobre o assunto. E recebi o convite do pai, para almoçar com eles no próximo final de semana.

Juh ficou pronta, e após muita insistência, retomamos o nosso programa. No caminho, tentei não tocar no assunto de ex namorado, conversamos sobre vários assuntos, inclusive Direito. A pizzaria estava lotada, então decidimos mudar o rumo, e fomos pra uma churrascaria que havia inaugurado a pouco tempo. Entramos, sentamos. Juh estava tão linda, que eu me sentia orgulhoso de estar acompanhando aquela mulher, e o cheiro então, nem se fala. Ela me olhava diferente, parecia que eu lhe dava segurança agora. E óbvio que eu estava feliz com isso.

Passado alguns minutos, entra a Fernanda e o novo "peguete" dela. Tentei disfarçar com o cardápio, mas pelo visto ela já tinha me encontrado. Na maior cara de pau, ela foi até a minha mesa me apresentar o namoradinho, ou sei lá o que aquele rapaz era dela. E ainda fez questão de perguntar se a Juh era minha namorada, mesmo sabendo de tudo. Típico jeito Fernanda de ironizar as situações. Fui obrigado a ser simpático com o rapaz que lhe acompanhava. Aquilo me incomodava de um modo, que até a Juh me perguntou após, o motivo pelo qual eu fiquei nervoso com a chegada da Fer.
"__ Não é nada. Eu só não vou com a cara daquele rapaz". Disse pra ela, que me respondeu de imediato:
"__ Hmmm, sei".
Parece que mulher se comunica por sinais né?!
Fernanda sentou em um local visível, quase que de frente pra mim. E eu, que quase nunca reparava no que ela vestia, percebi que aquele vestido preto tinha caído muito bem nela, que estava de salto, com um baton chamativo. Eu reparei até nos brincos que ela estava usando, que por sinal, era um que eu tinha dado de presente pra ela no último aniversário.

Retomei a conversa com a Juh, e agora, resolvi tocar no assunto do ex, pois ela já estava mais tranquila, feliz. Perguntei o que de fato acontecia, para que aquele rapaz fosse na porta da casa dela, encarar o pai dela, e falar aquele monte de asneiras. E o porquê dela não denunciar ele?!

Ela baixou a cabeça por um instante, e enquanto pensava na possível resposta, Fernanda olhou dentro dos meus olhos, certificando que eu estava atento à ela. Puxou o rapaz pela gola da camisa e beijou ele ali, na minha frente. Eu levei tanto susto, que esbarrei e derrubei os 2 copos da mesa, que caíram e quebraram. Todos olharam (...)

Se apega, sim!Onde histórias criam vida. Descubra agora