O desastre da churrascaria (Parte 12)

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(...) Perguntei para a Juh sobre o ex, ela baixou a cabeça por um instante, e enquanto pensava na possível resposta, Fernanda olhou dentro dos meus olhos, certificando que eu estava atento à ela. Puxou o rapaz pela gola da camisa e beijou ele ali, na minha frente. Eu levei tanto susto, que esbarrei e derrubei os 2 copos da mesa, que caíram e quebraram. Todos olharam perplexos para nossa mesa, e a vergonha era tanta que eu não sabia pra onde olhar ou o que falar. O garçom veio rápido, olhei novamente e Fernanda ainda continuava beijando o peguete dela. Juh olhou para mim com cara de quem não estava entendendo nada, e eu até agradeci a Deus pelo fato dela não perceber a situação constrangedora em que eu me meti após ver a minha "amiga" simplesmente beijar alguém.
__"O senhor se cortou?" Perguntou o garçom.
__ "Não amigo, está tranquilo. Obrigado." Respondi envergonhado.

Juh começou a rir da situação, acreditando apenas que eu era um cara desastrado, daqueles que esbarram em tudo, o que de fato era mesmo. Ainda bem que ela nem sequer percebeu o motivo pelo qual derrubei os copos. Mas a Fernanda percebeu, e chegou até a dar uma risadinha ao ver a "cagada" que eu fiz. Menina problemática! Meu olho pulsava de raiva dela, ou sei lá o que era aquilo.

Continuei a conversa com a Juh, sobre o ex namorado louco que ela tinha, e ela me confessou que realmente ele dava aquele tipo de crises com frequência. Que ja havia agredido ela várias vezes, e que ela não denunciava por meio de alguma retaliação. Segundo ela, o fato da família ser rica, dificultaria que ele sofresse qualquer sanção da justiça, o que era verdade. Eu, que trabalhava no forum na época, me propus a ajuda-la, caso quisesse. Me comprometi até a falar com meu amigo promotor, para conseguir um afastamento judicial daquele maluco. Ela ficou contente, e disse que iria pensar. Ótimo! Um passo dado.
__"Vamos beber algo?" Perguntei pra ela, me referindo à cartilha de vinhos.
__ "Se você beber, estou contigo, mas voltaremos de taxi né?". Questionou Juh.
__ "Claro! Você quem manda". Encerrei.

Aproveitei que a Fer estava atenta e o salão em silêncio e pedi em voz alta a cartilha de vinhos ao garçom. O pescoço da Fernanda quase teve uma contusão, ao se virar para me ouvir. Fiz de propósito sim! Ela vivia me chamando para tomar vinho e eu nunca aceitava, mas agora estava disposto a descontar o que ela fez comigo quando beijou o "peguetezinho" dela. Ela estava com raiva, aquela carinha de ódio era conhecida. Chegou a cartilha, escolhemos o vinho e começamos a beber. Na outra ponta, Fernanda tbm pediu um vinho e estava bebendo com o companheiro. Eles terminaram mais cedo, e pediram a conta. Nós enrolamos um pouco mais na conversa, e ficamos ali.

Após pagaram, Fernanda e a companhia dela se levantaram, e eu, automaticamente, como já estava em sintonia com a Juh, olhei nos olhos dela, delicadamente direcionei uma das mãos sobre a nuca e subi até o pescoço. Enquanto eu olhava fixamente nos olhos da Juh, Fernanda andava sem desgrudar os olhos da gente. Puxei a Juh com força pra perto de mim e comecei a beijá-la com muito desejo. Fernanda, por sua vez, sem olhar pra frente, pois estava ocupada me vendo beijar a Juh, esbarrou numa mesa e simplesmente caiu no salão. O tombo foi tão engraçado, que mais da metade riram dela. Ela estava puta da vida, mas se levantou rapidamente e saiu sem olhar para trás.

Continuei beijando Juh, e o desejo de ambos só aumentando. Ela interrompeu o beijo, olhou nos meus olhos e disse:
__ "Vamos pra um lugar mais tranquilo?!"
__ "Vou pra onde você quiser." Respondi.
__ "Você escolhe o lugar, e eu faço valer a pena." Sussurrou no meu ouvido Juh.

Não pensei 2 vezes. Levantei as mãos e solicitei a conta. Pagamos e saímos em direção ao carro (...)

Se apega, sim!Onde histórias criam vida. Descubra agora