Promessas

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- Lilian ? - Lucius sussurrou
-NÃO ME TOQUE. - Disse chorando .
O porão era um lugar horrendo , um pesadelo , um inferno para aqueles que crêem. Havia uma grande mesa de metal no meio daquele lugar , armários de vidro , uma pia e ganchos no teto .
Nos ganchos de ferro haviam um corpo humano pendurado e estraçalhado como um animal em um matadouro.
Lucius esperava uma reação minha " Como eu pude ter sido burra ? " eu pensei , agora eu estava ali presa em um subsolo provavelmente de cara com a morte.
Criei forças para subir correndo as escadas , Lucius correu atrás de mim.
- SOCORRO - Eu gritava correndo em direção a porta de saída da casa.
- LILIAN PARE. - Ele gritava
Quando a porta parecia próxima a mim , algo me jogou no chão .
- Por Favor me deixe ir. - Pedi aos prantos .
- Lilian , acalme se , eu não vou machucar você . - Ele disse em cima de mim ao meu ouvido.
- Me larga . - Chorava desesperadamente .
- VOCÊ PODERIA MANTER A CALMA ? - gritava Lucius tentando me imobilizar .
- Tudo bem , apenas me solte .- Pedi sussurrando .
Lucius me soltou devagar , esperei um espaço para correr até a porta. Ele voltou a me segurar tampando minha boca para abafar os gritos .
- Venha , vou pôr você para dormir e amanhã conversamos. - Seu tom mudou repentinamente , agora parecia doce.
Ele arrastou me pelas escadas para que eu subisse enquanto me debatia com relutância , tudo que passava pela minha mente era medo e horror do que vi lá em baixo. Fui arremessada para dentro do quarto .
- Me solte , prometo não contar nada. - Implorei.
- Descanse. - Ele disse trancando o quarto.
Me pus a chorar , quando percebi a janela aberta que dava a lateral do jardin , era uma altura significativa , mas eu lutaria até meu último suspiro , minha vida estava em jogo . Algum tempo depois tudo ficou silencioso , talvez passasse das 00:00 da noite , caminhei lentamente até a janela observando a altura . Uma perna depois a outra assim pulando , a queda foi dolorosa demorei um pouco para conseguir levantar mas algo tampou meu nariz e eu adormeci profundamente .
- Eu não queria machucar você. - Sussurrou.
Acordei com os raios de sol em meus rosto , minha cabeça parecia pesar e meu corpo estranhamente sem coordenação. Tentei me mover e algo fez barulho . Sim eu estava acorrentada ao pé da cama .
- LUCIUS. - Gritei , e algum tempo depois ele abriu a porta devagar .
-Bom Dia ! - Ele sorria como se nada estivesse acontecendo , trazendo uma bandeja nas mãos.
- Me solta daqui , seu monstro. - Resmunguei.
- Trouxe café ! Espero que goste. - Ele disse deixando perto de mim .
- Me Soltaaaa .- Pedi
- Volto quando terminar. - Lucius fechou a porta.
Me recusei a comer e pus me a chorar desesperadamente , tentei por diversas vezes soltar aquelas correntes mas era em vão , tentei gritar mas ninguém iria ouvir , desisti de qualquer tentativa , se fosse para morrer eu morreria por mim mesma mas não nas mãos dele.
Mais tarde , Lucius voltou , ele havia trocado de roupa estava com um terno preto e seu cheiro invadiu o quarto.
- Você não comeu nada ? - Ele perguntou ao me ver mas fiquei em silêncio . - Lilian , se você não comer vai morrer de fome .- Lucius continuou mas ainda não disse nada.
- Você mentiu pra mim. - Sussurrei .
- Não menti , escondi é diferente . Vamos , você precisa tomar banho . - Lucius me puxou para cima , soltando me .
O empurrei tomando a chave de suas mãos , tentei abrir a porta mas ele segurou meus braços .
- Me larga . - Disse.
Mas ele não disse uma palavra apenas rendeu me pelos braços e arrastou me até a banheira .

- Tome um banho . Eu ficarei aqui fora pra garantir que você não vai tentar nada .- Ele avisou .
Demorei o máximo que pude mergulhada na água , procurando uma saída para aquilo.
Depois do banho , Lucius me amarrou outra vez e assim se seguiu dias e dias. Eu me recusava a comer , em uma dessas recusas joguei a bandeja na parede mas mesmo assim em nenhum momento ele me machucou , mas houve um momento que eu não estava mais aguentando meu próprio corpo .
Era Noite de algum dia que eu não tinha noção.
- Lilian ? - Disse Lucius com paciência entrando no quarto .
- Hum ...- Sussurrei tão baixo que acho que nem eu poderia ter ouvido.
- Lilian já faz 11 dias que você só bebe água , coma pelo menos a salada .- Lucius sentou na minha frente .
- Me deixe .- Resmunguei rouca .
- Abra a boca. - Ordenou Lucius tentando colocar a colher na minha boca mas eu cuspi de volta .
- Já disse que me deixasse .- Disse e ele suspirou .
- Lilian tudo bem ! Eu não suporto ver você definhando dessa forma , eu fiz isso porque amo você , foi uma atitude desesperada porque não quero que você vá ! Mas não vou obriga lá a nada . Apenas coma e eu solto você e está livre para ir onde quiser . - Lucius parecia cansado .
Ele me olhou nos olhos com um certo carinho e começou a soltar as amarras . Eu estava tão fraca que as correntes que me sustentavam , livre delas , tombei para o lado tamanha fraqueza .
Lucius me abraçou aninhando me em seus braços e apertando . Me pus a chorar silenciosamente.
- Me Perdoe. - Ele Dizia
Meu corpo estava tão dormente que tudo que eu desejava era adormecer ali mesmo . Comi vagarosamente sem forças e logo algo pesado pareceu tomar conta de mim , eu me sentia sonolenta e fraca . Não lutei contra meus olhos e acho que desmaiei .
Quando tornei a terra já era manhã , eu não estava no quarto , pelo menos não no que dormia . Olhei em volta e reconheci o quarto de Lucius , eu não estava amarrada ou nada do tipo , estava vestida com uma camisola branca envolta em lençóis brancos também .
- Bom Dia . - Disse Lucius
Olhei para o lado e ele estava sentado em uma poltrona lendo o jornal.
- Como vim parar aqui ? - Perguntei .
- Você devia estar exausta , trouxe lhe para cá pra ficar perto de você , já que está livre eu queria aproveitar sua companhia mesmo que desmaiada .- Ele explicou .
- Lucius você me enganou. - Eu disse .
- Em algum momento mudei com você ? Sempre fui o mesmo , o erro foi meu em achar que poderia conviver com isso . Eu não sou perfeito . - Seu tom era sereno.
- Lucius você mata as pessoas e quer que eu conviva com isso ? - Perguntei .
- Achei . - Ele foi simples.
- Você é louco . - Falei .
- Eu sei. Agora a porta está aberta caso queira ir .- Ele olhava para o vazio .
- Lucius prometa me que irá parar e eu Prometo esquecer isso. - Supus .

Lucius Green era um assassino , mas apesar de tudo eu estava o amando , eu sei que era loucura mas até onde o amor suporta ? Eu suportaria aquilo por amor ? Não sabia responder naquele momento .
- Lilian , eu não posso ... Me desculpe , Eu te amo tanto. - Sua voz era de perdão.
- Claro que pode . - Eu disse.
- Me dê uma chance de fazer as coisas do meu jeito e você será a mulher mais feliz do mundo. - Ele propôs.
- Como posso confiar em você ? - Perguntei.
- Apenas confie . Você quer ir embora ? - Ele perguntou.
- Eu estou confusa .
- Me deixe resolver as coisas .- Lucius era convincente.
Essa história não é um romance sobre como o amor vence tudo e sim como o amor suporta as piores coisas . Apenas um louco para entender o outro , Lucius era louco e eu também.
- Só uma chance . - Eu disse
Ele levantou de sua poltrona e me abraçou firmemente.
- Nós seremos perfeitos eu prometo . -Sua voz era doce e eu assenti
- Eu te amo.
- Eu não te amo , o que eu sinto é algo mais que amor que não sei dar nome. - Ele confessou.







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