Nebulosas

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- Nós... - Repeti .
- Quando voltaremos para casa ? - Lucius perguntou , enquanto eu me vestia .
- Lucius eu não vou para casa . - Suspirei , ele soltou a xícara com força.
- Lilian que espécie de jogo você quer fazer ? - Ele disse me chacoalhando forte no ar .
- Solte me . - Gritei .
- Você me deixa insano . - Murmurou ele me soltando.
- Voltarei quando me prometer e cumprir não matar um pássaro se quer . - Respondi me recompondo.
- Me deixe fazer as coisas do meu jeito ... - Seus olhos eram profundos.
- Não . - Eu disse séria e firme .
Lucius respirou fundo e começou a se aproximar de mim mais uma vez .
- Eu senti saudade . - Seu tom era doce alçando meus ouvidos e puxando me para si.
- Não... - Repeti mais leve .
Ele era insistente , seus lábios quentes de café naquela neblina cinza fazia tudo parecer mais fácil . Suas mãos pressionavam meu corpo contra o seu com firmeza , meu corpo e minha alma entravam em transe com aquilo .
- Eu te amo . - A voz era leve e arrastada . - Você não faria qualquer coisa por mim ? Eu faço por você , porque preciso de você ao meu lado. - Lucius continuava em meu ouvido.
- Eu faço qualquer coisa por você . - Respondi chorando.
- Você fugiu de mim e se recusa a voltar para casa , o que quer que eu pense ? - Ele sussurrava deslizando suas mãos sobre mim .
- Estou exausta . - Sussurrei entre lágrimas.
- Venha . - Lucius virou me abraçando , enquanto eu inspirava seu cheiro .
- Eu amo você . - Sussurrei.
- Basta responder sim e na quarta feira , vamos estar em casa como uma família . - Ele beijou minha testa .
- Mas , meus pais ? - Indaguei.
- Eles não foram uma barreira da última vez ... - Lucius respondeu ainda me envolvendo.
- Não posso fazer isso outra vez . - Eu disse . - Devo contar a verdade. - Estava aflita.
- Lilian ficou louca ? São essas roupas claras de morto ou o oxigênio de Hale ? - Ele me sacudiu um pouco olhando me .
- As roupas . - Eu ri levemente.
- Me faz lembrar de quando conheci você , uma menina descrita facilmente em uma obra de Shakespeare . Apesar de achar que as cores frias e escuras lhe cabem bem como estrelas e a noite . - Lucius sorria.
- Nos vestimos como parentes do Conde Dracula . - Murmurei , sua risada espontânea ecoou . - Valerie e Dave sentem sua falta . - Disse .
- Quando tudo voltar ao normal , vamos todos ao litoral apanhar conchinhas . - Lucius disse lembrando dos filhos . - Valerie é minha criação perfeita e você uma mãe irresponsável , a garota sumiu e você não deu conta . - Ele era sério.
- Fiquei desesperada . - Respondi.
- Ela adorou ficar aqui . - Ele confessou.
- Sabia que estava envolvido nisso . Lucius e Dave ? - Fui sincera.
- O que houve ? - Lucius perguntou sem expressão.
- Já que tirou o seu direito de uma mãe , devia suprir isso como pai . - Fui dura .
- Ele me lembra Katherine ... É difícil pra mim . - Seu tom era amargo.
- Dave não tem culpa é apenas uma criança , o ame e dê atenção como faz a Valerie . É seu filho tem o seu sangue . Eu me sinto em dívida com ele , você o deve mais ainda , deve uma mãe. - Expliquei .
- Ele tem você. - Ele disse.
- E um pai ! Aja como tal . - Respondi.
- Amo Dave , do meu jeito mas o amo . - Lucius se explicava .
- Mostre esse amor . - Sugeri .
- Prometo reconstruir tudo se você voltar. - Lucius respondeu.
- Preciso ir . Esqueceu de Hale ? - Disse me soltando .
- Claro . - Ele foi seco .
  
   Quando voltei minha família toda estava sentada a sala com expressões de desespero .

- Lilian? Onde estava ? Imaginamos o pior. - Susan era alarmada.
- Fiquei desesperada com o acontecido de ontem . Quis ir para o bosque e me resguardar.  - Respondi baixo .
- O bosque ? Ficou louca ? É perigoso . - Susan exalava o transtorno.
- Eu estou bem mãe , preciso descansar. - Chorei . - Onde estão Dave e Valerie?  - Perguntei.
- Ainda não acordaram , Peter está resolvendo a tragédia de Hale , tudo está em luto . Procuramos por você , coitado de Jack ficou perplexo.  - Ela dizia rapidamente.
- Assim que descansar me resolverei com Jack.

      Liguei as torneiras do banho enquanto fumava e refletia sobre as coisas que seguiriam . As coisas não poderiam sair do controle.  Seria uma barbárie para minha família apesar que não me atingiria tanto quanto Lucius , meus pais conservavam a imagem da Lilian de anos atrás , o que me parecia bom pois ninguém me temia ou desconfiava de algo .
         Terminei o banho e fui brincar com as crianças.
- Trouxe leite e biscoitos!  - Disse sorridente.
- Obrigada mamãe.  - Valerie beijou meu rosto .
- Dave venha!  Eu mesma fiz os biscoitos!  - Avisei .
- Estão deliciosos.  - Dave sorria pegando um .
- Eu os amo não esqueçam . - Sorri olhando aquelas crianças adoráveis.
- Promete que vamos para casa ? - Valerie se dobrava em cima da minha perna .
- Prometo . - Respondi.
- Gosto daqui . - Dave era doce.
- Eu também meu amor ! - Sorri acariciando seus cabelos loiros . - Terminem de comer , escovem os dentes e lavem as mãos . Preciso sair mas volto logo . - Disse levantando.

       Fui até a casa dos Windercloks , Hale estava em cinzas as pessoas limpavam os destroços com tristeza.
        Um dos empregados me atendeu e me acomodou na bela sala branca com móveis dourados .
- Lilian que prazer ter sua presença aqui ! Aceita um chá  ? - Disse Sílvia tia de Jack ao me ver .
- Estou bem Sra. Winderclok  , gostaria de conversar com Jack ele está?  - Sorri perguntando.
- Está descansado , ficou exausto e abalado com a noite . Todos ficamos principalmente com seu desaparecimento. - Ela contava .
- Claro entendo , foi uma noite deprimente para Hale . - Respondi.
- Cloud chame meu sobrinho e o avise da presença de Lilian.  - Sílvia disse .
- Sim madame.  - O mordomo assentiu.
- Deve amar muito Jackson. - Comentei.
- É como um filho para mim e Elias . - Ela respondeu com educação.
- Claro . - Sorri .
           Sílvia me encarava de lado com uma certa desaprovação , mantive minha postura séria e cordial .

- Lilian!  - Jack brandou ao me ver .
- Há Jack me desculpe.  - Pedi .
- Vou deixa los a sós.  - Sílvia disse retirando se .
- Procurei por você.  - O tom de Jack era triste.
- Peço lhe perdão,  fiquei atormentada e corri para o bosque para tentar amenizar as coisas . - Expliquei.
- Me deixou preocupado.  Afinal não concluímos o noivado . - Ele disse .
- Claro . Compreendo sua tristeza e me preocupo.  - Menti - Por isso vim aqui . - Toquei seu rosto .
- O que importa é que você está bem , precisamos dar continuidade a nosso noivado . - Ele era urgente.
- Sim . - Sussurrei.
            Jack sorriu e beijou me de surpresa , tentei parecer natural e receptiva .
- Em meio a tantas tragédias tenho lhe uma boa notícia . - Jack sorriu .
- O que de bom ? - Perguntei.
- Minha prima Cristine está de volta a Hale , deve chegar hoje ela ficou feliz por meu noivado . - Ele parecia empolgado.
- Cristine filha dos seus tios?  - Perguntei.
- Sim estava estudando na Rússia. - Ele respondeu.
- Será um prazer conhece la.  - Menti outra vez .
- Assim que esse luto amenizar vamos remarcar o noivado . - Jack confirmou.
          Fiquei em silêncio apenas sorri forçadamente o abraçando.  A cada dia as coisas ficavam mais escuras e nebulosas para mim . O que me faltava era uma prima distante , algo em mim avisava me coisas difíceis para enfrentar e resolver .
- Preciso voltar , vejo lhe amanhã.  - Disse beijando Jack .
        Sai da casa dos Windercloks e segui em direção ao bosque , limpei os lábios com um lenço .
- Quanto quer para me emprestar seu cavalo senhor ? - Perguntei a um homem que cuidava de um lindo  cavalo perto da praça.
- 10 moedas senhora se voltar com ele . - O homem disse por fim .
- Aqui . - Sorri tirando as moedas da bolsa .
- Quer ajuda para montar senhora?  Pode sujar seus sapatos . - O homem era prestativo.
- Obrigada , sei montar . - Respondi .

         Aprendi a montar quando mais nova com meu pai , era um passatempo interessante no verão,  sempre quis um cavalo mas meu pai nunca cedeu . Eu chegaria mais rápido a Lucius , me pouparia tempo e ainda recordaria a infância.

- Vamos lá bichinho . - Disse dando partida entre o bosque .
       Era uma sensação de liberdade que eu adorava .
            Amarrei o cavalo em uma árvore boa , um pouco distante da casa escondida e segui a pé. Bati a porta com expectativa.
              Lucius me recebeu sorrindo com Beijos,  esses que eu não recusava ou fingia .

           

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