Chá da Tarde

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O tempo era veloz , logo meu ventre cresceu e como o normal todo meu corpo estava diferente . Eu tinha apenas dezessete anos então de algum modo me sentia estranha o Dr. pediu me para descansar , tomar sol e ar puro , ter uma boa alimentação e uma série de deveres. Ele também disse que eu estava com a saúde psicológica fragilizada com um nível alto de estresse e ansiedade que por algumas vezes fizeram me quebrar vasos , pratos e gritar com Lucius , então passei a tomar alguns calmantes suaves .
Com a saúde um pouco abalada , Lucius achou melhor que alguém fizesse os serviços domésticos e cuidasse de Dave . Porém muitas pessoas não tinham disponibilidade para ter um tempo disposto ao trabalho , por falta de opção acabei aceitando uma mulher loira de pele caramelo e olhos castanhos , Brune tinha 25 anos e era solteira segundo a mesma .
Brune era uma boa pessoa porém , com Lucius . Não , não era ciúmes mas , para uma mulher é fácil ver quando se tem algo mais , seu tom com ele era adocicado , estava a todo momento perguntando se precisava de alguma coisa , se poderia ajudar e outras coisas a mais . Comigo era mais firme como se estivesse incomodada . Não levei muita importância a esse assunto de início .
Outro dia eu estava sentada na sala com Lucius e Dave , meu filho estava aprendendo a falar , então sempre depois do passávamos um tempo com ele .

- Mama . - Balbuciava Dave e eu sorria para ele com aprovação .
- M - a - m - ã - e . - Silibei .

- Sr. Green trouxe um café para o senhor ! - Brune nos interrompeu .
- Obrigada . - Ele respondeu suavemente .
Eu a fitei firme , mas ela pareceu não se intimidar.
- Você também quer ? - Perguntou ela se referindo a mim .
- Chá de Hortelã . - Eu respondi
- Sim . - Ela sussurrou .
- Ham ? - Pronuciei
- Sim Senhora . - Era ironia.
Brune se retirou e Lucius me olhou.
- Pegou antipatia por ela também ? - Ele era sério .
- Ela me afronta . - Disse
- Pra você tudo é uma afronta Lilian - Lucius era distante .
- E pra você eu estou sempre errada . - Rebati .
Ele suspirou fundo e voltou a ensinar Dave a pronuciar as palavras corretamente .
Brune voltou com uma bandeija e o chá , ela continuava a me afrontar com seu olhar de soberba e ironia .
Embora eu não sinta afeição por uma pessoa , eu evito causar transtornos mas ela pedia . A xícara da sua mão deslizou e caiu em cima da minha barriga . Lucius imediatamente soltou Dave e começou a me secar com guardanapos .

- Lilian ? Você está bem ? - Ele perguntava .
- Perdão , Lilian . - O tom de Brune era frio , eu apenas respirei fundo e sorri .
- Estou bem , a próxima vez que você atirar chá quente na minha barriga eu fervo você em água escaldante ainda viva ! - Disse suavemente olhando Brune .
- Lilian mantenha a calma , acidentes acontecem . - Lucius tentou contornar a situação .
- Justo , acidentes acontecem . - Respondi , pegando Dave no colo saindo da sala.
Ninei Dave até que ele adormecese , em seguida tomei um banho e troquei de roupa.
- Lilian não precisava ameaçar Brune . - Disse Lucius ao me ver .
- Não quero ter que discutir . - Disse deitando .
Ele me aninhou em seus braços firmemente , seu cheiro era inebriante .

- Você precisa ficar calma , eu sei que não está sendo fácil carrega lo mas é só por um tempo , eu estou aqui com você . - Disse Lucius acariciando minha barriga e uma lagrima desceu de meus olhos .

- Tudo bem . - Concordei e logo adormeci facilmente .

Na manhã seguinte eu estava indisposta , meus pés estavam inchados , o Dr. Edmund aconselhou me a ficar de cama . Lucius havia saido e eu estava sozinha .

- Trouxe lhe um suco de cenoura com laranja . - Disse Brune entrando no quarto .

- Onde está meu filho ? - Perguntei .
- Ainda não acordou. - Ela disse .
- Assim que acordar , tomar um banho e seu mingal traga o para cá . - Pedi.
- Sim . - Seu olhar era de raiva .
- Brune , alguma vez fiz algo a você ? - Perguntei .
- Não . - Ela era monossilábica
- Então porque isso ? Se não lhe agrado a porta de saída é um convite meu a você ! - Indaguei.

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