LUCIUS GRENNEstava na estação de Londres , a caminho de Paris , segurava uma maleta com alguns pertences , a passagem , luvas e um cigarro .
- Sr. Green ? Por aqui , não vai querer esperar a partida em meio a essas pessoas . - Disse um encarregado do trem , referindo se ao amontoado de pessoas simples na plataforma .
- Claro . - Respondi o acompanhado .
A cabine era confortável e silenciosa , facilmente propensa a um cochilo mas eu sofria de insônia . Preferia ficar submerso a meus pensamentos.- Algo que deseja Sr. ? - O garçon perguntou.
- Uma água com algumas rodelas de limão. - Disse ascendendo meu cigarro . - Mais um maço desses , balas de gengibre e um cinzeiro.
- Não irá demorar, já estamos partindo. - Avisou me .
O homem retirou se , e eu obviamente fiquei sozinho . Abrir a maleta e me deparei com uma fotografia velha de Lilian , era seu aniversário de 19 anos e tínhamos ido ao teatro ver um concerto de piano como ela gostava .- Você não vai me dar adeus tão facilmente. Mesmo que não me ame mais , meu amor é suficiente para suprir qualquer vazio que você tenha deixado . Vamos voltar para a nossa casa e continuar a viver como fazemos , nem que pra isso eu destrua tudo ao seu redor e seja sua única opção. - Disse para a fotografia.
Eu observava as pessoas era algo que me deixava distraído, as mulheres eram lindas e graciosas mas faltava algo , algo que eu só encontrava em uma . Depois que você conhece o êxtase não consegue se contentar com nenhum prazer passageiro era assim que eu me sentia em relação a ela . Não importava se Lilian me odiasse ou me amasse eu só a queria por perto .
Segui a viagem inteira pensando através do olhar sobre as árvores e o céu nublado.
Paris era linda em um certo lado mas suas ruelas desfavorecidas cheiravam a dejetos e lixo. Era uma cidade cheia de vida ainda sim , sempre tive simpatia pelo estilo de vida francês. Hospedei me em um hotel de 7ème arrondissement , ir a Paris foi um momento de reflexão eu precisava pensar não quis descer para beber nada nos bares . Em outros tempos eu iria direto a um cabaret , mas talvez quisesse preservar o toque de minha esposa em meu corpo sem contaminar com o cheiro de outra mulher que não fosse ela até porque seria desperdício de tempo e dinheiro .
O jantar foi servido em meu próprio quarto , suspirei de tédio. Ou talvez eu fosse sim a um cabaret mas não para dormir com alguém. Sorria enquanto organizava minha maleta com adagas , uma pistola novinha em folha , minhas luvas , álcool e pano .
Os cabarets de Paris eram tão comuns como igrejas , logo na entrada um grupo de mulheres lhe cercava com suas pinturas fortes e roupas insinuantes .
- Servido senhor ? - Uma delas me oferecia uma taça.
- Estarei servido com você e mais uma amiga talvez. - Disse sério , logo ela atirou seu corpo para mim . - Distância por favor . - Comentei me afastando. - Consiga outra e lhe pago o suficiente para comprar roupas melhores .- Esta é Sofie, linda não o que acha ? - A mulher disse chamando outra com suas roupas insinuantes cabelos embolados e lábios carnudos.
- Excelente, vamos para um lugar reservado? - Sorri .
- Onde quiser ! - Sofie riu .
- Quero o quarto dos fundos onde ninguém nos incomode. - Disse .
Seguimos para o último quarto que ficava perto de uma porta dos fundos era perfeito .- Tirem as roupas e não me toquem . - Mandei tracando a porta .
- Como desejar senhor . - Elas riam se insinuando.
Tirei notas de euro no paletó e coloquei expostas em uma mesa .
- Gostam de dinheiro? - Perguntei.
- Adoramos . - Respderam em coro .
- A que ponto adoram ? - Eu ri .
- Qualquer ponto . - Uma delas respondeu.
- Vamos brincar meninas ! - Elas vinheram em minha direção me tocando - Assim não . - As empurrei. - Disse que queria distância. - Disse alto, caminhei em direção a maleta e peguei a pistola. Os olhos de ambas saltaram.
- O que quer da gente? - Uma perguntou nervosa .
- Simples. Se matem . - Sorri presunçoso.
- O que ? - O tom era de desespero. Apontei a arma em direção às duas.
- Você! - Apontei a arma para uma delas - Mate a , mate a com facadas. - Sussurrei calmo.
- Não por favor. - Ela chorava .
- Ou a mata e sai deste quarto rica ou eu mato você primeiro. - Ameacei.
- Não, não. - A outra gritou tentando correr mas atirei em sua direção errando propositalmente assustando .
- Você tem três minutos para pegar a faca e mata lá antes que eu mate você e se tentar me atacar , atiro antes que você chegue a mim e você morrerá nos meus pés, se alguma gritar mato as duas . - Expliquei sereno , jogando a adaga em sua direção , elas choravam.
- Por Deus senhor nos deixe ir . - Choravam .
- Amarre a boca dela com uma fronha . - Mandei apontando a arma .
Sua mão trêmula obedecia amarrando a boca da outra que se desfazia em choro .
- Agora ? - Perguntou com a voz embargada.
- Mate . - Sussurrei mantendo o dedo no gatilho .
Ela chorava em desespero e agonia perfurando o corpo magro da outra cujo o desespero era abafado.
- Por favor. - Ela chorava matando .
- Continue até ela morrer . - Respondi .
As perfurações eram frenéticas em meio ao desespero de ambas até que o silêncio frio da morte invadiu , ela soltou a faca ao lado do cadáver e se pôs a chorar .
- Boa garota. - Sorrir
- Me deixe em paz por Deus . - Ela gemia.
- Venha pegue seu dinheiro . - Disse enquanto ela se arrastava.
- Por Deus. - Seu tom era de medo .
Atirei em sua testa.
Comecei a desmembrar ambos os corpos no chão , misturando seus pedaços. Horas depois enrolei tudo em um lençol da cama e puxei até a saída , despejando em uma lixeira da viela dos fundos.
Apanhei meus pertences ascendi meu cigarro e voltei andando para o hotel . Cheguei e abri uma bebida , Paris era violenta quem se importaria com o sumiço de duas prostitutas ?
Fui até a varanda observar a cidade de cima as luzes , uma lágrima de saudade escorreu mas logo limpei e sorri com desdém.
- Querida estou chegando . - Ri irônico.
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Green Eyes
FantasyX " Eu era jovem e ingênua demais para entender a realidade , Lucius nunca me fez mal , pelo contrário me ensinou que o mundo não é lugar para inocência , as pessoas são perversas e sobrevive quem for pior . Tudo que me restava daquela Lilian eram a...