Transparência

41 3 0
                                    

Sete Anos Depois ...

  Era hora do jantar , eu deseja o silêncio de antigamente , Valerie e Dave não paravam quietos , sempre brigando um com o outro ou mexendo em alguma coisa , Lucius reclamava do emprego e eu tentando manter a casa nos eixos

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.


Era hora do jantar , eu deseja o silêncio de antigamente , Valerie e Dave não paravam quietos , sempre brigando um com o outro ou mexendo em alguma coisa , Lucius reclamava do emprego e eu tentando manter a casa nos eixos .

- ECA , odeio legume , tem gosto de planta. - Resmungou Valerie .
- Porque os legumes são da família das plantas ? Valerie você é burra . - Retrucou Dave .
- Será que podem ficar quietos ? Valerie ou come os legumes ou nada de piano até ano que vem . Dave sua irmã não é burra , mais um insulto e eu ponho os dois de castigo . - Ameacei.
- Papai não vai pedir aquilo que eu pedi ...- Sussurou Valerie .
- Hum , Lilian , Valerie quer um cachorro . - Lucius disse sem cerimônia .
- Por acaso esqueceram do que ouve com Lotus ? - Lotus era um gato que chegou no jardin e resolvemos ficar , o coitadinho apareceu enforcado com a corda de brinquedo de Valerie .
- Nós prometemos não fazer de novo mamãe . - Dave disse .
- Quero que repensem na atitude horrorosa de vocês , não é essa a educação que estamos dando a você e sua irmã Dave . - Lucius disse sério .
- Não vai ter ser vivo nessa casa até vocês terem maturidade suficiente . - Disse por fim.
Apesar de tudo , eu e Lucius educamos nossos filhos dentro dos moldes exatos. Eu mesma criei uma rotina para ambos , os dois tinham aulas com Lucius. Eram crianças doces porém , algumas atitudes me assustavam pelo fato de serem apenas crianças , perguntava me se eles haviam aprendido em " algum lugar " ou se era DNA , Dave era mais complacente mas Valerie , me preocupava . Lucius e eu já havíamos tido diversas conversas sobre o temperamento ... Difícil das crianças .
- Hora de Dormir ! Sandra tire a mesa eu vou pôr as crianças na cama . - Eu disse levantando .
- Sim Lilian . - Sandra começou a retirar os pratos .
Valerie logo abriu os braços para Lucius , ela só dormia sentindo o cheiro dele . Eu tinha que ficar atenta , Lucius era o tipo de pai " estraga filho " .
- Venha querido . - Segurei a mão de Dave .
Subi com Dave até seu quarto , o ajudando a tomar banho e vestir seu pijama .
- Hora de Dormir meu amor ! - Sussurei o pondo na cama .
- Boa Noite mamãe , eu te amo , muito . - Disse Dave fechando os olhinhos.
- Também amo você , muito ! - Falei baixinho me curvando para beijar sua testa .
Quando finalmente Dave adormeceu , fechei as cortinas e fui ao quarto de Valerie.
- Mas a gatinha branca era filha de um leão muito bravo e forte , o velho lobo estava apaixonado por ela , então os dois fugiram para o Vale das Estrelas . A gatinha branca e o velho lobo tiveram duas raposinhas ... - Contava Lucius a Valerie que á altura da história estava em sono profundo .
Ele a cobriu , apagou as luzes e beijou sua testa.
- Bela história ! - Elogiei ironicamente .
- Sou criativo ! - Respondeu Lucius .
- É , eu sei . - Sorri
- Vou terminar umas coisas ... - Lucius disse sorrindo descaradamente.
- Vai jogar fora ou ainda embalar ? - Perguntei .
- Na verdade ainda está fresco , talvez machucado , não sei bem . - Ele era natural .
- Não acredito que você deixou alguem vivo durante o jantar ... Lucius se ele gritasse ? Se soltasse ? O que eu faria ? - Resmunguei indignada .
- Já viu alguém correr sem pernas e falar sem língua ? - Ele perguntou.
- Seu açougueiro . - Xiguei
- A graça é um conta gotas ! Se for rápida não se pode chamar de graça . - Lucius riu , calçando suas luvas pretas .
Descemos e eu fiquei na sala até Lucius terminar seu "afazer " , caso Sandra ou alguma das crianças acordassem eu teria como impedir que fossem até o porão .
Passou 1 hora até que descesse até o porão , pela graça de Deus ele já havia feito o que queria. O cheiro de sangue era insuportável , Lucius estava sentado de frente ao incinerador com um balde arremessando pedaços humanos ao fogo.
- Vou pegar água sanitária e óleo essencial . - Murmurei tapando do nariz .
Limpei aquela poça no chão , deixando aquele lugar mais agradável. Lucius levantou ligando a vitrola , me puxando de uma vez.
- Ei , o chão está escorregadio ! - Eu disse sendo girada .
- Guardei uma coisa pra nós ... - Ele disse se afastando .
Lucius trouxe uma garrafa , ele estava feliz e sereno . Os pés descalços , a blusa branca de mangas arregaçadas com respingos vermelhos e a calça preta.
- Qual o motivo da comemoração ? - Perguntei.
- A vida . - Ele foi retórico.
- Você acaba de estripar uma pessoa e quer brindar a vida ?! - Eu ri
- Sim. - Lucius sorriu de lado
Retribui o sorriso e nós brindamos , continuamos a dançar lentamente até que a música terminasse . Lucius voltou a sentar em sua poltrona me puxando outra vez mas ao seu colo , eu já estava meio tonta de vinho então repousei minha cabeça sobre seu ombro , ele ascendia e apagava um isqueiro prata .
- Porque quieto ? - Perguntei .
- Pensando como vou fazer na próxima vez . - Lucius respondeu.
- Melhor deixar isso para outro momento. - Falei , beijando seu rosto .
- Tem razão ! - Ele riu devagar , beijando me.
- Você está sujo de sangue melhor tomar um banho . - Sussurrei.
- Eu estive pensando ... Quer ir junto ? - Ele parecia sério mas estava apenas sendo irônico e eu sorri.
Em poucos minutos estávamos mergulhados na banheira do quarto meio bêbados , rindo baixo e sussurrando para não acordar ninguém .
- Veja a água está avermelhada . - Comentei.
- Não é meu. - Ele riu.
- Muito menos meu . - Eu ri outra vez , talvez os nossos humores estivessem aflorados.
Ele jogou água em mim , beijando me em seguida , suas mãos eram habilidosas sobre mim , qualquer toque que tínhamos era muito mais que só carnal , era espiritual também , nossa sintonia era como música . Certas coisas nem precisavam serem ditas pois os olhos diziam muito mais .
Anos se passaram e eu ainda desejava aquele homem , ainda ficava hipnotizada , ainda sentia o mesmo amor do início . Aquela hora de transparência e nudez não só do corpo mas da alma também , era a hora em que podíamos falar sem pensar , agir sem receio , sermos quem éramos de verdade .
Continuamos a nos divertir pois na manhã seguinte , voltariamos ao papel de adultos , sérios e normais .

       Continuamos a nos divertir pois na manhã seguinte , voltariamos ao papel de adultos , sérios e normais

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.














Green EyesOnde histórias criam vida. Descubra agora