Exagerada, extravagante, dramática... O que mais pode me definir ? Ah sim! Patricinha, isso também me defini.
Não que eu sempre quisesse ser patricinha, mas é que meus pais me estragaram.
Minha mãe é dona de uma agência de modelos. Meu pai é estilista. O que vocês queriam que acontecesse comigo ?
Minha mãe foi modelo, na época do auge do meu pai, eles se conheceram, ela engravidou e fim da história.
Quer dizer, fim não, e reticências.
Minha avó expulsou minha mãe de casa quando descobriu que ela estava grávida. E minha mãe foi morar com meu pai e meus avós paternos. Opa, acho que a história se repete.
Minha mãe desfilou mesmo grávida. E depois da gestação cuidou para voltar à forma logo. E conseguiu claro, mas quando voltou já estava meio enjoada no mercado.
Então decidiu abrir sua agência. Com a ajuda financeira do meu pai, lógico. E agora é a mulher que é. Bem sucedida.
Na minha infância eu era tratada como princesa, uma babá e a cozinheira da casa, Clarisse que até hoje trabalha com meus pais.
Sempre usei das melhores grifes, viajei para os melhores lugares, estive nos melhores desfiles e vivi nas melhores condições possíveis.
Meu pai era outro. Oh homem difícil de achar em casa! Quando eu era pequena quase não via os dois. Minha família era resumida a Marta, a babá e a Clarisse.
As duas me levavam para passear e liam histórias antes de eu ir dormir.
Quando eu acordava chorando porque tive um pesadelo quem me acudir era Marta, não minha mãe.
Quando eu caia e me machucava quem fazia o curativo era Clarisse, não meu pai.
Quando cresci já não precisava mais de babá e Marta foi dispensada. Ficando só a mim e Clarisse.
Quando eu dei meu primeiro beijo queria tanto contar para minha mãe, mas não dava porque ela estava desfilando uma nova coleção do meu pai em Milão, nada de mais.
Quando eu brigava com a Deborah por motivos idiotas e eu chorava, queria minha mãe para abraçar, não um travesseiro.
Quando eu tinha minhas paixonites e desilusões queria meu pai para rir e me dizer que os garotos não sabiam o que estavam perdendo.
Mas enfim. Pulando essa parte dramática familiar. Eu estou grávida. Olha que demais! Só que não! Eu fui expulsa de casa por isso. E minha mãe também tinha sofrido com isso quando tinha a minha idade.
E mesmo assim fez comigo. Mesmo sabendo como é difícil para mim dar às costas à minha família e seguir em frente para construir a minha, mesmo com dezesseis anos.
Clarisse sim me entendia. Ela sempre me dava uma panela de brigadeiro quando eu estava na TPM e chorando sem motivo nenhum.
Ela que me abraçava quando eu estava com medo de algo.
Acho que Clarisse tinha uma filha, mas nunca mais à vi. Acho que seu nome era Andréa. A única vez que a vi foi no meu aniversário de dez anos. Que inclusive foi um desastre. Na brincadeira da pinhata eu sem querer acertei nos países baixos do meu pai com o taco de beisebol.
Okay. Agora vamos a outro ponto importante da minha vida: Miguel.
Miguel sim eu tenho certeza que diferente dos outros foi o meu primeiro amor. Os outros foram paixonites inconsequentes.
Miguel eu amo. Tenho certeza absoluta disso. Tanto que quebrei uma regrinha minha e da Deborah. A nossa regrinha era avisar uma a outra quando achassemos que tínhamos encontrado a pessoa ou que era o momento. Eu várias vezes toquei nesse assunto com a Deborah, dizendo que era naquele momento ou nunca. E ela sempre me abria o olho dizendo "Esse garoto é um babaca, não presta".
E olha que engraçado. O mesmo garoto que ela costuma dizer as mesmas palavras, é o pai do meu filho.
Okay. Voltando ao Miguel.
Eu amo ele. Tá isso eu na disse. E vocês também já sabem que é desde que eu conheço ele.
Foi amor a primeira vista.
3/4 Bônus Um Ano de Aquele Garoto 🎁🎂🎈
Qua 20/04/2016 😍💕
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Aquele Garoto
Teen FictionEu me chamo Deborah Martins e tenho 16 anos, moro em São Paulo, estudo no segundo ano do Ensino Médio. Moro com meus pais: Flávia e Oscar Martins. E o meu irmão Miguel Martins (amo e odeio esse fubango). Tenho uma melhor amiga, Larissa Magalhães, el...