•Capítulo 69 - Então é fugir.

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Deborah Martins:

Terça-feira, 22 de Fevereiro ~
06h57 ~

Na varanda da casa do Felipe com o Felipe, olhando para o sótão da minha antiga casa...

— Queria tanto conhecer meu irmão. — Disse Felipe olhando para o nada. — Queria tanto ter um irmão.

— Ei! E eu? — Disse Lua sentindo-se ofendida.

— Eu te amo maninha. Mas eu também queria ter um irmão. — Disse Felipe.

— Você tem um irmão. Só não conhece ele ainda. — Disse eu.

— É. — Disse Felipe parecendo considerar meu comentário.

— Acho que vou dar uma de Deborah antes de conhecer a madrasta. — Disse Lua.

— Desmaiar no meio da rua, quebrar a perna, ficar três dias apagada no hospital e depois dar a louca com uma perna engessada? — Perguntei.

— Não. Só a parte de dar a louca. — Respondeu Lua rindo.

O carro de Luciano estacionou na rua, em frente a casa. Escutamos risos de criança e nos olhamos surpresos.

Não.

O Luciano vai mesmo dar uma de Oscar?

Felipe se levantou primeiro e o seguimos, inclinados na grade vimos Luciano, com uma criança e uma mulher.

Sim.

O Luciano está dando uma de Oscar.

— Ele não está fazendo isso mesmo. — Disse Lua repetindo meus pensamentos.

— Vai lá Lua, seu momento de dar a louca chegou. — Eu disse vendo o vulto deles sumindo em direção à porta.

Descemos até a sala onde estavam eles. O menino se escondeu atrás da mãe.

— Meninos, essa aqui é Olívia. — Disse Luciano. — Olívia, esses são Felipe e Lua, meus filhos.

— Olívia. — Resmungou Lua.

— E este aqui atrás da Olívia, é o Paulo. — Disse Luciano como se fosse casual. Como se todo dia ele apresentasse a amante e o filho tido fora do casamento para todos. — Diga oi para seus irmãos Paulinho.

Felipe encarou o pai firmemente.

— Oi. — Disse Olívia.

— Oi. — Respondeu Ivan. Lua encarou uns segundos a mulher de cima a baixo, deu as costas e seguiu escada acima. Ivan foi atrás dela.

— Olá, me chamo Deborah. — Disse eu. — Meu pai mora do outro lado da rua. E eu namoro o Felipe.

Dei uma leve cotovelada nele. Mas ele parecia não querer nem se mexer.

— Oi. — Disse secamente Felipe, depois fez igual a irmã, deu as costas e subiu as escadas. Fui atrás dele.

— Calma Oli, logo eles vão se acostumar. Se lembra da história que eu contei da namorada dele não é? — Disse Luciano segurando Olívia pelos ombros. Parei na metade da escada ao ouvir meu nome e me recordar da história da qual ele se referia.

— Acontece, — Eu disse já voltando a descer as escadas e seguir na direção deles. — que custou muito para me acostumar. E não foi fácil ver minha mãe sofrendo.

— Eles não irão ver a Sophia sofrer. — Respondeu Luciano.

— Claro, porque ela teve o exemplo da minha mãe, ela foi esperta o suficiente para ir sofrer longe dos filhos. — Eu disse cruzando os braços. — Bem, não vou me intrometer, minha experiência já foi traumática e complexa o suficiente.

Subi as escadas correndo. Não os dando chance de resposta. Felipe estava agora no quarto limpando os cacos de vidro estilhaçados do chão.

— Olha, ele é prendado. — Disse eu, parando e me encostando na porta.

— Já fez uma nova amizade? — Disse ele sério.

— Não entendi. — Eu disse franzindo o cenho.

— Demorou para subir. — Explicou Felipe.

— Ah. Isso. — Eu disse olhando para o resto da moldura do retrato. — Não. Só estava me defendendo.

Felipe me olhou curioso e fez um gesto com as mãos para eu continuar.

— Seu pai disse que uma hora vocês irão se acostumar com ela. — Eu disse. — E ele me usou como exemplo, por eu ter acostumado com a Mônica.

— Não acho que eu vá me acostumar. — Respondeu Felipe.

— Por que não? — Perguntei.

— Porque não vai dar tempo disso. Eu vou sair daqui logo.

— É o que? Sair daqui e ir para onde? — Perguntei.

— Não faço ideia. — Disse ele largando os cacos e sentando na cama. Dei alguns passos e me juntei a ele.

— Não faça nenhuma idiotice. Você nem tem para onde ir e está planejando fugir. Fora que se você simplesmente sumisse, sua mãe, seu pai, sua irmã e eu ficaríamos preocupados. Muito preocupados.

— Não é fugir. É sair de casa. — Disse Felipe.

— Você iria pedir permissão para sua mãe ou para seu pai? — Perguntei.

— Não. 

Então é fugir. — Eu disse e Felipe revirou os olhos.

— Não vou fazer nada antes de te avisar, OK? — Disse ele.

— OK. — Respondi.

Ele se aproximou e me beijou.

— Você poderia ter feito igual a sua irmã e simplesmente dado as costas, por que ainda cumprimentou? — Perguntei.

— Não falei com a Olívia, falei com o Paulo. — Disse ele dando aos ombros.

— Vai fazer o que? Ignorar ela quando se esbarrarem pela casa? — Disse eu.

— Aham. — Respondeu Felipe e eu ri.

Simplesmente esquecemos desse assunto e começamos a conversar sobre a escola e o aniversário de Lua que está chegando.

A ideia é fazer um aniversário surpresa de 15 anos. Nada de mais, até porque ela mesma não quer a cerimônia completa, e vai ser no sítio dos avós dela. Ou seja, é a oportunidade de juntarmos as primas do Felipe com a Larissa. E é claro que vai ser muito legal, já estou até ansiosa.

Eu ajudaria a organizar junto com Mareu, Thaís e Yasmim, e se a Larissa quisesse ajudar também estaria convidada.

Márcio e Mauro seriam responsáveis pela música.

Felipe, Fernando, Heitor e Gustavo por convidar amigos e os outros familiares para a festa.

Enfim, me parece que vai ser demais.

Ficamos até um pouco mais tarde acordados apenas assistindo televisão e mexendo nas redes sociais. Felipe até me pareceu um pouco melhor, porém muito cansado, tanto que dormiu primeiro do que eu.
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Olaaaaa!

Obrigada por lerem, continuem lendo, votando, comentando, porque já está acabando! 💔❤

AMO VOCÊS, ATÉ O PRÓXIMO CAPÍTULO!

Sex 02/08/2016 ✌❤✍

Aquele GarotoOnde histórias criam vida. Descubra agora