Deborah Martins:
Quinta-Feira, 4 de Fevereiro ~
14h54~
-Que bom que vocês chegaram! -Disse minha mãe assim que entramos em casa. Estava tudo uma bagunça.
Os móveis da sala estavam montados, porém plástico-bolha e caixas de papelão espalhados por todo o local. Os eletrodomésticos da cozinha todos estavam ainda em suas caixas.
Ajudamos ela a tirar as caixas e os plásticos da sala e dos quartos. Quando chegou na cozinha que foi difícil. Ter que tirar os eletrodomésticos da caixa, incluindo geladeira e fogão. Porém conseguimos depois de algumas tentativas.
Ah! Agora sim posso apreciar minha nova casa. A sala com as paredes cor de areia, um enorme sofá branco, uma televisão de 49', uma mesinha de madeira escura em cada canto dos sofá, uma mesa de madeira escura que suporta fácil seis pessoas, um tapete mesclado (escuro e claro) estendido entre o sofá e a televisão. Na parede da porta vários pregos prontos para pendurar retratos. No corredor um espelho médio.
Meu quarto! Uma cama box grande, uma televisão que deve ser de 42', uma penteadeira LINDA e uma mesa para computador.
O quarto do Miguel a mesma coisa fora a penteadeira. No dele tem muito mais espaço para ele colocar o que quizer.
O quarto da minha mãe e do Roberto a mesma coisa que o meu só que muito maior e com um banheiro.
-Finalmente tenho um quarto só pra mim! -Gritei e subi na minha cama pra ficar pulando. Sim, me deixa.
-Mentalidade: dez anos. -Disse Miguel entrando do meu quarto e me olhando pular para cima e para baixo.
-E agora eu posso realizar mais um desejo! Sai do meu quarto! Vaza! Quando quiser entrar tem que pedir permissão. Sai! -Eu disse saindo da cama, o empurrando para fora e fechando a porta na cara dele. Assim que fechei encostei as costas na porta e suspirei satisfeita.
Desfiz as minhas malas e arrumei todas as minhas coisas no guarda-roupa, na penteadeira e na mesa.
Me joguei na cama de olhos fechados cansada da maratona. Alguém deu dois toques na porta.
-Pode entrar. -Eu disse sem abrir os olhos alto o suficiente para quem quer que estivesse do outro lado da porta escutar. Minha mãe entrou olhando para o quarto e depois para mim.
-Me ajuda no almoço ? -Ela perguntou. Olhei para ela e depois para minhas pernas esticadas na cama.
-Nossa! -Eu disse descendo da cama. -Eu nem tinha notado que não tinha tomado banho.
-Hum! -Ela disse repreendo-me. -Vai tomar banho e depois vem me ajudar. -Ela fechou a porta e eu fui para meu guarda roupa. Peguei um short preto e uma regata verde, fui ao banheiro tomei meu banho e me troquei.
-Pronto! Ajudo em que ? -Eu disse parando ao lado da minha mãe que tirava água de dentro de uma bacia com batatas inteiras sem casca.
-Amassa essas batatas aqui enquanto eu cozinho a carne. -Ela disse me estendendo um treco estranho e a bacia com as batatas.
-Que isso ? -Eu disse rindo enquanto abria e fechava o negócio estranho.
-Serve pra amassar batata, não brincar. -Ela disse vendo eu me divertir com o amassador, se é que esse é o nome certo.
-Ta bom. Como faço isso ? -Perguntei olhando para a batata que era grande demais para caber na jaulinha onde amassa.
-Assim olha! -Ela pegou o negócio da minha mão e a batata, partiu ela em quatro e colocou uma das partes dentro do negócio de amassar. Ela apertou e saiu por baixo parecendo uma larva amarela e mole.
-Credo. -Eu disse olhando para a batata moída em um prato.
-Pensei que você gostasse de escondidinho. -Ela disse rindo da minha reação.
-E gosto. Mas parece... Um intestino amarelo. -Eu disse à fazendo rir.
-Tenho dó do Felipe. -Ela disse parando de rir aos poucos.
-Eu também.
Ela riu mais ainda e ficamos conversando sobre... Ah sei lá... Um monte de coisas, conversamos sobre a escola, os alunos, os professores, e aí minha mãe tocou no assunto do meu zero.
-Eu sei que você não gosta de química. Mas filha! As aulas mal começaram, não é possível que você tenha conseguido um zero em tão pouco tempo! -Ela tagarelava enquanto eu amassava as batatas.
Mudei de assunto, para como ela havia virado best friend forever da Brenda e eu não sabia disso. Ela também titubeou e mudou de assunto. Logo estávamos rindo de como o Miguel é lerdo igual ao meu pai em absorver notícias bombásticas e como eu sou uma bomba quando recebo uma notícia bombástica, porque a maioria das vezes só é uma notícia, mas como eu quase espumo vira bombástica.
Terminamos nossos a fazeres na cozinha e fomos para a sala afim de esperar o escondidinho assar no forno. Na televisão implorei para que ela deixasse no canal de clipes, já estava passando Cool For The Summer e claro não ficamos sentadas no sofá. Miguel apareceu de banho tomado e se juntou a nós.
-Okay, muito divertido, mas quero debater umas condições para vivermos bem e felizes de baixo do mesmo teto. -Disse minha mãe deixando a televisão no mudo. Assentimos e ela continuou. -Acho que vocês já puderam notar que o Roberto é muito organizado. Mas decidimos que... -Ela olhou para o nada e depois se voltou para nós. -Não há condições.
-Hã ? -Perguntei perplexa.
-Vocês vieram por livre e espontânea vontade. A única coisa que mudou é que nós nos mudamos de resto é tudo a mesma coisa.
-Uau. -Eu disse.
-Enfim, você tinha dito que vocês tinha condições, quais ? -Perguntou minha mãe se dirigindo a Miguel olhei para ele e esperei também.
-Era só manha. Se vocês tivessem condições eu também queria ter. E se agora tivesse alguma eu teria falado qualquer coisa. -Ele disse meio envergonhado.
Depois que Roberto chegou e tomou banho nos juntamos na mesa da sala e comemos o escondidinho conversando.
Não muito depois nos largamos no sofá, Roberto, Flávia e eu. Nesta exata ordem e Miguel no chão. Aos poucos nos retiramos da sala. Primeiro Miguel, depois Roberto, eu e minha mãe juntas. Me preparei para dormir e escovei meus dentes. Deitei e respirei fundo.
Na minha nova casa.
Com um novo integrante.
Com um quarto novo.
Com um quarto só pra mim onde posso fazer o que quizer porque não divido com ninguém.
Cai no sono sorrindo, pensando que poderia virar a noite na sacada olhando a lua que ilumina o céu, e ninguém iria me dedurar.
_______________________________26/02/2016 Sex ❤
VOCÊ ESTÁ LENDO
Aquele Garoto
Ficção AdolescenteEu me chamo Deborah Martins e tenho 16 anos, moro em São Paulo, estudo no segundo ano do Ensino Médio. Moro com meus pais: Flávia e Oscar Martins. E o meu irmão Miguel Martins (amo e odeio esse fubango). Tenho uma melhor amiga, Larissa Magalhães, el...