Aquele Garoto

•Capítulo 1 - Segunda do Luto - Parte I

Deborah Martins:

Depois de ficar acordada até as 5 horas da manhã conversando com a Lari (Larissa, minha melhor amiga) pelo whatsapp acordei às 10 horas quase não conseguindo levantar, olhei para meu lado esquerdo e vi a cama do Miguel (meu irmão) vazia. Levantei e fui ao banheiro, me assustei quando deparei com a minha situação, estava descabelada e cheia de olheiras, fiz minha higiene e voltei para o quarto. Abri meu guarda-roupa e peguei um short preto e uma regata básica preta e fiz uma maquiagem bem escura.

Vou explicar o motivo: Sou Dulcete, fã da Dulce María. Daqui dois dias ela faria um show aqui em São Paulo. O ÚNICO SHOW DELA NO ANO NO BRASIL e o último show dela no Brasil com o Tour Sin Fronteiras, eu era completamente apaixonada por ela! Minha mãe (Flávia) não me deixou ir ao show e proibiu meu pai (Oscar) de me pagar os ingressos.

Eu chorei muito por causa disso. E disse a ela que na semana do show eu ia somente usar preto e chamar essa semana de Semana do Luto. E como era segunda começava a minha Semana do Luto. Segunda do Luto. É, eu sei sou Dramática.

Desci e fui até a cozinha, encontrei minha mãe já sentada à mesa tomando café-da-manhã.

– Bom dia. – disse-me ela me olhando de cima a baixo com expressão aterrorizada por tanto preto enquanto pegava uma maça.– Vai mesmo levar a sério essa "Semana do Luto"?

Não a respondi e apenas a encarei com cara feia e fui pra sala. Me sentei no meio do sofá de três lugares e liguei a televisão, coloquei na Multishow, como ainda eram 10h30 da manhã estava passando TVZ.

Mal havia colocado no canal e já tinha começado o clipe Bang-Bang da Jessie J com participação da Ariana Grande e da Nicki Minaj. Deixei o controle na mesinha de centro.

Minha mãe se sentou ao meu lado direito, pegou o controle e coloca em um canal em que esta passando um noticiário qualquer chato.

– Ei! Cheguei primeiro! – exclamei revoltada.

– Resolveu falar comigo agora? – ela disse sem tirar os olhos da televisão.

A encarei feio, mas ela não pareceu se importar.

Meu pai havia traído minha mãe com a própria secretária. Eles se separaram mas continuamos morando de baixo do mesmo teto. Obviamente eles dormem em quartos diferentes e de vez em quando ele chega muito tarde em casa, mas ninguém aqui é tão inocente ao ponto de não saber onde ele poderia estar.

– Cadê Miguel? – perguntei.

– Está dormindo, não está? – finalmente ela resolveu me encarar esperando uma resposta. Pronto ferrou-se tudo, eu não sabia que ele tinha saído pra poder acobertar ele.

– É... Não, ele saiu cedo, eu acho, ontem as cinco horas da manhã ele ainda estava na cama dele. – tentei explicar.

– E o que você estava fazendo acordada até essas horas, hein Deborah?

Pronto, agora sim! Tentei o ajudar e me enrolei.

– E-eu... eu acordei... ouvindo um barulho... e olhei... olhei a hora no meu celular.

Não sigam esse exemplo, não mintam!

Ela não disse mais nada, só não fica total silêncio porque a jornalista na TV estava passando as noticias da manhã. Agradeci pelo quase silêncio e fui para a cozinha e jogar o que restou da maça no lixo e voltei para meu quarto. Mandei uma mensagem para Miguel:

Cadê você, sua peste? Sai e nem me chama. VAI FICAR GUARDADO!
Deborah Martins. 10h46.

Ele respondeu até rápido demais:

Tô aqui do outro lado da rua, ajudando os nossos novos vizinhos. Em falar nisso não diz nada pra mãe que eu sai e não avisei.
Miguel Martins. 10h46.

Sinto muito em lhe dizer que ela já sabe que você não esta aqui, eu perguntei na maior inocência pensando que ela sabia onde você estava.
Deborah Martins. 10h47.

Se eu me ferrar por sua causa eu juro que não vai ficar por isso.
Miguel Martins. 10h47.

Ah é? Qual sua acusação contra mim?
Deborah Martins. 10h47.

Você madrugando ontem com a Larissa.
Miguel Martins. 10h47.

VIADO!
Deborah Martins. 10h48.

FUBANGA!
Miguel Martins. 10h48.

Tô entrando com o novo vizinho, vai se preparando pra dar explicações...
Miguel Martins. 10h48.

Depois da última mensagem sai correndo até a escada e escutei Miguel se explicando para nossa mãe, ele dizia que só estava sendo um bom vizinho. Desci as escadas bem calma e fui em direção do sofá.

– Ei ei! Volta aqui Deborah, não está vendo que temos visita? – disse minha mãe enquanto eu parava e dava um giro sobre meus calcanhares.

Esse novo vizinho era simplesmente lindo! Ele era bronzeado, olhos castanhos caramelados e cabelos negros. Usava uma polo branca com uma bermuda azul marinho e um tênis azul turquesa.

– Felipe de Andrade. – disse o garoto esticando a mão para me cumprimentar e me olhando com um sorriso de lado que... Meu Deus! A voz dele provocou um arrepio estranho

– Deborah Martins. – disse eu retribuindo o cumprimento e apertando sua mão. Dava para ver seus músculos ressaltados na polo quando me cumprimentava.

– Então, Miguel, me ajuda aqui na cozinha por favor. Deborah seja educada. – disse minha mãe sumindo ao entrar na cozinha.

– Por que eu? – perguntou Miguel já a seguindo. Miguel parou na porta da cozinha para nos encarar furtivamente, cheguei a me surpreender com o olhar repentino, mas logo ele adentrou a cozinha também.

– Quer se sentar? – disse eu tentando ser educada como minha mãe pediu.

– Só se você me acompanhar. – ele me encarou profundamente meus olhos, me senti levemente hipnotizada, grudada ao chão sem poder me mexer.

– É... claro. – Dei um sorriso enquanto olhava para o chão sentindo meu rosto esquentar.

Por que eu estava agindo daquela forma?

Fui logo a frente me sentando no sofá, ele me seguiu e se sentou colado ao meu lado esquerdo, me afastei e ele se aproximou novamente.

Peguei o controle e liguei a televisão para esfriar meus pensamentos. Enquanto olhava para a televisão procurando um assunto pada quebrar o silêncio senti o seu braço direito passas pelos meus ombros me puxar para perto.
__________________________________
Primeiro livrooooooo!
Obrigada por lerem!
Estou aberta a sugestões para qualquer coisa. Hahahahah.
Comentem o que acharam.
Dê uma estrela se gostou!

Nossa que emoção primeiro livro! ✌❤☺

20/04/2015.

~

Revisão em 22/05/2017 ♥ (pouca coisa foi alterada para não perder a essência da primeira versão.)