Deborah Martins:
Sábado, 5 de Fevereiro ~
11h30 ~Não que eu não quisesse que Mônica estivesse bem ou que eu não quisesse ver ela. Achei mais justo a dona da carona e os filhos irem. Miguel só foi de brinde.
Em casa restou apenas Felipe, Theodor e eu. Péssimo. Até porquê eles não se dão bem. Já pensou se eles começam a discutir ou brigar ? Eu não sou forte o suficiente para separar uma briga deles, além do fato que era capaz de eu sair machucada.
Nem tanto. Theodor e Felipe não faziam a mínima questão de ter que ficar no mesmo espaço sozinhos, Theodor foi para a piscina deixando eu e o Felipe a sós.
-Porque exatamente você não gosta do Theodor ? -Perguntei para ele quando estávamos deitados no sofá, eu por cima dele, assistindo televisão.
-Não gosto. -Ele disse.
-Disso eu sei. Eu quero saber o motivo. -Eu disse com a cabeça encostada em seu peito, ouvindo cada batida de seu coração.
-Não gosto de pensar no que teria acontecido se não tivéssemos encontrado vocês naquele beco. -Ele disse e eu encostei meu queixo em seu peito para poder olhá-lo.
-Eu estava muito bêbada né ? -Perguntei sorrindo envergonhada de olhos fechados.
-Sim. Muito. Muito mesmo. -Ele disse e eu ri.
-Ta, agora diz, por que ? -Perguntei.
-Uma frase que ele disse no beco. Ele sabia que você estava bêbada e perguntei para ele se ele aproveitaria de você na situação que estava e ele disse "Pra mim tanto faz quem é ela, ou como ela tá, o que me importa é o..." ele não terminou a frase. -Felipe deu um longo suspiro e continuou. -Porque eu dei um soco nele.
Não disse nada. Apenas fiquei o olhando.
-Obrigada mais uma vez. -Eu disse. Felipe parecia estar confuso. -Por esse dia. Ter me defendido.
-Tudo bem. -Ele disse dando um beijo na minha bochecha, continuei muito perto e ficamos nos encarando por um tempo, até ele me puxar para um beijo. As mãos de Felipe que estavam nas minhas costas pareciam lutar contra ele, lutar contra a tentação de descer, de percorrer minhas costas.
Minhas mãos estavam de início em seu rosto, mas depois se passaram para sua nuca, o puxando mais para mim. Suas mãos pararam na minha cintura, como se tivesse um limite estabelecido exatamente ali. Paramos o beijo e nossas respirações irregulares preencheram a sala.
-Cada vez fica mais difícil me controlar. -Disse Felipe de olhos fechados. Dei um selinho nele.
-Eu sei. -Sussurrei. Não sei exatamente se estou pronta, mas cada vez, a cada beijo um pouco mais caloroso fica difícil se segurar e não ir até o final. Eu gosto do Felipe, gosto muito do Felipe. E não quero ser precoce como muitas garotas são.
-Sabe... tem uma coisa que eu já te perguntei, mas você nunca respondeu. -Disse Felipe meio hesitante. Eu sabia qual era a pergunta.
-Sim. Ainda sou virgem. -Falei encostando minha cabeça novamente em seu peito para ouvir seus batimentos, que estava rápidos. -E acho melhor você se acalmar ou seu coração não vai aguentar mais nada. -Eu disse sorrindo mesmo sabendo que ele não poderia ver. Pensei em fazer a mesma pergunta para ele, mas acho que prefiro não saber a resposta. Felipe colocou a mão direita em minha cabeça e começou a fazer carinho.
Meu celular que estava no quarto começou a tocar e eu tive que correr até lá para atender. Olhei o visor e atendi.
-Oi mãe! -Eu disse.
-O Ângelo está voltando para buscas vocês. -Ela disse.
-Okay. Não vai me dizer que a Mônica quer me ver ? -Perguntei sarcástica.
-Não exatamente. Seu pai acha que... Amn... Você não deveria ficar sozinha com seu namorado. -Explicou minha mãe baixinho.
-Não brinca! -Eu disse caindo na gargalhada.
-Eu tô falando sério Deborah. -Disse minha mãe querendo rir.
-Então tá. -Eu disse parando de gargalhar, Felipe apareceu na porta e ficou me olhando curioso.
-Logo o Ângelo está chegando aí. Tchau. -E ela desligou.
-O que foi ? -Perguntou Felipe entrando e parando diante de mim.
-Meu pai não quer nos deixar a sós. -Eu disse e o Felipe riu. -Eu mereço.
-O que será que ele acha que aconteceria com dois adolescentes de dezesseis anos que namoram e no caso sozinhos em uma casa com várias camas a disposição ? -Perguntou Felipe cênico enquanto seus braços passavam para minhas costas e eu segurava o cós de sua calça.
-Não sei, o que será que passa na mente dos pais ? -Perguntei cênica também. Nesse momento o interfone tocou na cozinha nos assustando. Me livrei dos braços de Felipe e corri até o interfone. Era o porteiro avisando que o Ângelo já estava nos esperando lá embaixo.
Descemos e Ângelo estava do lado de fora do carro encostado na porta do motorista.
-Cheguei para estragar a diversão de vocês. -Disse Ângelo sorridente.
-Não estragou nada. -Eu disse fazendo A Indiferente.
-Só lembrando que eu já tive a idade de vocês. -Disse Ângelo abrindo a porta de trás para mim.
-Ainda lembra ? -Disse Felipe depois de eu entrar logo me seguindo. Ângelo deu uma gargalhada animada e fechou a porta com estrondo. Ele entrou e deu partida no carro.
-Como estão as coisas no hospital ? -Perguntei mesmo sem querer tanto assim saber.
-Um clima... Tenso. -Disse Ângelo tomando a formalidade e seriedade.
-Como a Mônica está ? -Perguntei mais precisa.
-Você... Você vai ver quando chegar lá. -Ele disse pesaroso me encarando pelo retrovisor, olhei para Felipe e ele também me encarou sabendo que alguma coisa não estava certa aí.
Chegamos rápido ao hospital, o trânsito estava calmo, o que é pouco comum aqui em São Paulo.
Nem precisamos nos identificar na recepção, a recepcionista já sabia quem éramos, nos deu nossos crachás de visitantes e disse para irmos ao 3° Andar quarto 301.
Assim que a porta do elevador abriu vi minha família inteira parada diante de mim, uns sentados com olhares tristes e outros de pé andando em círculos.
Meu pai era o que mais doía ver triste, ele estava inconsolável e sei disso só de olhar para ele, ele estava sentado no chão, a gravata solta em seus ombros, o bleizer no sofá da sala de espera junto com a maleta de couro, os braços cruzados sobre o joelho e a cabeça encostada na parede olhando para o nada enquanto uma lágrima escorria por seu rosto. Foi difícil ver essa cena. Minha mãe estava ao lado dele, também sentada no chão ela acariciava o braço dele tentando o acalmar.
Tive que resisti a não sair correndo ao encontro de Brenda quando vi ela chorando junto com Ivan. Meu Deus o que aconteceu enquanto eu estava em casa ?
Meu pai levantou a cabeça e pareceu notar a minha presença, limpou a lágrima que escorria e eu não me segurei, corri ao seu encontro enquanto ele se levantava. Me choquei contra ele o fazendo perder o equilíbrio e dar uma risada falhada. Ele passou a mão em meus cabelos e acariciava minhas costas.
-Lembro que você fazia isso quando era pequena. -Ele disse baixinho. Apenas assenti também me lembrando.
-O que aconteceu ? Como a Mônica está ? -Perguntei rapidamente.
-A Mônica está em coma. -Disse meu pai em meu ouvido.
___________________________________AI MEU DEUS! A MÔNICA ESTÁ EM COMA!
Me senti um pouco cruel quando escrevi.
Passou. U.U
Fora do dia mas postado 😊
Feliz sexta feira santa!25/03/2016 Sex *-* <3
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Aquele Garoto
Fiksi RemajaEu me chamo Deborah Martins e tenho 16 anos, moro em São Paulo, estudo no segundo ano do Ensino Médio. Moro com meus pais: Flávia e Oscar Martins. E o meu irmão Miguel Martins (amo e odeio esse fubango). Tenho uma melhor amiga, Larissa Magalhães, el...