Flávia Martins:
Nossa, tanto tempo por aqui e eu nunca me apresentei à vocês não é ?
Olá, eu sou a Flávia, mãe do Miguel e da Deborah. Tenho 40 anos, pois é abafa o caso.
Eu era até um tempo atrás iludida pensando que o pai deles poderia voltar a viver comigo no espaço de marido, fiel e cuidadoso. Só que então ele decidiu colocar a mulher dele aqui dentro de casa.
Eu estou feliz com essa situação ? Não, eu não estou feliz com essa situação.
Eu posso fazer algo contra isso ? Não, eu não posso fazer nada contra isso.A não ser tacar uma faca nela ou colocar o travesseiro na cara dela enquanto ela dorme, mais aí eu viraria uma assassina e eu ainda tenho muito o que viver como uma cidadã livre.
Não posso fazer nada em questão a casa porque a casa está no nome dele e não queremos nos envolver em casos de justiça por conta da grande e gloriosa carreira de meu "marido".
***
23 de Janeiro
11 horas da manhã ~Estacionei em frente a minha casa, continuei com as mãos no volante como se ainda fosse dar partida.
"E agora ? O que eu faço da minha vida ? As únicas duas coisas mais importantes nela estão agora curtindo uma festa que vai durar três dias. Eu tenho três dias para curtir a minha folga deles, e eu nem sei o que fazer. Tanta coisa que eu queria fazer. Por onde começo ?". Penso enquanto olho para a porta de casa. "Começo pela parte em que vou ao shopping."
Dei partida mais uma vez e sai da frente de casa. Enquanto dirigia recebi uma ligação, me preocupei pensando que poderia ser um dos meus filhos.
-Alô ? -Perguntei depois de atender.
-Flávia querida! -Disse uma voz conhecida. Carla Furtado, uma antiga amiga minha.
-Carla! Nossa, quanto tempo!
-Então! Hoje meu marido teve uma reunião de negócios aqui em São Paulo e eu acabei por vir junto com ele. Ele vai dar um jantar para uns amigos dele e eu quero que você venha. Você vai vir né ? Só vai ter homem chato engravatado e eu não quero ficar só aqui.
-Como assim você vai ficar sozinha ? E as esposas dos amigos dele ? -Duvido que esse jantar vá ser assim.
-Um bando de peruas. Vem por favor ? -Ela disse em tom meigo.
-Okay, eu vou. Que horas e onde ? E espera. Qual a cor do seu vestido ? Não quero ir da mesma cor.
-Muito obrigada! As 20h na minha casa, você sabe o endereço, não é ? Meu vestido vai ser vermelho. Quero uma coisa marcante. Te espero lá. Beijos.
-Sei sim onde fica. Beijos. Até lá. -Desliguei.
Entrei no estacionamento do shopping e deixei o carro com o manobrista. Subi de elevador e fui direto para uma loja de grife escolher um vestido novo, droga, a Deborah é ótima pra essas coisas, uma pena que ela não esteja aqui. Não quero ligar pra ela, além de ela poder achar que sou uma mãe grudenta, eu posso atrapalhar a diversão dela.
Vi diversos vestidos, diversas cores. E nada de eu achar um vestido que me deixasse confortável.
Sai e entrei de diversas lojas. Até que em uma arara qualquer vi um vestido preto com uma gola, parecia lã e tinha umas partes prateadas. Experimentei e decidi, era essa mesma que eu iria levar.
Depois de pagar, fui naquela loja da minha amiga e olhei saltos que combinassem com o vestido. Um salto preto simples foi a minha escolha, comprei também uma meia calça um pouco mais escura que eu e uma bolsa de mão preta.
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Aquele Garoto
Novela JuvenilEu me chamo Deborah Martins e tenho 16 anos, moro em São Paulo, estudo no segundo ano do Ensino Médio. Moro com meus pais: Flávia e Oscar Martins. E o meu irmão Miguel Martins (amo e odeio esse fubango). Tenho uma melhor amiga, Larissa Magalhães, el...