Quatro anos atrás!
O último ano do colégio não me reservou nada de interessante, mas só o fato de ter visto Nash pela última vez, fez com que quase tudo valesse à pena.
Sabe porquê?
Porque foi um momento decisivo.
Ele ainda estava namorando com Bianca. Algo que achei estranho, porquê depois do sexto mês de namoro, os dois começaram a brigar de uma forma desinfreada.
Mas ainda assim, eles continuavam juntos.
Diferente de quando estava comigo... Que na primeira oportunidade me chutou sem ao menos ouvir a verdadeira versão da historia.
As vezes, eu ouvia alguns comentários nos corredores do colégio. Ou até mesmo algum burburinho dentro da sala de aula.
Como a esperança é a última que morre, tive sérias esperanças de que Nash havia voltado a ser o meu Nash. Mas me enganei. E o pior. Me enganei bonito.
- Paty, pode ir ao restaurante depois das aulas e dar uma ajudinha ao seu pai? - mãezinha pediu com aquela cara lambida que Deus lhe deu.
- Por quê?
- Por que estou mandando!
- Por quê o Pietro não pode ir? - retruquei já me estressando.
- Porque eu já mandei ele fazer outros serviços para mim! - deu de ombros e foi em direção à lavanderia.
Nessa época, eu havia passado muito tempo no restaurante do meu pai. Sempre dava uma passadinha depois da aula para lhe cumprimentar...
Bom, eu ía mesmo para ver o Nash. Pensa em uma garota trouxiane. Pensou? Prazer, eu!
A verdade, é que eu queria muito conversar com ele e ajeitar o nosso lado. Mesmo que fosse para sermos amigos. Eu não aguentava mais passar por ele em todos os cantos e nem um OI receber.
Mas depois de inúmeras tentativas de trocar algumas palavras com ele e sempre ganhar uma má resposta, acabei por desistir.
- Você sabe que não vai poder fugir dos seus sentimentos para sempre, não sabe? - ela me tirou dos meus desvaneios. Colocou algumas peças de roupas na máquina e a ligou.
- Mãe, eu estou fugindo do Nash e não do que sinto por ele. - suspurei me debruçando sobre um pequeno balcão. - Até porquê... Não dá para fugir dessa porra de sentimento.
- Não queria que você começasse a sofrer por amor assim tão nova, filha!
- E quem disse que tô sofrendo? - Cruzei os braços e entortei a boca.
- Deve achar que sou burra! - ela semi-cerrou seus olhos em mim. - Janis me contou que você tentou falar com ele semana passada.
- Aquela traidora. - revirei os olhos. Janis sempre foi uma linguaruda. - Viu? Mais um motivo para eu NÃO ir ao restaurante.
- Pois eu já acho exatamente o contrário. - disse ao virar uma peça de jeans do lado avesso. - Deve mostrar à ele que você não está abalada. Que está bem sozinha. E que não precisa de nenhum homem ao seu lado para ser feliz.
- Quer que eu finja ser quem não sou?
- Eu quero que você viva a sua vida sem ter tantas preocupações. Me desculpe filha... - ela deixou a peça de roupa dentro do cesto e me olhou. - Mas ao meu ponto de vista, vocês dois já não tem solução. Ele está feliz do jeito que está. Procure ser feliz também.
VOCÊ ESTÁ LENDO
|| Confissões da Paty - Livro 2 ||
Teen FictionO colégio ficou para trás e junto dele, ficou os passeios bobos, brigas tolas e romances frustrantes. Contas! Faculdade! Dividir o apê com a amiga! A boa fase acabou. Patrícia descobriu que sua vida não era tão difrente ao da sua mãe, que ter dois...