3. Falta de ar!

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Quatro anos atrás!

O último ano do colégio não me reservou nada de interessante, mas só o fato de ter visto Nash pela última vez, fez com que quase tudo valesse à pena.

Sabe porquê?

Porque foi um momento decisivo.

Ele ainda estava namorando com Bianca. Algo que achei estranho, porquê depois do sexto mês de namoro, os dois começaram a brigar de uma forma desinfreada.

Mas ainda assim, eles continuavam juntos.

Diferente de quando estava comigo... Que na primeira oportunidade me chutou sem ao menos ouvir a verdadeira versão da historia.

As vezes, eu ouvia alguns comentários nos corredores do colégio. Ou até mesmo algum burburinho dentro da sala de aula.

Como a esperança é a última que morre, tive sérias esperanças de que Nash havia voltado a ser o meu Nash. Mas me enganei. E o pior. Me enganei bonito.

- Paty, pode ir ao restaurante depois das aulas e dar uma ajudinha ao seu pai? - mãezinha pediu com aquela cara lambida que Deus lhe deu.

- Por quê?

- Por que estou mandando!

- Por quê o Pietro não pode ir? - retruquei já me estressando.

- Porque eu já mandei ele fazer outros serviços para mim! - deu de ombros e foi em direção à lavanderia.

Nessa época, eu havia passado muito tempo no restaurante do meu pai. Sempre dava uma passadinha depois da aula para lhe cumprimentar...

Bom, eu ía mesmo para ver o Nash. Pensa em uma garota trouxiane. Pensou? Prazer, eu!

A verdade, é que eu queria muito conversar com ele e ajeitar o nosso lado. Mesmo que fosse para sermos amigos. Eu não aguentava mais passar por ele em todos os cantos e nem um OI receber.

Mas depois de inúmeras tentativas de trocar algumas palavras com ele e sempre ganhar uma má resposta, acabei por desistir.

- Você sabe que não vai poder fugir dos seus sentimentos para sempre, não sabe? - ela me tirou dos meus desvaneios. Colocou algumas peças de roupas na máquina e a ligou.

- Mãe, eu estou fugindo do Nash e não do que sinto por ele. - suspurei me debruçando sobre um pequeno balcão. - Até porquê... Não dá para fugir dessa porra de sentimento.

- Não queria que você começasse a sofrer por amor assim tão nova, filha!

- E quem disse que sofrendo? - Cruzei os braços e entortei a boca.

- Deve achar que sou burra! - ela semi-cerrou seus olhos em mim. - Janis me contou que você tentou falar com ele semana passada.

- Aquela traidora. - revirei os olhos. Janis sempre foi uma linguaruda. - Viu? Mais um motivo para eu NÃO ir ao restaurante.

- Pois eu já acho exatamente o contrário. - disse ao virar uma peça de jeans do lado avesso. - Deve mostrar à ele que você não está abalada. Que está bem sozinha. E que não precisa de nenhum homem ao seu lado para ser feliz.

- Quer que eu finja ser quem não sou?

- Eu quero que você viva a sua vida sem ter tantas preocupações. Me desculpe filha... - ela deixou a peça de roupa dentro do cesto e me olhou. - Mas ao meu ponto de vista, vocês dois já não tem solução. Ele está feliz do jeito que está. Procure ser feliz também.

|| Confissões da Paty - Livro 2 ||Onde histórias criam vida. Descubra agora