33. Um Sinal

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— A campainha está tocando. — estava no banheiro tomando meu banho, quando Janis esmurrou a porta.

— Não tem mão? Abre a porta! — resmunguei brava, Fechei os olhos para lavar a espuma de shampoo que estava no cabelo e senti um ar frio passa pelo meu corpo. — Hey!

— Você quem mandou abrir a porta! — sorriu debochada. Janis estava precisando de uns tapas na cara.

— Engraçadinha você. Está frio, fecha essa porta. — abracei a mim mesma, não porque eu quisesse tapar meu corpo e sim porque realmente estava frio.

Janis riu baixo enquanto deixava o banheiro para atender a porta, rolei os olhos descrente que essa mulher fosse minha amiga desde a infância, como a suportei por tanto tempo?

Desliguei o chuveiro sem pressa nenhuma de sair para me trocar, na verdade, eu poderia fingir estar com uma dor de cabeça forte e não sair do quarto.

— Não. Vai bancar a covarde logo agora? — sussurrei para mim mesma.

Enrolei meu corpo na toalha, calcei minha chinela havaianas e parei em frente ao guarda roupas sem ter ideia nenhuma do que vestir. Tentei controlar meu nervosismo que crescia a cada minuto que se passava, meu coração parecia prestes a entrar em uma escola de samba. Eu precisava me acalmar, só não sabia em como fazer isso!

— Pietro chegou! — Janis gritou, certamente estava na sala.

A notícia foi bem vinda, consegui respirar ao saber disso. Balancei a cabeça e vesti meu shorts preto rasgado e uma blusa básica, eu estava em casa e não precisava mais do que isso. Dispensei o uso de maquiagem, talvez, por conta do meu nervosismo, eu viesse a borrar tudo na hora de passar.

Respirei e inspirei enquanto me olhava ao espelho.

— Nash também está aqui! — ouvi o grito novamente da minha amiga.

Tá.

Já pude ouvir ao fundo Maísa cantando a trilha sonora da minha vida: "Meu mundo Caiu!"

Repensei no caso da maquiagem e achei melhor passar ao menos um blush para dar cor ao meu rosto, porque já estava branca que nem papel e passei um gloss só para dar aquela disfarçada básica mesmo.

Respirei, inspirei.

Arrastei meus pés até a pequena escada que me dava acesso a sala e já fui descendo conferindo quem estava sentado no sofá, sorri ao ver minha sobrinha linda. Pequena. Confortável e alheia ao que acontecia à sua volta. Queria ser ela.

— Paty! — Pietro veio ao meu encontro, antes disso, ele conversava animado com Nash encostado nas costas do sofá.

— Oi, mano! Tudo bem? — o abracei e meus olhos foram direto em Melany, como sou uma tia babona foi fácil sorrir olhando aquela pequena criatura. — Cadê a princesa da tia? — me afastei de Pietro rapidamente e fui em sua direção. — Oi, Bianca.

— Oi, Paty. — sorriu ao me cumprimentar. — Não sabia que havia mais visitas hoje.

— Eu também não sabia! — sussurrei e mordi os lábios. — Ideia da Janis!

— Já suspeitava. — riu baixo. — Quer pegar? — ofereceu já deixando Melany em meus braços.

Peguei ela com cuidado, mas a verdade era que eu amava crianças e pensar nesse assunto me fez lembrar de outra pessoa. Nash. Nossa!

— Nossa! Eu esqueci de você ai... — sorri constrangida enquanto caminhava ao seu encontro.

E esse foi o momento mais embaraçoso na minha vida.

|| Confissões da Paty - Livro 2 ||Onde histórias criam vida. Descubra agora