9. Culpa de quem?

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Quarta-feira

Eu sou dessas que acha que, certas coisas não devem ser mencionadas em voz alta e, jogar na minha cara que eu continuo sendo aquela garota chata e, infantil inclue nessas coisas que não devem ser citadas.

- Acho que meu cérebro já amadureceu bastante. - argumentei após ouvir as palavras cruéis de Janis.

Ela estava debatendo o quanto eu parecia infantil em tramar algo para evitar o jantar do Richard com a Geórgia. E eu queria que ela se fodesse com sua opinião. Não preciso dela para seguir minha vida.

- Ele e mais nada!

- Pare de implicar comigo, Janis. O que faz em Orlando? - sorri de canto.

Consegui atender o celular após cinco toques ignorados com sucesso, pensei que estava sonhando, por isso, meu cérebro demorou para entender que havia alguém me ligando. E esse alguém era Janis, a desaparecida.

- Minha mãe teve um infarto!

- Sério? E ela está bem? - perguntei preocupada.

- Infelizmente sim! Nem o diabo a quer.

Apesar dos anos que se passaram, Janis e sua mãe não conseguiram se acertarem. Hoje, elas se odeiam mais do que antes.

- Credo, amiga! Não fala assim, eu ein! - levantei devagar procurando pelas chinelas. - E quando você volta? Fiquei preocupada, fui até o apartamento do Lucas perguntar por você.

- Devo voltar no fim de semana, à menos que ela decida morrer logo! - houve um silêncio. - Lucas e eu não estamos dando certo.

- Vocês também? - rolei os olhos entrando no banheiro. - tia Mari e o tio Fábio vão divorciar.

- Vê lá! - disse surpresa. - Quem diria, ein?

- Né! - respondi enquanto escovava os dentes.

- Aff! Meu pai está chamando. Nos falamos depois e, me deixa a par do que você for fazer!

- . E o baseado? - questionei novamente.

- Não trouxe nenhum! - respondeu irritada.

- Isso não quer dizer que você não vai comprar! - a repreendi.

- Pode confiar em mim ao menos uma vez na vida? - rebateu ofendida e então me calei. - Ótimo, nos falamos outra hora.

Respirei fundo, me troquei e fui para o meu trabalho. Graças a Deus não teve movimento na editora, porque sinceramente, eu estava esgotada e, planejar um meio de destruir o encontro da aranha venenosa com o Richard consumiu minha paciência.

- Oi, pai! - cumprimentei o senhor Eduardo assim que entrei no Tropicalles.

- Oi, filha! Milgare te ver por aqui. Veio almoçar?

- Sim. Tenho quarenta minutos antes da faculdade. - joguei minha bolsa no balcão.

- E o trabalho?

- Tranquilo. Conversei com a mãe ontem, ela não parecia feliz! - puxei uma cadeira e me sentei.

- Então já sabe o que seu tio aprontou. - suspirou pesado. - Sua mãe está tentando ajudar, mas não há muito o que fazer. - respondeu após mandar o garçom trazer algo para mim comer.

- Acho que convém mais que ela volte e traga a Aisha até eles se resolverem, pai. Tenho pena da menina tão novinha tendo que presenciar a briga deles.

- Concordo. Vou ligar para sua mãe agora e conversar com ela, já volto!

Logo o garçom trouxe o meu pedido e, logo em seguida Nash apareceu. Olhei no relogio e ainda faltava meia hora.

|| Confissões da Paty - Livro 2 ||Onde histórias criam vida. Descubra agora