Brothers || Ziall Horlik

Chapter 03

PVO Niall

O vento, o sol da manhã de sábado batia quente em mim e meu pai, estávamos terminando de montar os últimos detalhes do galpão acoplado na nossa garagem. Minha mãe estava ajudando sentada em sua poltrona com um gelado copo de chá e uma revista em mãos.

"Não pise em minhas flores!" Ela gritou para nós. Meu pai apenas revirou os olhos ignorando o pedido de minha mãe, mas continuou a sorrir enquanto colocava o ultimo pedaço de madeira. Vi quando ele me pediu para ficar calado enquanto levantava-se e pegava a mangueira de água. Sorri enquanto observava ele molhar sua esposa. Ela gritou assustada e começou a correr atrás de meu pai pelo quintal como duas crianças. Tudo o que eu conseguia fazer era rir dos dois, até que ambos começaram a se beijar e meu pai vir até mim terminar nosso trabalho.

Colocamos a base no chão, e então começamos a montar a primeira parede. Segurei-a enquanto meu pai em movimentos rápidos colocava cada pedaço de madeira agilmente. Limpei a garganta antes de focar em sua expressão concentrada e soube que aquele seria um bom momento para que eu tivesse uma conversa com ele sobre a nova pessoa que tinha entrado em minha vida.

"Então... uhh... Pai? Eu acho que gosto de um cara..." Disse nervoso. Ele olhou para mim e sorriu antes de pedir com um aceno para continuar o que eu queria dizer. E isso tinha afastado qualquer medo em mim sobre sua opinião de que seu filho mais novo fosse provavelmente gay. Eu sinceramente não sei se sou, mas sei que realmente gosto do Luke e acho que ele também gosta de mim.

"Posso sair com ele? Vocês podem conhecê-lo, ele é um bom garoto. E eu só queria um tempo a mais com ele fora da escola." Disse lentamente sentindo meu rosto corar por estar falando esse tipo de coisa com meu pai. Ele levantou-se e andou ao redor de mim para poder pregar o outro lado da parede, em seguida ficou parado me observando.

"Com esse tempo fora da escola você quer dizer, estar sentado, por pelo menos cinco metros longe um do outro e nem pensar em toques, certo?" Ele me perguntou, me fazendo corar ainda mais. Concordei com suas palavras, pois ambos sabíamos que eu estava longe de ter alguma coisa séria. Segurar as mãos e abraçar tinha sido o mais longe que tínhamos ido, talvez um beijo, mas eu nunca tinha beijado ninguém, então eu não tinha certeza se tinha sido realmente um beijo. Ele andou mais uma vez ao redor de mim se posicionando na parede oposta, porém ao se abaixar notou que estávamos quase sem pregos.

"Niall, você pode ir pegar um pouco mais de pregos na garagem para mim? Eles devem estar na caixa de ferramentas." Meu pai disse. Assenti e fui até as portas dos fundos da garagem. Quando abri a porta ouvi socos ecoarem pela garagem. Coloquei apenas minha cabeça pela brecha da porta e vi Zayn socando o saco de areia.

Ele não usava camisa exibindo todas as suas tatuagens que eu gostava, secretamente, mesmo que nossos pais odiassem. Ele tinha suor cobrindo todo seu corpo e gotículas pingavam no concreto todas as vezes em seus punhos acertavam o saco de areia. Porém, o que realmente me fez parar de observá-lo foram as lágrimas escorrendo pelo seu rosto e os pequenos e silenciosos soluços que escapavam por seus lábios.

"Estúpida família perfeita" Zayn gritou para o saco de pancadas antes de ele abraçar o mesmo e lentamente cair de joelhos. Vi ele cair no chão, e em seguida seu soluço rasgou pelo lugar. Devagar fui me aproximando e me ajoelhando ao lado dele.

Ele olhou para mim e dei-lhe um pequeno aceno para ele deixar sair qualquer que fosse a raiva que sentia e me deixasse cuidar dele pela primeira vez. Zayn lentamente foi largando o saco de pancadas e arrastou-se ainda de joelhos até mim.

"Meu?" Me perguntou como sempre fazia quando éramos pequenos. E eu soube que aquele era o momento em que eu podia segurá-lo. Também sabia que ele estava me perguntando se eu ainda podia ser seu irmãozinho a quem ele iria proteger dos valentões no futebol, ou até mesmo esgueirar-se até meu quarto para secretamente cuidar de mim. Abri meus braços, mas ele mostrou seu lado dominante de irmão mais velho e logo eu estava sendo puxado até seu peito suado.