Era o final da tarde quando decidi comprar algo para comer, visto que meu pai demoraria mais que eu esperado na empresa e minha mãe estava muito ocupada corrigindo os trabalhos dos seus alunos para fazer algum lanche pra mim.
Não que ela não pudesse fazer mas, eu preferi não incomoda-la. Quando sua mãe é sua professora de artes, é melhor não incomoda-lá quando ela corrige seu trabalho e os dos outros alunos. O fato surpreendente é que, meus desenhos não passam de bonecos de palito enquanto minha mãe faz auto retratos. Realmente, eu não herdei a veia artística dela.
Saí de casa vestindo, um casaco cinza e leggings por culpa do frio daquela tarde, o céu estava laranja e meus passos eram rápidos até a lojinha de conveniência mais próxima.
Adentrei no estabelecimento que, mantinha a mesma música lounge desde a última vez queda entrara ali, acenei para o rapaz no caixa, já conhecido por Jackson, e fui até a sessão de macarrões instantâneos.
Olhei alguns preços e alguns sabores mas nenhum deles me apetecia, suspirei concentrada nos ingredientes de um com um sabor mais apimentado quando ouço uma voz chamar:
— Querida?
Me viro e encontro uma idosa com alguns pacotes de macarrão em mãos. Ela olhava fixamente para as embalagens deixando seus olhos menores do que já eram.
— Sim? - Perguntei me aproximando da mulher e ela voltou os olhos para mim.
— Poderia ler os preços desses dois modelos? Eu esqueci meus óculos em casa e minha visão já não é mais tão boa. - Ela riu fraco e eu sorri assentindo.
Peguei as duas embalagens e rapidamente disse o preço á idosa.
— Esse custa 4,50 e esse daqui 5,30.
— Ah, obrigada querida. - Ela agradeceu olhou para o pacote em minhas mãos. — Se me permite dizer, a qualidade desse macarrão não é muito boa.
Olho para a embalagem do pacote que parece bem convidativa, em seguida, volto meus olhos para a idosa perguntando:
— Sério?
— Sim, eu tenho um restaurante chinês aqui perto, meus clientes não gostaram quando comprei desta marca, aconselho-a a comprar desta daqui. - Ela estendeu um pacote que estava em suas mãos e eu o peguei lendo-o.
— A senhora tem um restaurante aqui perto? - Perguntei sorrindo e ela assentiu da mesa forma. — Eu gosto de experimentar novos sabores, se importaria se eu passasse lá depois?
— É claro que não, seria um prazer, aqui está o endereço. - Ela puxou a carteira da bolsa e de lá tirou um cartãozinho empresarial entregando-o à mim. — Espero que goste! Venha quando puder.
— Irei, pode deixar, obrigada pelo cartão e pela dica. - Agradeci e ela sorriu acenando e se dirigindo para fora da área dos macarrões instantâneos.
Sorri pela gentileza da idosa e olhei para o cartão que eu havia acabado de receber. Lanterna De Papel era o nome do lugar, olhei o endereço e guardei o cartão no bolso da calça.
Fui até o caixa e paguei pelo macarrão instantâneo. Agradeci ao caixa e segui caminho para casa, já estava escuro quando cheguei em casa. Minha mãe estava no sofá assistindo algum programa, eu passava pela sala quando ela me perguntou:
— Na sua classe tem alguém novo?
— Tem, sim, um menino. - Respondi indo até a cozinha e colocando a embalagem no microondas para que o conteúdo esquentasse.
— Ah sim, eu estava em duvida, se chama Luhan, não é? - Respondi com um "sim" alto da cozinha. — Ele veio da onde?
Tirei o macarrão do microondas e peguei um garfo indo até a sala, me sentei na mesa e respondi:
— Aparentemente da China.
Mudei de assunto enquanto comia o macarrão que saciaria minha fome até a manhã seguinte acreditava eu. Assim que os assuntos terminaram entre eu e minha mãe, me despedi dela e fui para o meu quarto.
Passei algum tempo no computador até que só sono chegasse e me fizesse ir para a cama.
Acordei no dia seguinte antes do despertador, o que se trata de uma coisa raríssima, um fato histórico, quando se trata de mim. Levantei da cama e fui até o banheiro, tomei um banho mais longo lavando meu cabelo e usando um óleo que minha mãe me dera no meu aniversario mas, eu nem sequer havia aberto.
Após o banho, sequei meu corpo vestido um conjunto íntimo, sequei meu cabelo com um secador e vesti uma jardineira jeans com uma blusa branca.
Calcei meus tênis surrados, grandes amigos das piores horas. Organizei minha mochila enquanto os raios de sol cruzavam meu caminho no quarto e desci as escadas roubando uma barrinha de cereal de morango da vasilha sob a mesa da cozinha.
Ao sair de casa, percebi que teria que mudar meu caminho pois, logo à frente um grupo de trabalhadores de uma companhia elétrica realizava cortes em árvores que atrapalhavam a fiação elétrica. Suspirei pela mudança da minha rota mas, segui por um caminho alternativo.
No entanto, ao ver o semblante do garoto chinês a sair do ônibus assim que eu passava pelo ponto, me fez sorrir e agradecer aos profissionais da elétrica. Apertei o passo até pegar o menino usando seus fones de ouvido, desprevenido.
Luhan se virou rapidamente tirando os fones de ouvido ao sentir minhas mãos sobre seus ombros. Ele sorriu fechado ao perceber que era eu e falei:
— Devia prestar mais atenção, eu poderia ser uma ladra.
Ele riu e comentou:
— Não levaria muita coisa, mas agradeceria se levasse meus livros de matemática.
— Uh! Nem que me pagassem, você também é um adversor da matemática? - Ele assentiu e eu sorri satisfeita que alguém também pudesse entender o quão difícil é ser de humanas em um mundo de exatas.
— Sem duvidas, não me dou bem com números. - Ele falou e nós continuamos a conversar o caminho inteiro até chegar ao edifício escolar.
Logo na entrada, eu vi a presença de Henry e seus amigos fitando Luhan como e fosse uma presa, engoli seco a cada passo que nos aproximávamos do grupo parado na entrada.
Entretanto, respirei fundo e entrelacei meu braço esquerdo no direito de Luhan, surpreendendo o garoto inicialmente mas, assim que viu que Henry não faria nada pois estava comigo, ele se sentiu aliviado.
Lancei um olhar ácido para Henry que grunhiu para mim desistindo de tentar algo com Luhan. Assim que já estávamos longe do grupo de valentões eu ri envergonhada e me afastei do menino.
— Obrigado. - Ele falou antes que eu pudesse pedi qualquer desculpa pelo ato impensado.
— Ah... de nada. - Falei tentando não deixar evidente o rubor nas minhas bochechas mas, eu vi o mesmo tom colorir a pele das bochechas alvas de Luhan.
Aquilo me fez notar o quão adorável ele conseguia ficar, quando embarassado. O que eu estou pensando? Sacudi a cabeça rindo baixo daquele pensamento que foi rapidamente exilado da minha mente.
— Então, vamos para a sala? - Cortei o silêncio que se instalara entre nós dois e ele assentiu.
Caminhamos até a sala, onde nos separamos para sentar em nossas carteiras. Assim que a figura alta de Vincent entrou na sala, logo veio falar comigo, o que era normal mas, ele não falou nem mesmo um bom dia, já dizendo:
— Você é o novato chegaram juntos? Vi vocês de braços dados agora pouco.
Seu tom sério e suas sobrancelhas cerrada sem fez perceber uma leve pitada de ciúmes na sombra de suas palavras, o que me fez rir das mesmas.
— Vincent, que cisma é essa com o calouro?! Nos conhecemos há pouco, eu o encontrei no caminho para cá, pare com isso, já é a segunda vez.
— Tudo bem, eu só me preocupo com você. - Ele disse sorrindo e tocando na ponta do meu nariz com a ponta de seu indicador.
Ambos rimos e ele voltou para seu lugar...
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AMERICAN SKY 》 Luhan
FanficLuhan, aos seus 16 anos se encontra sem saída junto com sua família, que vê seu negócio ir a falência no interior da China. Com a falta de dinheiro, os pais do rapaz o transferem para a casa da avó materna nos Estados Unidos para passar um tempo lá...