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Então, era oficial, eu e Luhan estávamos namorando, oficialmente namorando. Ugh, isso soa tão filme americano de 2010. Enfim, eu havia superado minhas inseguranças sobre nós e sabia que estava pronta pra algo mais firme.

Chegamos na sala de artes, vulgo, sala da minha querida mãe, que logo notou que havia algo diferente entre sua filha e o estudante chinês. Os alunos haviam se acomodado nas cadeiras enquanto minha mãe caminhava na direção de sua mesa após fechar a porta.

Ela se recostou na beirada e eu senti uma pontada em meu estômago, puta merda Luhan, foi ali. Eu ouvi uma baixa risadinha vindo de Luhan o que me fez sentir-me culpada mais ainda, aquela mesa nunca mais seria a mesma depois daquele dia.

— Certo alunos, exibam seus trabalhos e eu passarei de dupla em dupla avaliando-os.

Minha mãe pediu e todos mostraram suas telas, Vincent, malandro do jeito que era, havia feito dupla com um dos artistas da sala, George, apenas para não levar um zero na média, sua tela consistia em uma pintura de conceito futurístico indicando gráficos de um vídeo game, estava bonita, mas não chegava aos pés da obra do meu namorado.

Uh, isso é tão estranho. Olhei para Luhan que parecia distraído demais sorrindo para as telas alheias nem percebendo meu olhar sobre ele. Meu namorado... Olhei para o chão. Estranho de dizer, vamos manter "Luhan" por enquanto, Hazel.

Minha mãe finalmente chegou maminha dupla com Luhan, ela analisou a obra em si, a palheta de cores escolhida, a técnica, tudo, minha mãe era uma ótima crítica de artes. Ela grafou algumas anotações em sua prancheta e olhou de soslaio para nós dois.

Fizeram um ótimo trabalho.

Ela sorriu fechado e deixou alguns tapinhas nas costas de Luhan antes de ir em direção à outra dupla. Desviei meu olhar para Luhan e ele tinha a mesma expressão que eu: receio. Então, ele sussurou:

— Por que eu sinto que ela sabe o que aconteceu?

— Vire essa boca pra lá, se minha mãe descobre eu estou morta.

— E quanto á mim? Seu pai vem atrás de mim com suco de limão e facas!

Minha mãe pigarreou chamando a atenção de todos os alunos ali presentes. As conversas se cessaram junto com meu assunto com Luhan.

— Felizmente, ninguém ficará com uma nota abaixo da média na avaliação das telas, todos fizeram um ótimo trabalho. - Ela sorriu satisfeita e todos bateram palmas. — Bom, vamos dar continuidade à aula, vamos aprender sobre cubismo hoje...

Eu gostava das aulas de artes, por mais que fosse uma hora a mais que eu tinha que ficar presente da minha mãe, eram aulas boas, mas eu também adorava me distrair em Luhan. Vê-lo concentrado em sua técnica, tirando algumas dúvidas com minha própria mãe, qualquer ato, por mais simples que fosse, me deixava completamente atraída por ele.

Era finalmente a hora da saída, como de costume eu e Luhan caminhávamos até em casa, no entanto, daquela vez, ele desviou do caminho me guiando até pararmos enfrente à uma padaria na região que eu costumava ir pelas manhãs.

— O que você precisa comprar?

Perguntei e ele abriu a carteira aparentemente contando as moedas para ver se tinha dinheiro suficiente para o que queria comprar.

— Me dê só um minuto, eu já volto, me espere aqui fora.

Ele entrou na padaria me deixando parada enfrente ao estabelecimento, suspirei e tirei meu celular da mochila afim de ver se havia alguma mensagem, havia uma de Vincent.

Você e Luhan estão mesmo namorando? Ouvi alguns boatos hoje pela escola.

Revirei os olhos e guardei o celular dentro da bolsa fechando-a em seguida. Vincent é um idiota, ele não merece que eu o responda rápido, nosso relacionamento havia mudado, o jogo havia virado e eu não estava disposta a voltar para o ponto inicial onde eu era a garotinha inocente apaixonada que responde suas mensagens com todo o carinho do mundo, e ele o cara que ri delas mostrando-as para seus amigos.

Alguns minutos depois do meu pensamento sobre Vincent, eu vi a figura de Luhan aparecer saindo da padaria.

Ele tinha uma das mãos escondidas atrás das costas, eu tentei espiar, mas ele não deixou, ouvi sua risada e sorri cruzando os braços. Resolvi então, dizer:

— Pelo visto o dinheiro deu, huh?

— Deu, mas se eu tivesse mais algumas moedas teria comprado um maior.

— Maior? Luhan...

Antes que eu pudesse de terminar a frase Luhan expôs o que ele havia comprado, estendendo o lindo buquê médio de cinco rosas que ele escondia. Cobri minha boca, eu realmente não esperava por aquilo. Havia um grande sorriso em meu rosto e no dele um par de bochechas coradas.

— Acho que trocamos os papéis mais cedo, então eu decidi te pedir em namoro de uma forma mais formal. - Ele sorriu em meio às bochechas avermelhadas e passou a mão pelo torço enquanto eu levava minhas mãos até o buquê e pegava-o ainda surpresa com tudo aquilo. — Eu sei, tem poucas rosas, foi o máximo que eu consegui, prometo que-

— Está perfeito, elas são lindas, cada uma delas. - O cortei não deixando-o terminar aquela frase absurda.

O buquê estava lindo, todas as rosas perfeitamente florescidas e de tonalidade vermelho forte, o aroma era forte e adocicado, me fazendo sentir o real perfume da paixão, que os poetas tanto comentam.

— Então, uhm... Hazel Glier, você quer namorar comigo?

Eu sorri erguendo meu olhar para ele, Luhan parecia tão tímido naquele momento, nem parecia o garoto daquela festa cujo qual me perguntava se eu gostava de bad boys.

E para falar a verdade, eu gosto, gosto de um garoto mal que olhe nos meus olhos e me diga o que sente, que me dê flores e que me faça sentir uma princesa, me respeite e entenda que não significa não, porque é isso que Luhan faz, ele me entende, me respeita e me ama. E é isso que eu mais admiro nele. Seu coração, sua mente e seu caráter.

Então, eu disse sim.

AMERICAN SKY 》 LuhanOnde histórias criam vida. Descubra agora