A condessa foi tomar chá na casa de uma das suas amigas. Madalena e eu passeávamos pelo Hyde Park. Madalena adorava recolher algumas flores e levar para sua avó. Ela, por educação, aceitava as pequenas flores e agradecia com vigor. A menina adorava e saia correndo pela casa com seu riso contagiante.
Hoje era a mesma rotina. Cumprimentava algumas pessoas que eu tinha curado no passado, nada de grave. Dores de barriga, machucados infeccionados... A maioria era porque eu não cobrava o absurdo que um médico cobrava.
- Srta. Grainville! Srta. Grainville!
Madalena vinha correndo em minha direção. Seu chapéu ficou preso pela fita em seu pescoço. A menina não pareceu perceber.
- Não corra assim, Madalena. Poderá se machucar. E ainda mais, não poderá encontrar um marido descente se portar desse jeito.
Ela ri. - Sou muito nova para casar, Srta. Grainville!
Sorrio pela esperteza dela. - Sim, ainda é muito nova. Mas no futuro irão lembrar-se de seus modos.
Ela faz um pequeno bico, mas logo some. - Aqui! Abaixe-se Srta Grainville, abaixe-se!
Sorrio. - Tudo bem.
Faço o que ela me pede e ela retira meu chapéu. No lugar, coloca delicadamente uma flor amarela atrás de minha orelha direita.
- Oh, Srta Graiville! Está linda!
Sorrio e faço uma mesura para a garota. - Obrigada Srta Vincent. É uma honra para mim receber uma de suas flores encantadas.
Ela ri. - Oh! Sou uma fada, verdade?
- Claro! Minha pequena fadinha.
Seu rosto se ilumina de prazer e abre um enorme sorriso.
Estava um dia quente, mas não calorento. Podíamos andar sem nossas sombrinhas, menos as moças mais frágeis que andavam com suas sombrinhas pequenas e cheias de babados.
Muitos notavam minha flor amarela em meu cabelo escuro, mas como sabiam que era uma preceptora, eles não comentavam nada.
Voltávamos para casa, umas 5 quadras de distância do parque. Ouço o som de patas de cavalo batendo contra a terra e desviamos do caminho do cavaleiro. Mas o som parecia vir atrás de nós do mesmo jeito, resolvo olhar para trás.
Edward estava montado em seu puro sangue, e diminuiu a marcha para poder nos acompanhar.
- Papai! - grita a menina. - Olha o que coloquei no cabelo da Srta Grainville!
Ele volta seu olhar para mim e arregala um pouco os olhos. - Minha nossa.
Faço uma careta para ele e a tranqüilidade volta em seu olhar.
- Que encantadora ficou, Srta Grainville.
Sorrio falsamente para ele, o seu sorriso em reconhecimento foi o pior. - Obrigada senhor. Estamos voltando para casa. Faria-nos companhia.
- Claro. Acompanharei essa bela moça em questão.
Ele dá o braço para Madalena, o gesto me surpreende e não escondo a felicidade. Madalena estava extasiada, mas logo a confusão aparece em seu olhar.
- O que devo fazer, Srta Grainville?
- Fará uma mesura e agradecerá. E depois encaixa seu braço por dentro do braço de seu pai.
Ela faz a mesura e sorri. - Obrigada. Aceitarei. - ela prende seu braço no dele, o divertimento estampado na cara dos dois era evidente. Com o braço livre, ele guia o cavalo por suas rédeas. E sigo atrás deles.
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Cartas não Respondidas
Romansa2° LIVRO DA SÉRIE 'AMOR E GUERRA' PLÁGIO É CRIME! Helena Grainville era uma mulher diferente. Antes do pai falecer e da mãe gastar toda a herança com sua irmã, ela aprendeu a arte da medicina. Por ser proibido o ensino para mulheres, ela aprendeu co...