Cartas não Respondidas

Epílogo

Uma semana depois do casamento de Helena e Edward

Ethan sabia que era a única opção. Sim, a única. Ele já pensou várias coisas, mas nenhuma em que Christina ficasse ilesa, tanto fisicamente como emocionalmente, e se houvesse uma separação, ele poderia perder sua herança. Ele não poderia ter esse risco.

Então, esse era o único jeito.

Seu cavalo estava se cansando rapidamente pelo ritmo que ele empunhava, mas ele precisava ser rápido, antes que ele mudasse de ideia. Antes que desistisse.

Descendo do cavalo ás pressas logo que avista a mansão de Edward, ele corre para a porta e o mordomo já abre.

- Senhor Sforce. Como está?

- Preciso ver Helena, agora.

O mordomo acena com a cabeça, ignorando sua rudez. Edward caminhava com Madalena ao seu colo e logo a menina o vê.

- Tio Ethan! – e corre para ele. Ele, no mesmo instante, a pega.

- Oi princesa. O tio precisa ver sua mãe, ela está?

- Porque quer falar com minha esposa?

Ethan suspira, entrega o caramelo para a menina e esta sai feliz do hall. – Preciso conversar com ela. Se quiser, pode vir também.

- Mas óbvio que vou também.

Os dois seguem até o piso superior e depois de uma caminhada pelo corredor, Edward entra no que parecia a saleta de Helena.

- Edward? O que faz... Ethan?

- Oi... Eu preciso ter uma conversa com você, Helena. Na verdade, pedir um favor.

- Claro. – ela indica uma banqueta para mim. Edward fica encostado na porta com os braços cruzados. – O que posso ajudar?

Ethan suspira. – Já expliquei a vocês como meu casamento com Christina é um pouco... Caótico. Edward já presenciou uma de nossas brigas.

Ele concorda. – Foi a maior diversão que tive em tempos.

- Edward! – repreende Helena. Ela sorri para Ethan – Continue.

Ethan explica para eles todas as rotas e possibilidades, e explica também que a única solução era a que ele tinha em mente.

- Você não estava brincando naquele dia, na minha despedida de solteiro.

Ethan ri sem humor. – Eu tenho cara de quem brinca? Eu sempre falo sério.

- O que Connor achou disso?

Ethan suspira cansado. – Foi contra. Ele foi contra naquele mesmo dia, mas você não disse nada. Então supus...

- Que eu era seu aliado nessa. – termina ele.

Ethan concorda.

- O que vocês estão falando?

Edward joga uma olhada obscura para Ethan antes de se virar para a esposa. – Ele quer matar a esposa, mas com nossa ajuda.

Helena se ergue de seu banco e fala tantas maldições e palavreados indecentes que Ethan e Edward se encolhem – COMO OUSAM? – grita ela. – Como podem pensar nessa possibilidade? E com minha ajuda? Estão loucos? Saia da minha casa! Agora!

Ethan joga um olhar desesperado para seu amigo, e ele dá de ombros.

- Que seja... – diz Ethan e sai apressado da saleta.

*

- Helena... – começa Edward.

- NÃO! Como podem pensar em algo assim? Ela é minha amiga!

Edward suspira, mas quando decide deixar a esposa sozinha, ela grita.

- Chame Ethan. Rápido!

- Mas pensei... – diz ele confuso.

- Tenho uma ideia. – diz Helena sorrindo. – E vou precisar de sua ajuda...

Edward sorri e corre atrás de seu amigo. Helena sorria enquanto pegava um de seus vidrinhos com receitas caseiras em sua estante. Ela sabia qual era o mais perigoso, e qual era o mais inofensivo. Ela separa o para dores de cabeça e espera os dois homens retornarem. Ela só esperava que a consciência de Ethan falasse mais cedo, como ela previa. Os dois tinham sentimentos fortes um pelo outro, mas eram orgulhosos demais para admitir.

Ela vê Ethan na soleira da porta e explica direitinho como deve proceder. Depois que ele parte mais aliviado, ela escreve uma carta para Camile explicando suas ações. Só rezava para que nada de ruim saísse disso.