O Psicopata e a Suicida (Em Revisão)

Capítulo - 21

Acordo novamente com a enfermeira me chamando, meu café da manhã está a minha espera, me sento e começo a comer. Depois que eu terminei a enfermeira me dá os remédios, odeio ter que tomar esses remédios. Amanheceu chovendo então hoje não poderei ficar no jardim, entro na sala de jogo e logo percebo Samanta me olhando, caminho até ela para dizer Olá e procurar um jogo.

- Oi.
- Oi, como passou a noite?
- Bem, e você ?
- Poderia ter sido melhor.
- Hum, que pena.
- Uma pena mesmo.

Percebo que seu olhar corre pelo meu corpo.

- Você poderia ser menos abusada.
- E você poderia ser mais direto.
- Como assim?
- Você pensa mesmo que consegui disfarçar o seu desejo ?
- Que desejo? Não sei do que você está falando.
- Não tente me enganar.
- Você é maluca.

Me levanto e saio para o meu quarto, minutos depois sou surpreendido com alguém batendo na porta. Me levanto e vou ver quem é.

- Oi, desculpa meu mal jeito aquela hora. Hoje meu lado mal acordou de mal humor.
- Hum, não tem problema.

Começo a fechar a porta mas ela me impede.

- Poxa, não fique assim comigo, gosto de você não quero estragar isso que a gente tem.
- A gente não tem nada, você criou algo na sua cabeça que não é real.
- Criei, eu sempre estive aqui sozinha, eles são todos malucos e não falam coisa com coisa. Eu encontrei você e não quero perder você. Sinto muito se meu Alter atrapalhou.
- Tudo bem, acho que fui grosso também.
- Ta bem, você ainda quer jogar ?
Risos
- Se você disser que não vai tentar me matar quando eu ganhar.
- Veremos quem vai ganhar.

Agora eu entendo o porque ela é assim, ela é tão sozinha que criou na sua cabeça delírios de outra personalidade. Eu preciso de alguém que converse comigo e ela precisa de alguém também, acho que isso de algum jeito vai dar certo. Espero não ficar aqui por muito tempo.

- Sabe do que a gente pode jogar?
- Não, o que ?
- Banco imobiliário.
- Sou péssimo nesse jogo.
- Que bom, assim não terei dificuldade em ganhar.

Ela é convencida e bem humorada, eu nunca tive uma amiga assim. Será que ela poderia ser uma amiga que eu levarei depois de sair daqui ? Vamos ver o que o tempo nos reserva.
Jogamos o dia todo e eu ganhei algumas vezes e deixei ela ganhar em outras. Foi uma tarde que eu não esquecerei, mas ainda sim é difícil para mim admitir o que fiz. Machuquei alguém que amo. E fiz por que ? Eu não sei o porque. Talvez o médico me ajude a descobrir.
Depois do banho meu jantar é servido e depois vou para cama. Deitado lá começo a pensar em Emma e na última vez que vi ela, seus olhos estão cheios de lágrimas e eu estava indo embora, para longe da pessoa que tanto me amou.

Caminho até Emma, começo a chamar ela mas ela não olha. Tento chegar mais perto mas ela só se afasta. Por que ela não me ouve? Vejo ela sorrir e abraçar alguém, não consigo ver o rosto do infeliz. Eles começam a se afastar e eu quero chegar mais perto mas não consigo.

(No dia seguinte)...

Acordo soando e chamando por Emma, a enfermeira entra no quarto e pergunta se estou bem. Eu procuro em todos os lados do quarto e não encontro ela, sua presença foi tão marcante que pude sentir ela comigo. Me sento na cama e respondo para a enfermeira que estou bem. 4hrs da manhã e não consigo dormir mais. Pego um pedaço de papel e começo a escrever.

Terceiro dia no manicômio, aqui é um lugar onde eu não quero estar, queria estar com Emma. Aqui é isolado e quase sempre ouço os loucos gritando, conheci uma pessoa que ainda é sã, bom na maioria das vezes. Ela sabe ser impertinente e também legal. Ainda não confio nela, mas ela confia em mim. Ainda não entendi o porquê fiz as coisas que fiz, espero que o médico me ajude a entender o porque sou assim. Desde que vim para cá não sinto mais as dores de cabeça, tudo tem sido tão monótono que minha dor de cabeça se cansou de me atormentar. Eu gostaria de poder sair e passear por Londres. Queria que Emma soubesse que estou me tratando e que em breve poderei voltar, me pergunto se poderei algum dia voltar. Minha mãe ainda não me perdôo, sinto que ela nunca o fará. Eu só queria fazer a dor parar.

***