Capítulo - 30

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Logo depois da consulta começo a procurar Samanta, ela está no mesmo lugar de sempre, pelo visto ela gostou mesmo das rosas. Caminho até ela, ela logo percebe minha presença.

- Oi, como foi a consulta?
- A mesma coisa chata de sempre.
- Que pena, pensei que você tinha feito algo diferente.
- Tipo o que?
- Arrancado a cabeça do Psiquiatra com os dentes.
- E por que você achou que eu faria isso?
- Sei lá, só queria saber o quão ruim você poderia ser.
- Entendo, mas e ai já sabe como fará para sair daqui?
- Tô pensando numas coisas ai, mas algo me diz que você já tem um plano para tirar nós dois daqui.
- E você está certíssima.
- E então no que pensou?
- O Psiquiatra me disse que minha mãe acha que se eu continuar a falar com você meu estado pode piorar.
- Uau, e eu pensando que sua mãe gostaria de me conhecer algum dia.
- Isso não vem ao caso agora, ouça meu plano. E se a gente parar de se falar até conseguirmos sair daqui. Quero dizer, vamos fingir estar nos afastando. E quando finalmente sairmos daqui voltamos a nos falar.
- Uau, eu pensei que você não ligava para mim e nem para o que iria acontecer comigo.
- Isso foi antes, você faz esse inferno não parecer tão ruim quanto é. E alem do mais você me entende.
- Verdade, então quando começaremos fazer isso?
- Primeiro temos que fingir uma briga, você acha que consegue fazer isso?
- Está brincando? Não só posso como vou.
- Ótimo, vamos começar agora.

Vejo uma das enfermeiras nos vigiar, Samanta e eu começamos uma discussão a enfermeira logo chama os enfermeiros para que nós não nos machuquemos.

- O que vocês pensam que estão fazendo?
- Esse idiota disse que eu sou louca.
- E você não é? Olha bem onde você está. Você com certeza é louca.
- Eu vou te mostrar a louca.

Samanta tenta vir para cima de mim mas os enfermeiros seguram ela e a aplicam um tranquilizante e a colocam numa camisa de força. Eles me arrastam até o quarto e me amarram na cama e me aplicam um tranquilizante. Aos poucos vou apagando, finamente meu plano está em ação.

***

Meus pais vão me buscar no hospital, eles decidiram me levar para a casa deles. Eu odeio o jeito que eles estão me tratando mas eu causei tudo isso a mim mesma. Sinto que na casa dos meus pais eu ficarei um pouco menos triste. Seria tão bom se quando eu fosse dormir eu esquece-se tudo que havia acontecido comigo desde que sai da casa do meus pais com 17 anos. Eu não sei se algum dia verei James de novo, eu não quero ter esperanças. Quero me esquecer de tudo e aqui será o melhor lugar para fazer isso. Sou tirada de meus pensamentos pelos gritos da minha mãe me dizendo para sair do carro e pegar minhas coisas. Meu pai abre o porta malas sem dizer nada e me entrega minhas malas, quando começo a me dirigir a porta da frente de nossa casa olho para a arvore que está pendurado meu balanço. Meu pai fez aquele balanço para mim quando eu nem havia nascido ainda, ele me falou que quando eu era apenas um bebê ele ia todos os dias pela manhã comigo para fora e ficava balançando comigo. Sinto muito pela garotinha dele ter decepcionado tanto dele. Subo as escadas e encontro meu antigo quarto, tudo está exatamente do mesmo jeito. Todos os posteres das bandas que eu ainda gosto, todos os meus ursos, todos os meus livros. Por um lado é bom estar de volta em casa. Ouço minha mãe atrás de mim.

- Espero que aqui você poça melhorar do que seja lá o que você tenha.
- Eu também.

Ela me deixa sozinha novamente e começo a tirar minhas coisas das malas, quando estou prestes a começar a tirar as roupas da segunda mala ouço meus pais me chamando para descer. Começo a descer as escadas e ouço vozes que não são só dos meus pais. Parece que a noticia da minha chegada se espalhou bem rápido. Termino de descer as escadas e dou de cara com Mike meu amigo de infância que eu não vejo desde que acabamos a escola. Corro até Mike que fica surpreso com minha alegria em vê-lo de novo.

- Uau, como você cresceu Em, o que você andou comendo lá na cidade grande?
- Muitas bobeiras, mas me diz como você está?
- Ah estou bem, mas e você?

Antes de responder noto que meu pai e minha mãe ainda estão na sala.

- Vamos conversar lá fora?

Antes que ele responda começo a puxa-lo para fora.

- Então você ainda não respondeu.
- Você sabe como estou, aposto que antes de pisarmos na cidade minha mãe já havia te dado o relatório completo.
- Eu só queria entender o Porque Em, você sempre foi uma garota tão alegre e espontânea. O que aconteceu com você? Por que tentou acabar com sua vida?
- Essa é uma longa história.
- Você sabe que sempre estarei disposto a te ouvir.
- Ta bem.

Começo a contar tudo desde o momento em que sai da casa dos meus pais até o momento em que conheci Phillipe e também quando terminamos, Conto sobre James mas oculto as partes em que ele me torturava e onde ele quase me matou. Mike me ouve sem dizer uma só palavra, quando acabo de falar ele simplesmente me abraça. Sem conseguir me controlar começo a chorar desesperadamente, eu senti muita falta de Mike e ele é o único que consegue fazer com que eu coloque para fora tudo de ruim que eu guardo. Ficamos abraçados por um bom tempo, mal vimos a hora passar e só percebemos o quão tarde está quando minha mãe nos chama para jantar. É incrível como em pouco tempo o Mike me fez melhorar, bom pelo menos um pouco.

***

O Psicopata e a Suicida (Em Revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora