Capítulo 09

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Acordei com o barulho do despertador da minha companheira, que até então, não sei quem é; olhei no celular e eram quatro e meia da manhã, eu tinha trinta minutos para dormir ainda. Dormi como se não houvesse amanhã e aparentemente eu acordei mais cansada do que da primeira vez. Ao descer da cama reparei que minha colega de quarto não estava mais no quarto.

Saí do meu quarto com minha muda de roupa e fui ao banheiro; lá dentro haviam cinco cabines para banho e cinco cabines para necessidades fisiológicas; Um lavatório compartilhado com cinco torneiras e um grande espelho acima do lavatório, as paredes do banheiro são claras e neutras.

Para tomar banho havia fila, na minha frente tinham cinco meninas e elas conversavam alegres e eufóricas. Passado-se quase uma hora eu ja estava atrasada e agora seria minha vez, tomei banho como o flash. Saí com uma regata e um short do banheiro, tenho de Lembrar de levar a farda diária.

Cheguei ao quarto eram seis e doze da manhã, o café já está sendo servido e eu nem ao menos sei onde fica a cantina (ou refeitório). Pelo que me lembro ele situa-se no primeiro andar das salas de aula.

Coloquei a farda. Temos dois tipos de farda: Nos dias comum de aulas as meninas usam uma calça marrom-café assim como a calça dos meninos e uma blusa social verde-chá de mangas curtas com brasões na manga assim como a camisa dos meninos. E temos a farda do exército para os dias de treinamento. Nos dias de juramento à bandeira, as meninas trocam a calça por uma saia social da mesma cor e ambos os sexos vestem uma boina com o brasão da força militar brasileira.

Após me trocar e arrumar o cabelo num coque desajeitado eu corri para o elevador pois era seis e quarenta e cinco, certamente não tomarei café nesta amanhã, ainda tenho de pegar meu material na secretaria e eu nem sei onde fica!

Saí do prédio dos dormitórios e olhei para o horizonte em busca de auxílio. Ninguém. Rumei para o terceiro prédio torcendo para ser a secretaria, e pela primeira vez no dia algo deu certo.

— Bom dia — Eu cumprimentei a funcionária — Eu sou aluna nova e Me disseram para buscar meu material aqui.

— Como é seu nome? — A moça de tom severo perguntou.

— Maryenne Ristsburgg

— Me acompanhe para pegar seus livros — Ela disse — O que aconteceu com o seu cabelo?

— Como assim? — Eu perguntei sem entender enquanto eu a seguia.

— Ele está azul — A moça desdenhou enquanto abria a porta de uma sala.

— Eu sei, eu pintei — Falei com ironia.

— Cuidado com esse tom e com extravagâncias, nós usamos métodos diferentes de ensino — Ela me ameaçou pegando livros e pondo no meu braço para carregar.

Depois de pegar todos os livros, eu deixei o que não iria utilizar no dormitório, tão rápido quando voltei, cheguei ao prédio escolar. A aula começa sete e meia e já eram sete e vinte. Pelo menos a minha sala, por ser o terceiro ano, fica no primeiro andar; minha sala é a número dez do segundo andar, cada andar são dez salas, e são cinco andares nesse prédio: o primeiro é a secretária, o segundo andar é destinado aos terceiros anos, o terceiro andar é destinado aos segundos anos, o quarto andar é destinado ao quarto ano e o quinto andar é destinado a enfermaria.

Eu entrei e sentei em uma cadeira livre ao fundo da sala, todos os alunos conversavam e pela primeira vez me senti numa escola comum, eu coloquei meu sobre a mesa e suspirei; de repente a sala toda ficou quieta e se levantou, havia uma professora na porta, eu não entendi nada. Por quê eles levantaram? Apressadamente me levantei e os imitei: o corpo ereto e as mãos juntas ao corpo.

Casos de Uma AdolescenteOnde histórias criam vida. Descubra agora