Capítulo 12

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Acordo no outro dia com o som irritante do despertador, eram quatro e quarenta da manhã e eu levantei junto com Elizabeth, peguei minha muda de roupas e a toalha; no banheiro havia um mini-armário para cada aluno com sabonete neutro, shampoo, condicionador.

Não havia fila pois ainda era bem cedo, tomei banho e voltei ao meu quarto para terminar de me arrumar; a cor do meu cabelo está desbotada, o loiro natural está na metade do cabelo e o pouco do azul que sobrou está nas pontas, um pouco riscado entre as mechas.

Desci para o refeitório e depois fui para sala.

— Bom dia, alunos, vocês sabem que o desfile de setembro de aproxima e como todo anos nós fazemos um desfile com a banda da escola — A professora de inglês e música disse — Vamos começar com os ensaios nessa terça-feira. Todos vocês terão que tocar um instrumento obrigatoriamente por serem os terceiranistas. Vamos até a sala de instrumentos para que vocês escolham.

— Eu acho que prefiro cantar — Digo para professora.

— Está brincando comigo, Montenegro — A professora grita — Nesses desfiles não tem canto.

— Mas eu não sei tocar nenhum instrumento — Digo indignada.

— O problema não é meu, pegue um címbalo — A professora diz com desprezo.

Olho para os instrumentos e procuro esse tal címbalo.

— Montenegro — A professora grita — O prato!

Eu apanho os pratos, ou címbalo, e me sento ao lado de uma colega, irritada.

Eu bato os pratos no contratempo, não tem segredo!

— Montenegro, você está tomando errado! — Um aluno gritou.

— Como é possível? — Grito de volta — É só bater!

— O que está acontecendo aqui? — Um inspetor que estava passando no corredor pergunta.

— Ela estava tocando errado e eu me irritei — Carlos, o músico de trompete diz.

— Eu estou tocando prato, não tem como errar — Digo me defendendo — É só bater!

— Você está atrapalhando toda orquestra! — Carlos continua.

Eu revisei os olhos.

— Vai tocar direito? — O inspetor pergunta.

— Não estou tocando errado — Resmungo.

— Veja bem como fala! — O inspetor ameaça.

— Tudo bem — Digo e o inspetor sai.

Passamos quase uma hora e ensaiando e depois voltamos para sala.

A seguir era aula de educação física e o Cavaliery entrou na sala, sua presença já me deixava irritada.

— Bom dia, hoje vamos ter aula prática de natação! — Cavaliey diz.

Fomos nos trocar e fizemos fileira segundo as raias e conforme um pulava da plataforma outro subia, quando um chegava o outro pulava e assim fomos até todos irem, depois cada um pegou uma espécie de mochila que continha dez quilos e tínhamos que fazer o mesmo tempo de nado, se fizessemos um terço ou mais de tempo a gente iria pagar cem abdominais.

Meu corpo estava tão estressado que eu descontei toda minha raiva naquele exercício, meu prazer seria fazer o Marshall não dizer meu nome para abdominal.

Quando acabou a aula eu fui me trocar, e de fato, não fiquei para fazer abdominal.

— Montenegro — Ouço uma voz grave chamar, era Marshall.

Casos de Uma AdolescenteOnde histórias criam vida. Descubra agora