The Other Side. H.S

15 - Red.

"A dor nos machuca, mas ao mesmo tempo nos molda para a caminhada da vida."

Harry havia se excluído de todos. Ele saia bem cedo para resolver as coisas que tinha para resolver, mandava as ordens pelos soldados quando chegavam novas pessoas e andava sempre trancado na biblioteca com sua garrafa de uísque.

Todos sabiam que ele não havia matado seu pai, mas a acusação da sua mãe o balançou mais do que ele imaginava.

- Harry. - Chamei batendo na porta.

- Vai embora Red. - Pediu.

- Eu trouxe comida...

- Eu já comi. - Disse e suspirei.

- Abre... Por favor. - Pedi e o mesmo se manteve em silêncio. Suspirei colocando a bandeja no chão e ouvi a porta ser destrancada.

Harry apareceu usando um terno sem a parte de cima apenas com a camisa social branca e as mangas dobradas até o meio do antebraço. Seu cabelo estava levemente bagunçado e pela primeira vez na semana ele não estava com bafo de bebida.

- O que foi? - Perguntou segurando a porta.

- Eu queria falar com você, anda tão preso aqui...

- Não estou em um dia bom Red.

- Parece que não anda mesmo. - Afirmei.

- Red...

- Você não pode se trancar aqui Harry!

- Apenas vá para o seu quarto. - Mandou.

- Não. - Disse passando pelo mesmo e entrei na biblioteca.

- Tudo bem. - Suspirou trancando a porta. - Fale então...

- Você precisa sair daqui... Sei lá, não pode se prender.

- Era só isso?

- Harry! - Exclamei e o mesmo se aproximou.

- O seu dom de me testar chega a ser expirador. - Afirmou me encurralando entre as estantes de livro.

- Eu só estou preocupada. - Disse baixo.

- Preocupada? - Sorriu.

- Isso é sério.

- Claro... Eu estou bem Red.

- Não sei se acredito nisso...

- Imagino que não, mas não estou com paciência para discutir sobre isso.

- Você nunca esta com paciência. - Disse revirando os olhos.

- Estamos bem descontraídos hoje. - Ironizou.

- Saia dessa biblioteca um pouco, por favor...

- Eu sairei quando achar conveniente.

- Você quem sabe. - Afirmei. - Eu posso ir agora?

- Não...

- Por quê? - Perguntei e o mesmo acariciou meu rosto deslizando seu dedo pelos meus lábios.

- Red... - Sussurrou.

- Oi...

- Eu irei te beijar agora. - Afirmou. - Se você tem alguma coisa contra isso... Essa é a sua hora.

- Harry... - Murmurei sentindo minha boca secar e o mesmo pressionou sem corpo contra o meu.

- Pode falar. - Sorriu beijando meu pescoço e suspirei subindo minhas mãos pelos seus braços.

- Para com isso. - Disse dengosa.

- Quer que eu pare? - Perguntou sugando levemente minha pele e me vi balançando a cabeça em negação.

Harry parou seus lábios a centímetros dos meus e soltei lentamente a respiração.

- O tempo de espera acabou Red. - Disse apertando minha cintura e seus lábios foram pressionados contra os meus.

Um beijo intenso, forte e enlouquecedor. Isso definiria esse beijo. Havia voracidade, necessidade, urgência... E percebi o quanto isso me enlouquecia.

Em um momento estava resistindo a ele e a todo o meu corpo e no momento seguinte estava em seu colo pressionada contra uma estante de livros enquanto seus lábios tiravam o meu juízo.

- Eu venho imaginando isso a um bom tempo. - Harry disse ofegante enquanto encostava sua testa contra a minha.

- Percebi. - Disse sem fôlego e o mesmo sorriu com seus lábios avermelhados e inchados.

- Mais um motivo para você me odiar. - Murmurou.

- Eu não odeio você.

- E o que exatamente você sente? - Perguntou e olhei para ele.

- Eu ainda não arrumei o jardim. - Disse desviando o olhar. - Acho melhor eu ir...

- Certeza?

- Certeza.

- Tudo bem, se você quer ir, pode ir. - Sorriu desencostando meu corpo da estante e desentrelacei minhas pernas de sua cintura ajeitando minha roupa.

- É...

- Obrigada pelas palavras de consolo Red, nos vemos para o jantar? - Perguntou e olhei para ele.

- É... Sim, acho que sim.

- Ótimo.

- Tudo bem? - Perguntei e o mesmo assentiu.

- Tudo.

- Até o jantar então...

- Até o jantar Red. - Abriu a porta.

- Tchau...

- Tchau. - Sorriu.

- Esta sorrindo por quê?

- Nada...

- Harry.

- Você não quer ir. - Afirmou divertido e suspirei.

- É... Talvez eu não queira. - Não agora... Mas eu sabia que devia.

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