The Other Side. H.S

22 - Harry.

 "O tempo é instável e às vezes não temos tempo suficiente."

Red estava mais distante com o passar dos dias, o nosso momento da biblioteca nunca mais havia voltado a acontecer e eu sabia que assim era melhor.

Coloquei meu casaco parando em frente ao portão e me despedi uma última vez da família Tomlinson que finalmente seguia o seu caminho. As coisas estavam cada dia mais complicadas, havia algumas cores desaparecidas e os nossos soldados ainda não haviam encontrado.

Suspirei voltando para dentro de casa e peguei meu caderno para analisar o próximo carregamento que estava chegando. Red parou ao meu lado e observei as pessoas descerem dos caminhões.

Uma delas caiu levando as pessoas que estavam acorrentadas ao seu lado e os soldados puxaram elas para cima enfileirando-as corretamente.

- Quantas dessa vez? – perguntei para o homem ao meu lado.

- Cem mulheres, trinta crianças e noventa homens, senhor.

- Tudo bem, levem as mulheres e crianças para o povoado do norte, os homens leve para o campo do sul, estamos precisando de trabalhadores para apressar as colheitas de fim de ano. – avisei e o homem assentiu se retirando. Anotei os números no caderno e entreguei a Red voltando para dentro.

- Seu chá senhor. – Red murmurou e suspirei me virando para ela.

- Esse seu jeito de me tratar está me irritando. – avisei.

- Como devo tratá-lo então? – perguntou e neguei o chá pegando um copo e colocando duas pedras de gelo no mesmo.

- Você fica falando que tudo deve ser como antes, mas essa sua petulância não é fácil de ser escondida. – suspirei virando uma dose de uísque. – Eu sei que está se pisando para não soltar essa língua.

- Estou fazendo apenas o que me manda fazer. – disse e virei mais uma dose antes de servir outra e olhei para ela.

- Você sabe quantas propostas por você eu recebo por dia?

- Não. – afirmou e sorri.

- Sabe quantos velhos dessa sociedade querem uma cor virgem? Não á quase nenhuma ultimamente.

- Porque todas foram violadas contra a sua vontade. – murmurou e balancei a cabeça virando a terceira dose.

- Exatamente. – confirmei. – Essa sua virgindade é o que me traz dor de cabeça. – suspirei sentando no sofá.

Red continuou parada no lugar e olhei para ela, porque ela tinha que ser tão bonita?

- Sabe, eu já pensei em resolver isso. – afirmei e vi a mesma ficar tensa. Ela estava com medo. – Eu já tive chances de resolver isso.

- Se o senhor não precisa de mais nada, eu vou-

- Eu não permiti que falasse. – avisei apontando para a garrafa e Red pegou entregando para mim. – Eu estava pensando em como resolver o meu problema com você.

Puxei Red para se sentar e continuei servindo mais uma dose.

- Porque você é um ponto fraco que eu não posso ter Red.

- Harry, eu posso-

- Eu decidi vendê-la. – afirmei e Red se calou surpresa e chocada ao mesmo tempo.

- Por favor, não faça isso comigo. – pediu e suspirei virando o copo. Eu sabia que quando eu tentasse vendê-la não demoraria nada para alguém levá-la.

Eu também sabia que essa pessoa faria o que tantas outras queriam fazer.

- Por favor. – pediu se levantando. – Eu me deito com você. – afirmou e olhei para ela. – Se o único problema que põe em risco a minha vida é a minha virgindade, então tire-a de mim Harry.
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