16 - Harry.

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"A vida é cheia de altos e baixos. Um dia você esta por cima e no outro... Você cai."

Red havia se recusado a ficar, ela queria isso era um fato, mas eu entendo que o orgulho às vezes fala mais alto.

- Orange, prepare tudo para o jantar. - Pedi saindo da biblioteca.

- Temos... Um problema senhor. - Disse receosa.

- Problema? - Perguntei.

- Senhora Anne foi pega na fronteira... Eles não a reconheceram.

- O que quer dizer?

- As pessoas chegam hoje e sua mãe esta entre elas. Ela recebeu uma cor assim como as outras.

- Eu disse para ela ficar...

- Parece que os Tomlinson estão pegando pessoas para trabalharem em sua mansão. Precisam de homens para os estábulos e para as colheitas e de mulheres para o trabalho domestico e... Para o deleite do mais jovem da família, assim como do mais velho.

- Seja direta Orange.

- O senhor poderia manda-la, ela não sobreviveria nas colônias. - Murmurou.

- Esta sugerindo que eu mande minha mãe para ser a escrava sexual de alguém?

- Eu não gostaria senhor, mas se não puder trazer ela de volta...

- Irei resolver isso, pode ir Orange. - Mandei.

- Senhor o carregamento chegou. - Um dos soldados avisou e segui para a sala encontrando Red a folear um livro.

- Venha comigo. - Chamei e a mesma se levantou pegando no caderno e me seguindo. - Eu estou com um problema. - Sussurrei.

- Que problema? - Perguntou baixo.

- Minha mãe foi pega na fronteira, não foi morta por sorte, mas esta no novo grupo de pessoas.

- Ela é uma cor?!

- Sim, eu apenas não sei qual. Os Tomlinson já chegaram e estão lá fora para escolher as pessoas que irão levar para trabalhar, observe bem e se encontrar minha mãe chame-a para trabalhar aqui.

- Eu posso fazer isso? - Perguntou confusa.

- Você é a única mulher da casa tirando Orange, já apareceu diversas vezes comigo pela alta sociedade, você esta bem reconhecida. - Afirmei.

- Mas ainda sou uma cor...

- Apenas peça ela como empregada.

- Tudo bem. - Murmurou e saímos para a frente da casa.

Todos estavam enfileirados e acorrentados uns aos outros. Como sempre os guardas avaliavam sua próxima presa e os homens tentavam defender suas mulheres com a fúria em seus olhos.

- Até que enfim conseguimos nos reunir, não é Styles? - Sr. Tomlinson.

- É sempre um prazer revê-lo. - Murmurei apertando sua mão.

- Esse é o meu filho Louis. Meu único rapaz. - Sorriu.

- Como vai? - Perguntei como hábito sem me importar muito com a resposta.

- Ótimo. - Respondeu e assenti.

- Orange. - Chamei e a senhora logo se aproximou secando suas mãos.

- Senhor...

- Leve à senhora Tomlinson e os seus filhos para os seus aposentos. - Mandei.

- Sim senhor.

- Planejamos ficar apenas alguns dias, claro se não for incomodar.

- De forma alguma. - Assenti.

- Temos negócios na cidade, e minhas filhas adoram passear por aqui.

- Não as mande sozinhas, estamos em um tempo instável, qualquer um pode ser confundido com uma cor. - Instrui.

- Sim, tenho ouvido que alguns países estão de olho em nós.

- A economia cresceu razoavelmente até mesmo para os que são cores, estamos visados agora e isso e tão bom quanto ruim.

- Então estamos seguros? - Perguntou.

- Sim... Nós estamos. - Afirmei.

- Harry. - Red sussurrou e olhei para ela. - Na esquerda, a última. - Segui suas indicações e avistei minha mãe acorrentada aos outros.

- Peça. - Mandei vendo que os soldados já se aproximavam. - Vamos fazer as escolhas agora. - Anunciei.

- Eu preciso de homens fortes e mulheres formosas. - Disse o Sr. Tomlinson ao lado do filho e sua mulher se aproximava.

- Red, você precisa de alguém para ajuda-la? - Perguntei.

- Sim, preciso. - Afirmou.

- Vá, escolha alguém. - Mandei.

- A última da esquerda. - Disse e o soldado tirou a corrente da minha mãe escoltando-a até nós.

- Essa senhorita? - Perguntou fazendo minha mãe ajoelhar e Red assentiu levemente.

- Sim, essa.

- Escolha querida. - Sr. Tomlinson mandou enquanto minha mãe me encarava ajoelhada no chão.

- Quero as duas da direita e as duas mocinhas do meio. - Afirmou escolhendo duas senhoras e duas moças.

- Pode trazer os três mais fortes para o trabalho braçal. - Sr. Tomlinson mandou e o meus homens assentiram preparando-se para pegar as pessoas.

Guiei Red para dentro enquanto minha mãe era levada para a ala dos empregados para ser limpa e receber o seu uniforme.

- Então, sua garota. - Murmurou quando Red se afastou. - Ela é uma cor?

- Não...

- Red... Isso não é uma cor?

- Eu a peguei faz um tempo, então ela já não convive nesse meio e nem se encaixa nesse padrão.

- Ela é pura? - Perguntou e olhei para ele.

- Não faça perguntas inconvenientes Sr. Tomlinson.

- Não vejo onde fica a vergonha, eu lhe digo, nem todas as minhas filhas são puras, tenho soldados e algumas delas não tem pudor. - Afirmou bebendo um gole do seu uísque.

- Red é pura, e isso é tudo. - Murmurei.

- Você tem um grande tesouro nas mãos. Uma cor que ainda não foi violada... - Disse e suspirei.

- Gostaria de finalizar esse assunto.

- Ela é sua esposa? - Perguntou e balancei a cabeça em negação.

- Não...

- O meu filho nunca teve uma pura. - Disse e olhei para ele.

- Aonde o senhor quer chegar? - Perguntei ajustando-me na poltrona.

- Quanto quer por ela? Quanto quer pela Red?

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Mais um, espero que gostem, votem e comentem. Beijinhos :)

The Other Side. H.SOnde histórias criam vida. Descubra agora