Capítulo I - Naruto Uzumaki

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Acordei com o sol invadindo o quarto, seus raios tocando suavemente meu rosto. Por um momento, me permiti acreditar que seria mais um dia comum, entediante como todos os outros, sem nada de interessante ou emocionante para fazer. Nada parecia diferente, e o tédio se espalhava como uma névoa ao meu redor. Já era hora de algo novo acontecer.

Suspirei ao me levantar da cama, sentindo o corpo ainda pesado pela preguiça que insistia em me acompanhar. Me espreguicei, esticando cada músculo, como se pudesse expulsar o desânimo junto com o sono. Meu olhar vagou pelo quarto vazio e silencioso, e eu soube que precisava de uma mudança. Talvez Kakashi, agora Hokage, pudesse me dar uma missão importante. Algo que valesse a pena, que quebrasse essa rotina sufocante.

Mesmo que fosse algo tão simples quanto encontrar um gato perdido, seria melhor do que ficar preso aqui, afundando na monotonia deste lugar. Decidi que iria até ele, quem sabe ele não tivesse algo para ocupar minha mente e meu tempo.

— Certo! — Falei para mim mesmo, quebrando o silêncio enquanto meus olhos se voltavam para o relógio na parede. Os ponteiros já marcavam onze da manhã. Como o tempo parecia escapar por entre meus dedos. Me levantei de um salto, sentindo uma determinação repentina tomar conta de mim. — Vou até o Kakashi, e ele terá que me dar uma missão. — Repeti essas palavras em voz alta, quase como um mantra. Hoje seria diferente. Eu faria com que fosse.

Fechei os punhos ao lado do corpo, tentando reunir toda a energia que pudesse para quebrar a rotina que me prendia. Se Kakashi não tivesse uma missão importante, qualquer coisa serviria. Eu só precisava de um propósito para o dia, algo que me lembrasse que ainda fazia parte de algo maior.

Depois de me vestir e completar as obrigações matinais, senti uma onda de energia renovada me impulsionar. Sem perder tempo, corri em direção à porta, pronto para ir direto à sala do Hokage. Hoje, Kakashi não teria como me evitar, eu conseguiria uma missão, por menor que fosse.

Mas assim que abri a porta com pressa, meu corpo parou abruptamente, o choque me atingindo antes mesmo de eu conseguir registrar o que estava acontecendo. Ali, parada na soleira da minha casa, estava a última pessoa que eu esperava encontrar. Meu coração deu um salto no peito, e meu cérebro lutou para processar a visão à minha frente.

Eu pisquei, incrédulo. O que ela estava fazendo ali?

— O-Oi! — Hinata gaguejou, a voz baixa e envergonhada, enquanto meus olhos tentavam, sem sucesso, encontrar os seus. As bochechas dela estavam levemente coradas, e ela parecia tão surpresa quanto eu com o inesperado encontro.

Fiquei por um momento paralisado, tentando entender a situação. Hinata? Aqui? Na minha porta? Isso definitivamente não estava nos meus planos para o dia.

— Hinata...? — Consegui responder, um tanto desconcertado. — O que você está fazendo aqui? — Minhas palavras saíram mais ríspidas do que pretendia, mas a surpresa tinha roubado minha habilidade de ser suave.

Ela olhou para o chão, mexendo nervosamente com as mãos, o que só aumentou a sensação de estranheza entre nós. Algo estava claramente fora do comum, e minha curiosidade, antes focada em conseguir uma missão, agora estava completamente voltada para a presença dela ali.

Hinata era, sem dúvida, uma garota incrivelmente bonita. Seus longos cabelos negros brilhavam com a luz do sol, caindo suavemente sobre seus ombros, e seus olhos perolados, típicos do clã Hyuga, tinham uma beleza única, quase etérea. Havia algo delicado nela, uma graça natural que a destacava de qualquer outra pessoa da vila.

Mas, apesar de toda essa beleza, havia uma coisa que eu nunca conseguia entender: o jeito que ela agia perto de mim. Sempre que eu tentava conversar com ela, não importava o assunto, eu via o rosto de Hinata corar no mesmo instante, suas bochechas ficando de um vermelho profundo. E não era só isso. Ela gaguejava, desviava o olhar e ficava visivelmente nervosa. Era como se ela estivesse sempre a um passo de desmaiar, especialmente quando nossos olhos se encontravam.

Estranha Perfeição - NaruHina (CAPÍTULOS EM REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora