Agulhas

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Eu nunca gostei de hospitais. Desde pequena, quando eu ficava doente, eu ia para o hospital e tomava injeção e como eu odeio injeção, uma coisa levou a outra.

No momento eu estava sentada na sala de espera do hospital juntamente com a minha mãe. E sabe aquele clima bem hospital? Pois é. Pessoas doentes para lá e para cá, enfermeiros e médicos transitando e todas as paredes brancas com avisos e alertas sobre saúde pública.

Depois de cerca de dez minutos, a recepcionista veio até nós e disse que era a minha vez de ser atendida. Logo, andamos por um corredor extenso e entramos na sala do médico.

Era um homem de cabelos pretos que estava com a cabeça abaixada olhando para algo na tela de seu celular, mas quando ele desligou a tela do celular e direcionou seu olhar para minha mãe e eu, simplesmente congelei.

Ele era absurdamente lindo. Cabelo preto e arrumado, maxilar bem marcado, uma barba rala e um sorriso capaz de derrubar qualquer uma. Parecia um modelo de capa de revista.

— Bom dia. Sentem-se por favor. — ele falou e sua voz era máscula e sexy.

Logo eu e minha mãe sentamos nas duas cadeiras que estavam em frente à sua mesa.

— E então, posso dar uma olhadinha na ficha? — ele perguntou olhando para minha mãe.

— Claro. — minha mãe disse e entregou a ficha.

Ele olhou para a ficha atentamente e sua feição estava concentrada, o que só o deixou mais bonito ainda.

— Melissa Lauren? Dezessete anos? — ele falou em um tom de interrogação e direcionou seu olhar para mim.

Senti todos os meus pelos se arrepiarem enquanto ele olhava para mim e pude perceber que seus olhos tinham uma tonalidade castanho mel.

— Sim. — afirmei tentando não deixar meu nervosismo transparecer e ele arqueou uma sobrancelha.

— O que você está sentindo? — ele perguntou sem desviar o olhar de mim e eu olhei para minha mãe.

— Fala aí, mãe. — pedi, pois sempre que vou ao hospital espero minha mãe falar o que estou sentindo.

— Nada disso, quem está doente é você! Então, você fala. — ele respondeu com uma expressão séria e eu senti meus pelos se arrepiarem novamente.

Malditos hormônios adolescentes.

— Ok... Estou com uma dor de cabeça bem forte, estou tonta e com ânsia de vômito. — expliquei lentamente e ele assentiu.

— Geralmente esses sintomas podem vir a acontecer por vários motivos, então tenho que analisar a situação. — ele falou e passou a língua sobre os lábios. — Como é sua alimentação? — ele questionou.

— É normal. — falei, mas logo fui interrompida por minha mãe.

— Mentira. Ela come muitas besteiras e doces, as vezes troca uma refeição por isso. — ela disse e eu senti minhas bochechas corarem ao que ele me encarou e deu um sorriso de lado.

— Ah, então a mocinha não se alimenta direito? — ele indagou e eu senti meu sangue ferver.

Se tem uma coisa que eu detesto é quando me chamam de "mocinha" ou "garotinha".

— Acho que isso não tem nada a ver. — falei revirando os olhos e recebi um olhar repreensivo da minha mãe.

-- Tem muito a ver sim. Você vai tomar um soro com medicação agora e vai fazer uma coleta de sangue para um exame logo em seguida! - ele exclamou e eu senti vontade de xingá-lo.

Pra quê tanto drama? Só uma dor de cabeça e ânsia de vômito!

— É só uma virose, não é necessário tudo isso. — falei e ele deu mais um sorrisinho de lado.

— Dona Lúcia, acho que sua filha fez faculdade de medicina e você nem sabe. — ele disse em um tom irônico, mas estranhei ele ter falado o nome da minha mãe como se conhecesse ela. — Você vai tomar o soro e fazer a coleta de sangue. - ele afirmou mais uma vez e eu apenas suspirei.

Ele anotou alguma coisa num papel que deveria ser a receita e se levantou da cadeira.

Nesse momento pude notar que ele era bem mais alto que eu e seu corpo era bonito.

— Eu te levarei até a sala em que você vai ficar tomando soro e que fará a coleta de sangue. — ele disse e eu me levantei ainda um pouco tonta. — A senhora pode ficar aqui na sala, quando eu voltar gostaria de conversar com você. — ele disse se referindo a minha mãe e deu um sorriso amigável.

Logo nós saímos da sala, e como eu ainda estava um pouco tonta, me desequilibrei, mas antes que eu pudesse cair ele me segurou colocando as mãos nos meus ombros.

— Opa, tudo bem com você? — ele perguntou me olhando com nossos rostos próximos.

— Sim, só tô um pouco tonta. — falei e forcei um sorriso.

Logo saímos andando pelo extenso corredor do hospital lado a lado. E quando chegamos em frente a sala, entramos e pude ver que não tinha ninguém, apenas duas daquelas camas super desconfortáveis de hospital.

— Deite-se enquanto eu preparo o soro e a agulha. — ele falou indo em direção a um pequeno armário branco. — Estou fazendo isso, porque no momento todas as enfermeiras estão muito ocupadas. — ele se explicou enquanto preparava a medicação.

Ninguém precisa saber, mas eu morro de medo de agulhas!

Me deitei na cama, ajeitei minhas costas e suspirei. Eu simplesmente detesto hospitais.

Logo o médico bonitão, como eu tinha o apelidado, chegou com o suporte do soro e a enorme agulha. E eu devo ter arregalado muito os olhos, pois ao perceber minha expressão ele riu levemente.

— Então, você tem dezessete anos e tem medo de agulha? — ele perguntou ironicamente enquanto amarrava uma liga amarela no meu cotovelo.

— N-não. — gaguejei.

— Ah, sei... — ele disse e pegou a agulha, mas antes que ele pudesse fazer qualquer coisa eu soltei um pequeno grito. — Então, tem certeza que não tem medo? — ele perguntou e riu um pouco.

— Tá, eu tenho. — confessei com uma expressão brava.

— Apenas relaxe, não vai doer. — ele falou me olhando e eu assenti. — Feche os olhos. — ele pediu e eu fechei.

Então eu senti sua mão segurar a minha enquanto a outra enfiava a agulha na minha veia. Senti uma dorzinha fina e mordi o lábio inferior, mas logo passou e eu abri os olhos.

— Viu? Eu disse que não doía. — ele disse sorrindo levemente. — A enfermeira vem coletar seu sangue quando o soro acabar... Melissa, certo? — ele disse ainda com um leve sorriso.

— Sim. — respondi sentindo minhas bochechas corarem.

— Eu me chamo Artus Bittencourt. — ele falou e passou a língua entre os lábios no intuito de umedecer os mesmos. — Até logo, Melissa. — ele disse e por fim saiu da sala sem olhar para trás.

Com tanta beleza ele ganharia mais dinheiro sendo modelo, com certeza.

Meu Médico Possessivo (EM REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora