N/A: Oi... Esse capítulo é um pouco complicado, mas logo vocês vão entender tudo. Me doeu muito fazer ele e eu coloquei todos os meus sentimentos no final. Espero que gostem ou não... :)
[ M E L I S S A ]
Abri meus olhos lentamente, minha visão estava turva e uma forte dor de cabeça me atingiu fazendo com que eu fechasse os olhos para tentar reprimir a dor.
-- Melissa, tente abrir os olhos. Só vai piorar se você tentar fechá-los. - a voz familiar de Eduardo preencheu meus ouvidos e eu senti uma certa calma por saber que ele estava ali.
Abri meus olhos novamente, desta vez focando nos rostos de Eduardo e Bernardo que estavam ali comigo. Nós estavámos no quarto em que eu e Artus ficamos. Artus. Onde será que ele estava?
-- Você deve estar se perguntando onde Artus está, mas não se preocupe, ele foi apenas providenciar tudo para que a gente vá embora no final da noite. - Bernardo se pronunciou e trocou um olhar cauteloso com Eduardo, o que me fez franzir o cenho.
-- Minha cabeça tá explodindo. - falei um pouco enjoada.
Eduardo falou que iria preparar um chá para mim e saiu do quarto deixando Bernardo e eu a sós. A expressão que ele tinha no rosto era cansada e triste, afinal, os últimos acontecimentos não foram nada agradáveis para ninguém.
- Bê... Vai ficar tudo bem. - falei na tentativa de tranquilizá-lo, mas no fundo eu sabia que não era bem assim.
-- Eu espero.
[ A R T U S ]
-- Eu já te falei! Você tem uma escolha, e você sabe do que eu sou capaz. - a voz do meu pai soou através da ligação e eu suspirei sentindo meu coração pesar.
Eu já havia acertado tudo para irmos embora, e agora aqui estou eu sentado na areia da praia, observando o contraste do céu com o mar e tentando achar uma solução para isso tudo.
-- Pai, por que você não pode simplesmente nos deixar em paz? Finja que nós não existimos ou simplesmente nos deserde, mas esqueça essas idiotices da sua cabeça. - falei sentindo toda raiva consumir meu corpo.
-- Todos sabem que eu tenho dois filhos e que vocês carregam meu sobrenome, então zelem por ele. Eu não vou mais discutir com você, eu te dei minhas opções, agora a decisão é sua. - a ligação foi encerrada.
O que eu iria fazer afinal? Abandonar Melissa e deixar que meu irmão fosse embora ou deixar que a vida de todos corra perigo? Melissa é mais do que eu sonhei pra mim em toda minha vida, mesmo com tudo que aconteceu e as dificuldades para nós ficarmos juntos... Mas as vezes temos que sacrificar aquilo que mais amamos. E agora com o vento batendo contra o meu rosto e a dor preenchendo meu peito, eu sei o que tenho que fazer.
[...]
[ M E L I S S A ]
Uma semana.
É esse o tempo que faz desde que voltamos para casa. Quando eu voltei, minha mãe ficou surpresa, porque ela esperava que eu voltasse só quando as férias acabassem, e eu optei por omitir os acontecimentos que envolveram o pai de Artus. Eduardo vem aqui toda a tarde, porque Artus está muito ocupado em seus plantões e a última vez que falei com ele foi por mensagem, dois dias depois de chegarmos da viagem, tudo que ele disse foi: "Eu não sei se aparecerei durante essa semana. Fica bem. xx"
E eu sei que tem algo acontecendo. Meu coração está apertado e estou sentindo um vazio estranho, como se eu sentisse que algo ruim estava por vir.
Outra coisa que vem acontecendo ultimamente são minhas tonturas constantes, eu realmente estou pensando que minha doença está voltando, mas ao que parece meu médico está sem tempo para me atender...
Fui cortada de meus pensamentos com leves batidas na porta do meu quarto, eu apenas gritei um "entra", e Eduardo apareceu no meu campo de visão usando um moletom, afinal, estava chovendo constantemente e fazendo frio, o que é algo muito raro aqui no Rio.
-- Mel, você tá de pijama o dia todo? - Eduardo indagou vindo deitar ao meu lado na cama.
Eu que estava apenas encarando o teto, desviei meu olhar para ele e dei uma risada fraca. Eu realmente só visto meu pijama o dia todo, assisto séries e durmo.
-- É mais confortável. - falei e ele me olhou com uma expressão preocupada.
-- Você não está bem. - voltei a encarar o teto.
-- Viu o Bernardo hoje? - mudei de assunto.
- Ele foi lá em casa de manhã, mas ao que parece, o pai dele não deu nem sinal de vida. - respondeu um pouco aliviado e eu franzi o cenho.
-- Espero que isso signifique algo bom. - comentei descontraidamente e ele assentiu.
O resto da tarde se passou rápido, nós fizemos uma maratona de Grey's Anatomy e ele foi pra casa quando estava anoitecendo. Mas o pior aconteceu as sete horas da noite. Depois de ter jantado, e ter colocado praticamente tudo para fora, minha mãe gritou por mim e eu desci as escadas rapidamente.
-- Artus está lá fora te chamando. - falou e eu senti meu coração acelerar, sentindo a felicidade preencher meu peito.
Corri lá para fora, e assim que abri a porta me deparei com ele encostado na parede. Ele estava mais perfeito que nunca, estava usando uma blusa social branca, um blazer azul escuro uma calça social preta, o cabelo arrumado num topete e a barba por fazer. Seu olhar estava diferente eu corri para abraçá-lo fortemente, mas o sorriso se desmanchou do meu rosto quando ele não correspondeu meu abraço.
O quê?
-- O que houve, amor? - perguntei olhando no fundo de suas íris castanhas e ele desviou o olhar colocando as mãos no bolso.
-- Mel, eu já tinha te dito para não esperar nada de mim. - ele falou friamente e eu senti meu coração apertar.
-- Hã? Não, você nunca me falou isso. O que tá acontecendo? - falei desesperada tentando olhar nos olhos dele, mas tudo que ele fazia era desviar.
-- Não torne isso difícil, não quero te machucar. - falou sem me olhar e eu tentei segurar seu braço, mas ele tirou minha mão.
-- Tornar o que difícil? - perguntei sentindo meus olhos se encherem de água.
E dessa vez ele me olhou, mas seus olhos diziam que ele não ia se desculpar.
-- Eu juro que eu tentei... Te amar. Mas, eu me apaixonei por outra pessoa. - falou simplesmente e eu senti meu mundo rodar.
Minhas pernas ficaram bambas, meu coração parecia que ia parar a qualquer momento, minhas mãos tremeram e as lágrimas já escorriam por meu rosto. Não... Só podia ser um sonho, a pessoa a qual eu entreguei meu coração, a qual eu me dediquei a fazer feliz e a qual eu pretendia amar cada dia mais incondicionalmente amava outra. E nunca passou por minha cabeça que o abandono pudesse ser tão doloroso dessa forma.
E quando eu o olhei, ele já estava indo em direção ao seu carro sem dizer mais nada. E eu assisti ele indo embora me deixando para trás, estática, implorando para que isso fosse um sonho porque meu coração estava de um jeito que eu não conseguia explicar com palavras.
Ele me deixou por não me amar mais.
Quando vi já estava sentada no chão, chorando desesperadamente.
Eu não fui o suficiente.
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Meu Médico Possessivo (EM REVISÃO)
RomanceMelissa Lauren é uma adolescente de dezessete anos que tinha uma vida comum. Amigos, escola, festas e família. Sempre foi humilde, meiga e feliz. Mas o comum passa a ser agitado e descontrolado quando ela conhece o possessivo Artus Bittencourt, um...