Negação

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  N/A: Esse capítulo pequeno, mas é essencial. As coisas a partir daqui serão bem intensas!

E outra coisa, vocês acham que a Melissa deveria ter o filho ou não?

[ M E L I S S A ]

-- O que nós vamos fazer? - Artus acariciava meu cabelo enquanto estavamos deitados na minha cama e eu tinha a cabeça descansando em seu peito.

  -- Vamos ter que ser discretos por enquanto, mas meu pai vai ter que pagar por tudo que já nos fez. - suspirei quando ele respondeu.

 Realmente não gostava de tanto ódio e rancor, mas o que posso fazer?

  -- Eu quero que você tenha cuidado, a gente já sabe do que ele é capaz. - ele depositou um beijo entre meu cabelo.

  -- Eu terei cuidado... Agora me diz, você está bem? Aconteceu algo durante esses dias? - ele perguntou e eu me levantei de seu peito, agora sentada ao seu lado olhando para ele.

  -- Nada de diferente, só acho que eu estou doente de novo. - falei aleatoriamente e ele suspirou.

  -- Você voltou a se alimentar de maneira inadequada? - neguei com a cabeça.

  -- Não, eu como normalmente. - ele arqueou a sobrancelha.

  -- E o que você tá sentindo? - me deitei ao seu lado.

  -- Normalmente são tonturas um pouco fortes, e as vezes quando como algo muito "pesado" eu acabo vomitando em seguida. - expliquei calmamente e quando o olhei vi que ele estava com uma expressão pensativa.

  -- Eu não sei o q- ele falava normalmente, mas de repente seu corpi tensionou e ele pareceu lembrar de algo.

 Sua expressão estava aterrorizada, e eu confesso que me assustei.

  -- Melissa, pelo amor de Deus, me diga que você já menstruou esse mês. - minhas bochechas coraram e eu senti vontade de rir, até meu racíocinio funcionar.

 Puta que pariu.

  -- N-não, eu quero dizer, meu período é irregul-lar! - exclamei já me desesperando e ele segurou meus ombros para me acalmar. - Artus, n-não! Não pode ser, eu só tenho dezessete anos.

 Eu já estava soluçando e derramando lágrimas desesperadamente enquanto ele me abraçava e acariciava meu braço tentando me passar conforto.

  -- Mel, calma... - ele pediu e eu funguei.

  -- Você me pede calma? Calma, Artus? Eu tenho dezessete anos, nem atingi a maioridade ainda, e se isso f-for verdade mesmo, minha mãe vai me matar! - falei desesperadamente e tudo que ele fez foi tentar me acalmar, mesmo eu vendo que a sua expressão era de puro desespero também.

  -- Nós vamos dar um jeito... Vamos descobrir se é verdade, e se for, eu falarei com a sua mãe e vou cuidar de- ele falava, mas eu o interrompi.

  -- Não! Ela não pode saber disso, eu não quero isso, não quero. - falei convicta e ele arregalou os olhos.

  -- Mel, "isso" é um bebê! - ele exclamou aumentando o tom de voz. - O que você pretende fazer? Decidir isso sozinha? O filho é meu também.

  -- Mas não é você quem vai sofrer! Você tem vinte e oito anos e é formado, já viveu muita coisa. Eu só tenho dezessete, nem fiz faculdade ainda! Pelo amor de Deus, eu não quero uma gravidez, não quero. - falei desesperada e tudo que ele fez foi me olhar com uma expressão decepcionada.

  -- Você não vai decidir isso sozinha! - exclamou se levantando da cama. - Eu vou agora comprar um teste de gravidez e se for verdade, eu arcarei com minha responsabilidade.

  -- Cale a boca! Você não sou eu, eu decido sobre a minha vida. - falei, mas tudo que ele fez foi sair do meu quarto batendo a porta com força.

 O que eu vou fazer? Eu só tenho dezessete anos, não quero uma gravidez indesejada, eu quero ir pra faculdade, fazer novos amigos, realizar meus sonhos, conhecer lugares diferentes! Eu simplesmente não quero mudar minha vida para sempre. Será que é tão difícil de entender.

 Suspirei, me levantei da cama, fui até meu guarda-roupa rapidamente, peguei uma mochila, peguei várias roupas aleatórias, escova de dentes e outros objetos necessários e coloquei tudo na mesma rapidamente. Fui até minha mesa de estudos, peguei meu celular e enviei uma mensagem para Eduardo.

 "Eu vou dormir aí, chego daqui há pouco."

 Coloquei a mochila nas costas, fui até o quarto da minha mãe - que provavelmente estaria assistindo novela - e abri a porta. Ela me olhou e arqueou uma sobrancelha pelo fato de eu estar com uma mochila nas costas.

  -- Mãe, eu vou dormir na casa do Eduardo.

  -- Por que isso agora? - ela perguntou.

  -- Eu só quero ir... E por favor, não diga uma palavra para Artus sobre isso, ok? - praticamente implorei.

  -- Tá bom, querida. Mas tome cuidado. - ela avisou e eu apenas fechei a porta para sair dali.

[...]

  -- Mel, você é louca? - Eduardo praticamente gritou quando estavamos sentados na cama dele e eu contei tudo.

  -- Não fala nada, por favor. - pedi o olhando e ele suspirou.

  -- Eu vou falar sim! Olha o que você tá fazendo, uma hora ou outra Artus vai saber que você veio pra cá, e se essa gravidez for verdade você tem que pensar direito nos seus atos. - falou calmamente e eu senti lágrimas escorrerem por minha bochecha.

  -- Edu, o que vai acontecer? Eu sou tão nova, eu não quero... - eu já chorava desesperadamente.

 Mas antes que pudessemos falar alguma coisa, um alvoroço e gritos foi escutados do lado de fora do quarto.

  -- Eu acho que ele está aí. - Edu falou e eu senti meu coração parar.

 É agora.

Meu Médico Possessivo (EM REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora