Vultos do passado

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Abri os olhos e estava um silêncio ameaçador. Olhei para janela e uma neblina densa tomava conta da cidade. Levantei da cama, tomei banho, escovei os dentes, vesti qualquer roupa e desci as escadas. A casa estava que era uma bagunça. Roupas na escada, comidas no balcão e vários papéis jogados no corredor, a televisão estava ligada em um canal de filmes e o sofá virado e caído no chão. Olhei para toda aquela bagunça e bufei. 

— Que porcaria! Com certeza eu terei que limpar tudo isso. Pensam que sou empregado, só pode!

Fui ao quarto de Toddy, mas não o encontrei. Fiquei desconfiado, pois ele sempre acordava e me chamava para tomar café. Olhei para o relógio e já eram 10 da manhã, o ponteiro girava incessantemente e cada vez mais rápido. Fiquei preocupado com o estado da casa e com a atitude de Toddy. Ele era totalmente desorganizado, mas não deixava os cômodos nesse estado, até porque Melanie era bem enjoada com limpeza e muito certinha.

Entrei no meu quarto e tranquei a porta. Comecei a me arrumar, olhei no espelho e fiquei observando meu reflexo, alguns fleches se projetaram na minha mente, fiquei tonto e quase desmaiei. Por que comecei a sonhar acordado os mesmos devaneios que tinha quando estava dormindo? Eram borrões escuros de pessoas correndo e casas antigas que pareciam cheias de sofrimento e tristeza. Não gostava daqueles pesadelos e queria me livrar deles. Peguei meu celular, minha bolsa e andei pelo corredor, quando vi um vulto correr para o quarto de hóspedes. Comecei a andar com passos lentos e sôfregos até a porta.

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