A vida de Matthew sofre uma reviravolta homérica quando, se mudando para North East, eventos estranhos ocorrem em seu cotidiano. Uma história de suspense repleta de amor, traição, terror, medo e amizades. Venha se aventurar em cada capítulo desse li...
Perder alguém especial transcende a esfera do sobrenatural e a vida vale-se do próspero desespero. A existência tornou-se pungente e cruciante, a maldade prosperou em seu terreno fértil e as tristezas floresceram com grande afinco e diligência. O sol brilhava com intensa magnificência em relutância as sombras que pairavam em nosso mundo nublado. E o martírio só havia começado.
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O velório retinha um aglomerado gigantesco de pessoas, todas tristes pela perda de um menino altruísta e benevolente. Os amigos estavam memorando os momentos felizes que Taylor proporcionou aos habitantes daquela pacata cidade. A vigília foi marcante e os familiares homenagearam o garoto bondoso e gentil que todos conheciam.
Cheguei ao enterro com Leon e desci do carro. Me aproximei do túmulo e uma lágrima fulgurou aquele momento de torpor. A lápide estava marcada com um epitáfio excêntrico e célebre, as datas de nascimento e morte, seu nome e o desenho de um leão, que representa força e ímpeto.
— Oi, Matt! — Lise se aproximou e colocou as mãos em meus ombros.
— Olá, Lise! Como estás? — abracei-a
Ela começou a chorar e tinha um olhar devastado.
— Taylor era um grande amigo! Ainda não consigo acreditar no ocorrido.
— Ele era incrível! — sorri tristemente. — Uma maldade sem fundamentos.
— Você é um herói! Bryan me contou que você o salvou. Só tenho que te agradecer por isso. Muito obrigada! Não sei o que eu faria se perdesse os dois no mesmo dia. — Lise disse chorosa.
— Não foi nada! Nunca deixo um amigo para trás. Vocês podem sempre contar comigo! — respondi.
— Você é um grande amigo, Matt. Obrigada! Seremos sempre gratos a você. Um menino de ouro!
— Vocês foram gentis comigo. Tenho muito que agradecer, pois estavam receptivos na minha chegada.
— Gabriel está com uma cara feia hoje. Você sabe o que houve? Ele disse que iria na sua casa pela manhã para descobrir o porquê de você não ter aparecido na festa. — disse ela.
— Nós brigamos. Depois vou conversar com ele. — fiz uma expressão de descontentamento.
— O Gabriel é meio estourado. Não liga muito para os estresses dele não. Venha! Faremos uma homenagem ao Taylor. Quero que você fale. — ela murmurou.
— Eu? — perguntei.
— Claro! — ela confirmou.
— Vem, amigo! — falei eu.
Segurei a mão de Leon e acompanhei Lise até o palanque, onde quase todos os habitantes da cidade estavam marcando presença. Fui o último a pronunciar as palavras fúnebres e subi ao grande palco de madeira maciça. Os testemunhos reacendiam o brilho intenso das imutáveis primaveras e das estrelas perdidas no espaço trepido e gigantesco.
— Amigos e familiares, perdemos, essa semana, uma pessoa terna e afetuosa com um imenso futuro pela frente. Taylor era um menino doce, generoso e sorridente, com um ótimo senso de humor que deixava o mundo mais alegre e tranquilo. Os momentos que estive com ele foram marcados sempre com risadas e conversas inteligentes. Só tenho a agradecer o fato de ter tido a oportunidade de conhecer esse garoto amoroso e caridoso. Meus pêsames aos seus familiares e amigos mais próximos. Que Deus o receba com muitas bençãos! Obrigado!
Desci e fiquei ao lado de Lise e Leon. Ela olhou diretamente para os meus olhos, sorriu e disse:
— Sábias palavras. Sabe que já te consideramos parte do grupo, né ?! Você é muito especial, Matt!
Ela estava com os olhos marejados de lágrimas e um ar pesado e sofrido. Ela deitou a cabeça em meu ombro e ficamos assistindo o restante das homenagens. Quando terminou, saímos do cemitério e andamos até a calçada. Me despedi de todos e Gabriel ficou me observando com um certo desprezo.
— Matt, tenho que falar contigo. No entanto, precisa me prometer que não ficará bravo comigo. O que me diz? — ela me questionou.
