Menino popular

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O celular estava sobre o balcão, peguei e mandei uma mensagem para Toddy pedindo desculpas.

"Desculpe pelo meu descontrole, mano. Fiquei paralisado de medo e descontei em ti. Você é o melhor amigo do mundo! Obrigado por sempre estar comigo! Quando chegar em casa, conversamos. Te amo!"

Ele visualizou e respondeu:

"Tudo bem, maninho! Vou resolver tudo quando chegar em casa, porque você sabe que sempre te protejo, não é?! Te amo muito! Até mais! Boa aula!"

Sorri ao ver a mensagem, pois sabia que ficaria tudo bem. Toddy é meu anjo da guarda, sempre me traz segurança e paz. Enfim, confio muito nele e sabia que ele iria desvendar toda essa confusão.

Entrei de volta no quarto, liguei o rádio em uma música indie para me distrair e fui tomar banho. Sai do banheiro, fui ao closet e comecei a pensar em qual look escolher. Eu amava roupas pretas, jaquetas, blusas xadrez, pulseiras eram minha paixão, adorava camisas de bandas e com personagens de filmes, animes e séries.

Escolhi uma calça marrom rasgada no joelho, uma blusa da banda Nirvana, na qual sou fascinado, e uma bota preta linda. Arrumei meu cabelo, coloquei minhas pulseiras, peguei o celular, a bolsa, meus livros e sai de casa.

A noite estava bela como um oásis no deserto, as estrelas iluminavam o céu com o seu infinito flamejante e a lua, linda, chorava pelas tristes serenatas de amor.

Cheguei na faculdade e observei o estranho movimento no corredor principal. Gabriel permanecia em meio a um grupo curioso de internautas. Olhei e fui observar o que estava ocorrendo.

Ele me avistou, sorriu com ar de menino levado e afirmou com veemência:

— A culpa não foi minha! Curiosidade é uma coisa que devemos evitar, porque é uma faca de dois gumes. — demonstrou uma prepotência característica.

— Mas o que está havendo aqui, menino popular? — sorri com um olhar sincero e entusiasmado.

Então ele confirmou:

— Estou entregando meus convites da festa, mas uma galera juntou aqui e não sei como confrontar todos. Ah! Aqui está seu convite, menino de New York. Apareça! Não vá me dar um bolo, hein! Estarei te esperando. — ele ficou vermelho.

— Aparecerei lá. — disse eu. — Agora, dê um jeito nessa multidão de fãs seus e vamos para sala. A aula irá começar!

Ele disse rindo e passando a mão nos cabelos:

— Sei que sou gostosão e irresistível.

Depois gritou:

— Galera, vamos circular! Temos aula daqui a pouco. Valeu!

Ele passou o braço por trás do meu pescoço. Fiquei surpreso e com vergonha pela atitude audaciosa dele. Andamos até a sala e entramos.

A aula de gramática me fascinava, adorava estudar os tempos verbais, as classes de palavras e tudo que essa matéria me proporcionava. Sentei ao lado de Gabriel, peguei meu caderno e esperamos a professora chegar. Ela entrou e se apresentou com um sorriso elegante no rosto. A Sra. Alisson era gentil e muito divertida. Ela colocou um tema em pauta super interessante sobre "Past Perfect", explicou e passou uns exercícios com poemas e músicas. O rádio ficou ligado, as canções foram ouvidas por todos os alunos e começamos a cantar em voz alta para identificarmos o que ela havia pedido. Foi super divertido!

Na hora do intervalo, Gabriel me chamou para sentar ao lado dele na mesa com seus amigos. Fiquei muito sem jeito. Me apresentei, logo todos nos conhecemos e começamos a conversar. A menina de cabelos rosa, Lise, era a mais engraçada e divertida. A nossa simpatia foi momentânea, falamos sobre bandas de rock e séries. Saímos da mesa para deixarmos a bandeja no balcão, porém ela disse algo que perturbou meus pensamentos por um tempo.

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